[1] Como nasce uma crônica?
[2]Pergunta surgiu em encontro com Antonio Callado, Otto Lara Resende, Fernando Sabino e Moacyr Scliar num café do aeroporto de Porto Alegre
[1] Pergunta surgiu em encontro com Antonio Callado, Otto Lara Resende, Fernando Sabino e Moacyr Scliar num café do aeroporto de Porto Alegre
[3] Treinado para pensar em termos de ciência, acredito em números (os indicadores de saúde, por exemplo) mas não exatamente em numerologia. Não acho que o destino das pessoas possa ser estabelecido a partir, por exemplo, do número de letras do próprio nome, o que leva muita gente a mudá-lo, adicionando ou subtraindo letras.
[3] Ladrão assalta uma casa, em Goiânia, resolve tirar uma soneca e acaba preso. O assaltante, um homem ainda jovem, entrou na casa que estava vazia, reuniu todos os objetos que pretendia levar, mas antes de ir embora tratou de dormir um pouco. A dona da casa encontrou-o dormindo na cama dela e chamou a polícia. O homem estava num sono tão profundo que os policiais tiveram de jogar água fria em seu rosto para que acordasse. Folha.com
[3] Falando do arquiteto Oscar Niemeyer, que quase aos 103 anos resolveu tornar-se compositor e escreveu um samba (verdade que não muito bom), disse um jornal que o grande brasileiro acabava de se reinventar. Reinventar-se: esta é uma palavra que, em 2010, ganhou em destaque em nosso vocabulário.
[3] O mercado natalino é uma fonte de empregos transitórios. Deles, o mais transitório é representado pelas pessoas que se fantasiam de Papai Noel. Um desempenho que não exige muito talento teatral; tudo o que o Papai Noel tem a fazer é sentar-se na frente de um estabelecimento comercial, receber as crianças, fazer gestos amistosos, sorrir.
[3] Esta semana, o museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (que por simbólica coincidência funciona na Avenida Osvaldo Aranha 277) inaugurou uma exposição sobre o bairro do Bom Fim com o sugestivo título de Um Bairro, Muitas Histórias. Para quem, como eu, nasceu e se criou no Bom Fim, para quem passou a infância e a juventude ouvindo, e vivendo essas histórias, este é um evento tão nostálgico quanto emocionante.
[3] Fui professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Ciências Médicas. Uma experiência extremamente gratificante; a escola é um centro de excelência, tanto no que se refere a professores quanto a alunos, cujo nível é excepcional. Vocês podem, portanto, imaginar minha surpresa, desagradável surpresa, diante do episódio que, na última semana, foi notícia no RS e no Brasil. Resumindo: nas eleições para o Centro Acadêmico, venceu uma chapa da qual faziam parte dois homossexuais. E-mails foram enviados aos alunos fazendo alusões ao fato, usando a expressão “escória” e fazendo uma inacreditável recomendação: “No momento da consulta de uma bicha ou recuse-se (pelos meios cabíveis em lei) ou trate-o erroneamente!!!”. Frase que, a propósito, associa-se às manifestações homofóbicas ocorridas no país, inclusive com violentas agressões físicas. A reitora Miriam da Costa Oliveira manifestou de imediato sua repulsa e informou que a universidade instituiu uma comissão de sindicância para investigar o caso, o que também será feito pelo Ministério Público.
[3] Duas notícias foram destaque na semana passada. A primeira: o Pisa (Programme for International Students Assesment, Programa Internacional de Avaliação de Alunos), instituído pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), fez uma pesquisa analisando o desempenho escolar em vários países. Os resultados mostraram que, no Brasil, quase a metade (49,6%) dos 20 mil jovens avaliados tem dificuldades em ler e compreender um texto.
[3] É uma cena comum em aeroporto; já antes da chamada para o embarque, às vezes muito antes, passageiros começam a formar uma fila. O que não deixa de ser estranho; afinal, os lugares já estão previamente marcados, não há necessidade de pressa. Nem mesmo a disputa pelo lugar no compartimento de bagagens serve como explicação, pois muitos dos que estão na fila não têm qualquer bagagem de mão. Uma razão para esse comportamento poderia ser a natural ansiedade desencadeada pela viagem em si. Mas, ao menos no caso do Brasil, há um outro, e curioso motivo. É que gostamos de fazer fila. Algo surpreendente, num país sempre caracterizado pelo pouco apreço à ordem e à disciplina; a regra parece ser chegar primeiro a qualquer custo, combinando esperteza e o poder dos cotovelos. Contudo, a fila não é só uma maneira de organizar uma determinada demanda, seja por ingressos, seja pelo acesso a um determinado lugar. A fila é um estilo de vida, e isso fica muito visível nos fins de semana, nas casas de diversão. Passem pela Goethe num sábado à noite e vocês constatarão isso.
[12] A sugestão foi do inspirado escritor e acadêmico Moacyr Scliar: “Se tu vais a Portugal, não deixes de visitar a Livraria Lello, no Porto. Na minha opinião, é a mais bonita do mundo.”
[3] Olhando as imagens dos carros e ônibus incendiados no Rio de Janeiro, lembrei-me de uma cena similar que presenciei há anos em Montevidéu. Caminhávamos pelo centro da capital uruguaia quando encontramos uma pequena e barulhenta manifestação dos tupamaros, à época um dos movimentos mais radicais da esquerda latino-americana.
[3] O próximo 11 de dezembro assinala o centenário de nascimento de uma das figuras mais importantes da música brasileira, Noel de Medeiros Rosa, o autor de composições inesquecíveis como Com que roupa?, Palpite infeliz, Último desejo, Fita amarela, O orvalho vem caindo, Até amanhã, Quando o samba acabou, Conversa de botequim, Feitio de oração, Feitiço da Vila, Três apitos, Pra que mentir?, Meu barracão e tantas outras. Foi uma curta existência, a sua, marcada tanto pela boemia como pelo sofrimento. Morreu em 1937, com apenas 26 anos de idade, deixando contudo uma obra que até hoje nos assombra e nos comove.
[3] Não sei se isto deveria figurar no meu currículo, mas estive entre aqueles que, há muito tempo, testemunharam o nascimento da CPMF. O fato ocorreu em uma reunião de secretarias de Saúde, aqui em Porto Alegre; o tema, crônico, era a escassez de verbas para o setor. Numa conversa informal de corredor, surgiu a proposta: arranjar mais dinheiro através de um imposto especial; no caso, sobre refrigerantes.
[3] Leon Tolstói (1828 1910) foi não apenas um grande escritor, foi um tipo humano fascinante que, sob alguns aspectos, antecipou formas de pensamento e estilos de vida que depois viriam a caracterizar o século 20.
[3] Este mês de novembro marca dois centenários importantes na literatura. Amanhã, temos o centenário de nascimento de Rachel de Queiroz; no dia 20, o centenário de falecimento de Liev Tolstói (ou Léon Tolstói, ou Leão Tolstoi, ou Leo Tolstoy, ou Lev Tolstói — as transcrições gráficas de seu nome russo variam). Aparentemente, duas figuras muito diferentes: um homem e uma mulher, um eslavo e uma brasileira; mas há, entre eles, coisas em comum, a começar pela coincidência temporal entre a morte de Tolstói e o nascimento de Rachel. É uma coincidência significativa, porque Tolstói foi fundamentalmente um escritor do século 19, uma época em que a literatura de ficção abordava as grandes questões da existência humana, cumprindo um papel que depois seria atribuído à psicologia e a sociologia, então ainda engatinhando.
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