Euclides da Cunha e a Abolição
[1]No suplemento de sua edição de domingo atrasado a Folha de S. Paulo publicou dois artigos de Euclides da Cunha sobre a Abolição da Escravatura.
No suplemento de sua edição de domingo atrasado a Folha de S. Paulo publicou dois artigos de Euclides da Cunha sobre a Abolição da Escravatura.
Como qualquer mortal, ou mesmo imortal, volta e meia questiono meus conceitos e atitudes. Ultimamente, olhando tudo em conjunto, o que fiz de ruim e deixei de fazer de bom, tenho vontade de subir à montanha e pedir clemência, implorar o perdão de todos.
Pelo menos no dia e na hora em que escrevo, faz um lindo dia outonal, como espero que também neste domingo. Os ares parecem puros, o céu está azul e límpido e a orla da Baía de Guanabara, que fica aqui tão pertinho de onde eu moro, lá permanece em sua formosura esplendorosa e irrespondível. Devemos, portanto, estar felizes. Claro, a bela leitora (não é machismo ou discriminação, são hábitos de antanho, pois diz a lei que sou do tempo dos afonsinhos) e o inteligente leitor (idem) podem ser agnósticos ou ateus, mas também podem fingir por um momento que não são e pensar como de fato o Senhor Bom Deus caprichou ao nos dadivar a nossa terra - e não somente o Rio, é claro, mas tão grande parte de toda ela.
NO DIA 31 DE OUTUBRO DE 2004, aproveitando-se de uma lei feudal que foi abolida no mês seguinte, a cidade de Prestopans, na Escócia, concedeu o perdão oficial a 81 pessoas - e a seus gatos - executadas por prática de bruxaria entre os séculos XVI e XVII. Segundo a porta-voz oficial dos Barões de Prestoungrange e Dolphinstoun, “a maioria tinha sido condenada sem nenhuma evidência concreta - com base apenas nas testemunhas de acusação, que declaravam sentir a presença de espíritos malignos.” Não vale a pena lembrar de novo todos os excessos da Inquisição, com suas câmaras de tortura e suas fogueiras em chamas de ódio e vingança. Mas há uma coisa que me intriga muito nessa notícia. A cidade e o 14 Barão de Prestoungrange & Dolphinstoun estão “concedendo perdão” às pessoas executadas brutalmente. Estamos em pleno século XXI, e os descendentes dos verdadeiros criminosos, aqueles que mataram inocentes, ainda se julgam no direito de “perdoar”.
Alguma coisa de ruim estava para acontecer na vida e naquela manhã de Leopoldo Quintães, escrivão-substituto da 42ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro. Como sempre fazia, chegou cedo ao fórum na rua Dom Manuel, cumprimentou o porteiro e o ascensorista, subiu ao 9º andar, cumprimentou o faxineiro que espanava a pilha de processos que seriam despachados, à tarde, pelo juiz titular da vara, Hugo Backer.
Aí está claramente a contribuição do ministro Tarso Genro em tornar a pauta da educação, sem dúvida a mais relevante, na fronteira das conquistas sociais a que responde especificamente o recado do Governo Lula. Não se trata apenas já de mostrar os índices desses dias da baixa a 3% da falta de escolaridade básica no País. O avanço do Prouni, com o apoio logrado da área pública e, sobretudo, decisivamente privada do terceiro grau, mudou uma atitude, inclusive, nesse avanço qualitativo do ensino brasileiro. Passa-se a sobrelevar este outro dado, tão percutente quanto o do analfabetismo que era o da massa de estudantes capacitados à entrada no campus, e barrados pela falta de vagas da área pública, de par com a ausência de poder econômico para ingressar na área particular.
A América Latina, que sempre teve a imagem de um caldeirão social, entrou nos anos 90 como lugar de arrumação sob a forte influência das políticas mundiais de estabilização, à base do neoliberalismo. Estas, dando predominância ao econômico sobre o social, não ofereceram as respostas reclamadas pela sociedade, que procurou novos caminhos, levando ao poder líderes-símbolos da esquerda latino-americana.
Nas três operações da mente definidas pela lógica de Aristóteles, a simples apreensão é comum a todos os animais, inclusive e obviamente ao homem. Vem, depois, o juízo, ou seja, a faculdade de emitir submete a apreensão ao juízo e daí resulta o raciocínio, que deu ao homem a faculdade, tornada necessidade, de se expressar. Fruto da apreensão, do juízo e do raciocínio, o homem logo desenvolveu a articulação verbal para denominar a apreensão, desenvolver o juízo e expressar o raciocínio.
Antes da morte de João Paulo II, o cardeal Josef Ratzinger era conhecido como panzen cardinal , por sua ação vigorosa na defesa da doutrina católica, em um mundo que dá poucos ouvidos às doutrinas.
Mania nova que está sendo adotada sobretudo por juízes de primeira instância: dar palpites que nada têm com os autos, fazendo discursos paralelos e até panfletos a pretexto de julgarem ações que entram na Justiça por supostos ou por provados crimes eleitorais.
Quando ouço um homem ou uma mulher com idade de aposentadoria, fico pensando como irão eles e milhões de outros viverem com a migalha que recebem do INSS.
O desaguisado de Kirchner, no desfecho da nossa cúpula de maior amplitude intercontinental, não perturbou o ambicioso desígnio de Lula. Nem retornaremos ao poço sem fundo das nossas relações com o Prata. Ou ao desgaste do Mercosul, tanto se vá ao cerne da pauta comercial do empresariado brasileiro com o portenho, e se o liberte da condição de refém da nossa persistência protecionista. O arrufo presidencial é de um script que persevera, desde o ano passado, mas passou ao destempero, frente à escala de nosso protagonismo emergente.
Que fazer com Machado de Assis neste começo de milênio? Como enfrentá-lo? Temos de responder a estas perguntas entre agora e 2008. Parece longe? Está perto. É que, em 2008, estaremos comemorando o centenário da morte de Machado. Elevado pelo país que foi dele e é nosso ao comando mesmo da cultura de uma nação, Machado de Assis inventou o Brasil tal como Dante inventara a Itália e Shakespeare determinara a invenção da Inglaterra. Machado criou cada um de nós, formou-nos, plasmou-nos. Com todas as diferenças de nossa heterogeneidade, somos o que Machado de Assis fez de nós.
Nunca li nem perdi tempo pensando em Tom Wolfe, que andou por aqui durante a Bienal do Livro, da qual não fiz parte por motivos de saúde. Mas, num jantar no bonito apartamento do Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores e Livreiros, o encontrei com seu elegante terno claro, contrastando com a roupa escura dos demais convidados. É magro e tem o rosto bastante enrugado, do contrário poderia parecer o Robert Redford quando faz filme baseado em romance de Scott Fitzgerald.
Não conheço pessoalmente o banqueiro Henrique Meirelles. Meu território é outro, e, como não tenho mais contas em vários bancos, como nos velhos tempo do Correio Paulistano , não freqüento bancos para descontar títulos, entre as duas fases de pagamento do pessoal.
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