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Artigos

  • Lavando as mãos

    Não se deve brincar com coisas sérias - é um conselho que vem rolando desde o início dos séculos. Motivo mais do que suficiente para não levá-lo a sério, por mais séria que a coisa seja. Essa mania de abandonar crianças, muitas vezes indo além do simples abandono, mas ao crime de morte, está provocando indignação e, ao mesmo tempo, uma louvável solidariedade, com vários casais habilitando-se a ficar com os enjeitados.

  • As esponjas de vespasiano

    De tempos em tempos, gosto de citar Vespasiano, o imperador romano que se tornou notável, entre outras coisas típicas dos poderosos do mundo, porque taxou as latrinas de Roma. Seu filho achou que ele exagerava, foi reclamar e ouviu a famosa resposta: dinheiro não fede -"pecúnia no olet".

  • Conto que faltou nas "Mil e uma noites"

    Ninguém me contou. Vi documentário produzido por grupo norte-americano e inglês sobre a invasão do Iraque durante os momentos iniciais, que foram iguais na truculência e na falta de sentido aos de qualquer outra guerra convencional, onde há um invasor e um invadido. Gigantesco avião, desses capazes de transportar Estados-Maiores, tanques, lanchas, peças de artilharia pesada e, evidentemente, bombas de imenso poder destrutivo.

  • FLA X FLU idiota

    A massa de leitores é, por natureza, heterogênea e conflitante entre si. Ao contrário de outros produtos industriais ou comerciais, a leitura dos jornais não chega a ser item indispensável, como o arroz ou o feijão. Mesmo no caso do arroz e do feijão, são infinitas as variedades servidas na mesa do brasileiro, há diversos tipos de arroz e de feijão (preto, manteiga, mulatinho etc.) e também são infinitas as maneiras de prepará-los, desde a feijoada, no caso do feijão, ao risoto de frango, no caso do arroz.

  • Canas e bananas

    Parece que o presidente dos Estados Unidos descobriu a pólvora depois da roda, a coisa mais descoberta por todos. Disse ele que os norte-americanos têm o vício do petróleo, alertando para o exagerado consumo do produto fóssil, até agora a maior e mais popular fonte de energia industrial.

  • Liberdade de expressão

    Uma charge publicada em jornal da Dinamarca, reproduzida em outros jornais, está provocando protestos (alguns deles radicais) no mundo árabe e, de quebra, uma onda de defensores da liberdade de expressão, que estaria sendo violentada pela reação "do outro lado" da corda.

  • O inferno de nossa desesperança

    Como título de livro, sobretudo de romance, nada mais estimulante e politicamente correto do que "Grandes Esperanças". Não vem ao caso lembrar Dickens, que, além de bom romancista (sem ser exatamente genial), parece que era um homem bom, pelo menos a julgar pela obra que deixou.

  • A coroa e a pizza

    Nelson Jobim garantiu que foi técnica a sua decisão sobre a quebra do sigilo de um cidadão que teria emprestado dinheiro (pouco é verdade) ao cidadão Luiz Ignácio Lula da Silva, atual presidente da República e candidato à Presidência da mesmíssima República na próxima eleição presidencial.

  • Síndrome de Herodes

    Não sei se foram três ou quatro as crianças recém-nascidas rejeitadas pelas mães e atiradas em lagoas ou rios em diversos pontos do território nacional. Será um sintoma, uma síndrome de Herodes - aquele rei da Judéia que promoveu a matança dos inocentes para impedir que houvesse alguém que mais tarde o tiraria do trono?

  • Relembrando Otto Maria Carpeaux

    A Topbooks acaba de lançar "Ensaios Reunidos - Volume 2", com trabalhos de Otto Maria Carpeaux publicados entre 1946 e 1971 em diversos jornais e revistas. Em geral, faço restrições a este tipo de coletânea que recolhe artigos, crônicas, contos, ensaios ou mesmo poemas de determinados autores que espalharam textos muitas vezes circunstanciais, em longa e constante atividade na imprensa. Releve-se a boa intenção e a honestidade dos pesquisadores, mas, em princípio, um autor com acesso às editoras (seria o caso de Carpeaux) teria soberania suficiente para escolher o que, em sua opinião, merecia ser publicado em livro.Há exemplos em que a importância de um Machado de Assis, ou do próprio Carpeaux, obriga à permanência no mercado cultural. Qualquer texto de Machado, seja inédito ou não, merece publicação póstuma. Acredito que Carpeaux esteja no mesmo caso.

  • Sufoco nacional

    Amanhã é o dia de são Brás. Não tenho qualquer devoção a ele, mas nunca me esqueço de celebrá-lo. Todos os anos, aqui neste fundo de página, gosto de falar nele, mas nas sextas-feiras escrevo em outro canto, o texto é maior e terei outro assunto.

  • As pedras da Lua

    A maior contradição da humanidade se resume a uma constatação: otimistas e pessimistas têm razão. Pertenço à última categoria, tenho motivos para ser pessimista, mas, admito, vou além, admiro os otimistas, até certo ponto os invejo, embora acredite que são ou estão mal-informados.

  • Seremos mais felizes

    Não acompanho as peripécias dos foros por aí realizados, um em Davos, na Suíça, outro em Caracas, mais ou menos perto aqui de casa. São eventos distintos geográfica e ideologicamente, mas terminam no mesmo resultado: palavras, palavras, palavras, com direito a fotos.

  • Cão de fogo vermelho

    Não se trata de um negócio da China, que a tradição assegura ser coisa boa, transação ao mesmo tempo rendosa e fácil. Recebo informações de diversas fontes garantindo que o século 21 será da China, como os séculos anteriores foram dos Estados Unidos e da Inglaterra.Não tenho elementos para aceitar ou negar a afirmação. Que a China vem dando sorte, vem. Que é uma gigante que chegou a desbancar a produção dos nossos sapatos, as balanças comerciais confirmam. Como nada entendo de economia, atribuo o atual sucesso chinês ao fato de estar o país atravessando o ano do Cão do Fogo Vermelho. Com a vantagem de ser um ano que não dura 365 dias como o nosso, dura mais, obedecendo a um ciclo de 60 anos presididos pelos animais que visitaram Buda pouco antes de seu desaparecimento - uma vez que Buda não morreu: desapareceu, o que não é vantagem, muita gente aqui no Brasil desaparece por variados motivos.

  • A primeira encíclica

    Mil e oitocentos anos antes de haver Igreja Católica e Bento 16, já havia uma seita de dissidentes caldeus que, além de adotarem o monoteísmo, a crença num só Deus, acreditavam no amor nas duas formas que consta da primeira encíclica do papa atual: o "eros" e o "ágape".Mais ou menos mil anos depois, já com os dissidentes caldeus formando o povo hebreu, então vagando pelo deserto após se libertarem do cativeiro no Egito, um deles subiu à montanha e de lá trouxe a Tábua da Lei, vulgarmente conhecida como os Dez Mandamentos. O sexto era categórico: não pecarás contra a castidade. Tinha a mesma força e valor dos demais: não matarás, não furtarás.