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Orquestra e coro

 

Primeira viagem oficial da presidente Dilma, a Sergipe, e o anúncio de um novo ministério que vai se somar aos 37 já existentes, que ela herdou da administração passada. O gigantismo do Executivo torna-se suspeito.

Serão muitos os responsáveis e, de cambulhada, os irresponsáveis que tornarão possíveis ou impossíveis os programas de governo que foram apresentados durante a campanha eleitoral e referendados por ocasião da posse.

Tudo parecia tão perfeito que o fabuloso corte de R$ 50 bilhões no Orçamento não afetará as grandes metas anunciadas, os investimentos de infraestrutura, a erradicação da miséria, o combate à fome, as deficiências na área da saúde, da educação -e por aí vai.

A pulverização do poder central pode aumentar na medida em que a presidente terá de acomodar o pessoal da sua base política e parlamentar. Os cargos já são muitos, mas a demanda é maior.

Pensando bem, não entendo por que não seja criado um ministério para os trilhos & dormentes, desafogando a pasta dos Transportes. E outros ministérios, o de quilhas & guindastes para o setor portuário, o viadutos & pontes e, principalmente, o de eventos & calamidades, que incluiria a Copa, a Olimpíada, o Carnaval, a lavagem do Senhor do Bonfim, o Círio de Nazaré etc.

Quanto às calamidades, um megaministério seria necessário para prevenir e atender as enchentes e suas vítimas. Excetuando as que morreram, os sobreviventes estão acampados em tendas e pavilhões públicos.

O poder federal seria exercido em sua capilaridade máxima, chegando a todas as regiões do organismo econômico, político e social da nação. A presidente tem fama de ser excelente centralizadora, não será difícil para ela enfrentar o desafio de reger tão monumental orquestra & coro.

Diário da Manhã (GO), 24/2/2011