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Artigos

  • Paraíso terrestre

    RIO DE JANEIRO - Albert Camus descobriu que o homem é um exilado do reino. Conserva a nostalgia de um paraíso perdido, que ele sabe impossível de recuperar. Sísifo e Prometeu, o destino do homem é ser devorado por seus problemas, mas sem direito ao desespero. Desespero que de nada lhe adiantará.

  • A elite e a violência

    RIO DE JANEIRO - O assunto pode parecer de interesse exclusivo da cidade do Rio de Janeiro e da turba multa que faz e consome cinema. Mas tem alguma coisa a ver não só com a realidade psicológica e social do país inteiro, mas com a própria condição humana, que não é lá essas coisas em matéria de coerência e comportamento moral diante da sociedade, tal como ela sempre se apresentou.

  • Homens e idéias

    RIO DE JANEIRO - Consta que Diógenes, com o sol mediterrâneo lambendo forte os mármores clássicos de Atenas, saía do tonel em que vivia e, de lanterna acesa, andava pelas ruas espantando a todos que o julgavam louco. Com tanto e tamanho sol, a luz de uma lanterna era, além de um pleonasmo, a prova de uma demência em progresso.

  • Um cavalo! Um cavalo!

    RIO DE JANEIRO - Em situações limite, vale qualquer coisa. Rezar é uma delas. Pedir um cavalo pode ser mais prático, mas se deve dar alguma coisa em troca. No caso do rei de Shakespeare, ele ofereceu o reino por um cavalo -negócio atraente para quem tivesse um cavalo e desejasse ganhar um reino.

  • Opinião sobre as vacas

    RIO DE JANEIRO - O Rio amanheceu cantando... Não, não era isso que queria escrever, e sim: "O Rio amanheceu cheio de vacas". Não entendi bem o que tantas vacas faziam na paisagem da cidade, tradicionalmente sem elas, desde que uma lei municipal proibiu estábulos nos limites urbanos da então capital da República.

  • Tempo dos infiéis

    RIO DE JANEIRO - O editor Ênio Silveira estava engraxando os sapatos numa dessas cadeiras altas que mal comparando parecem o trono de um soba nos confins da África. Ele gostava de conversar com gente do povo e perguntou se o engraxate temia o comunismo, fantasma que o governo de então considerava na iminência de tomar conta do Brasil.

  • Histórias de plágio

    RIO DE JANEIRO - Ainda não me dei ao respeito de ler a biografia do Paulo Coelho escrita pelo sempre competente Fernando Morais. Amigos que a leram me informam, alarmados, que o mago, em início de carreira, plagiou uma crônica minha para se habilitar ao emprego num jornal do Nordeste. Nada tenho contra. Lamento apenas a falta de gosto ou de informação do Paulo. Bem que poderia ter escolhido autor mais importante.

  • Butterfly

    RIO DE JANEIRO - Em São Paulo, nas comemorações do centenário da imigração japonesa, foi encenada uma das óperas mais populares do repertório lírico, baseada numa peça de David Belasco, roteirizada por Giuseppe Giacosa e Luigi Illica e musicada por Giacomo Puccini.

  • Bafio perigoso

    RIO DE JANEIRO - Manchete de ontem de um jornal: "A Copa é nossa". Tudo bem, é isso mesmo, a Copa do Mundo de 2014 será aqui mesmo. Temos vontade e tempo para preparar o torneio, dinheiro há de se arranjar, afinal, um evento mundial de tamanho porte é um desafio para obras de infra-estrutura que transcendem o esporte e já se tornaram dramaticamente necessárias.

  • Os desafios da comunicação

    RIO DE JANEIRO - Sempre achei poética a maneira de os índios e povos primitivos se comunicarem à distância: faziam um foguinho, abafavam a fumaça com um pano qualquer e erguiam ao espaço os símbolos que significavam alguma coisa preestabelecida. A mão-de-obra para esse tipo de expressão limitava as mensagens ao essencial e urgente.