
Artigo de Mourão passa recados
O vice-presidente Hamilton Mourão foi dubio no artigo publicado hoje no jornal o Estado de S.Paulo, e espero que tenha sido de propósito.
O vice-presidente Hamilton Mourão foi dubio no artigo publicado hoje no jornal o Estado de S.Paulo, e espero que tenha sido de propósito.
Quando foi anunciado o general Hamilton Mourão como vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro para concorrer à Presidência da República, um dos filhos do candidato fez o seguinte raciocínio, em voz alta: é bom ter um nome “cascudo”, para deixarem de pensar em impeachment.
A carta dos economistas divulgada há 15 dias, que deixou claro que Bolsonaro e Paulo Guedes perderam apoio de um grupo importante, que votou em Bolsonaro mesmo sem ser radical, na esperança de que a política liberal de Paulo Guedes resultasse em alguma coisa boa, está sendo ampliada para empresários, especialmente do Sul, que saíram do PSDB para votar em peso em Bolsonaro.
Ao contrário de 2018, o campo para a terceira via para a eleição de 2022 está abertíssimo.
A saída do governo Bolsonaro dos comandantes das Forças Armadas foi simbólica, e uma demonstração de que não aceitam e não querem a política nos quarteis.
A escolha do General Paulo Sérgio Nogueira para o Comando do Exército, e o destaque dado pelo novo ministro da Defesa, Braga Netto, ao combate da pandemia de COVID-19, são derrotas simbólicas do presidente Bolsonaro, que teve que escolher os novos comandantes entre os de maior antiguidade nas três Armas, e não aqueles que lhe são mais próximos.
A escolha do General Paulo Sérgio Nogueira para o Comando do Exército, e o destaque dado pelo novo ministro da Defesa, Braga Netto, ao combate da pandemia de COVID-19, são derrotas simbólicas do presidente Bolsonaro, que teve que escolher os novos comandantes entre os de maior antiguidade nas três Armas, e não aqueles que lhe são mais próximos.
De uma maneira ou de outra, o Ministério da Defesa sempre fez parte de um xadrez político, desde que foi criado para explicitar a subordinação dos militares ao poder civil, no segundo governo Fernando Henrique Cardoso.
Usar o ministério da Defesa para fazer com que o poder militar se imponha sobre o poder civil é um passo perigoso numa democracia.
Usar o ministério da Defesa para fazer com que o poder militar se imponha sobre o poder civil é um passo perigoso numa democracia.
Colocar o Ministério da Defesa dentro do xadrez político contra o poder civil é fora do que a democracia defende e o estado de direito permite.
A troca do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, vai ser complicada e a chance de sair um curto-circuito é grande.
Com a eleição de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos, derrotando Trump, criou-se no Brasil entre os eleitores de centro a ânsia de encontrar um Biden entre nossos políticos que possa derrotar Bolsonaro em 2022, evitando que a polarização com Lula e o PT se repita como na eleição de 2018.
Se Bolsonaro não fizer nada do que o comitê criado para coordenar as ações contra o coronavírus pedir e continuar com o negacionismo, vai criar um problema muito grande com o Congresso.
O Congresso assumiu o comando de um “comitê de crise” contra a Covid-19, criado com um ano de atraso pelo presidente Jair Bolsonaro.