Os especialistas em eleição, os formadores de opinião e a maioria dos cronistas políticos cobram dos dois candidatos presidenciais os programas e metas que pretendem implantar. Creio que ambos já falaram bastante sobre isso, estabeleceram as prioridades básicas (educação, saúde, segurança etc.). No fundo, os programas não se diferem no essencial, as diferenças ficam por conta de detalhes pontuais, sujeitos às circunstâncias de cada problema ou desafio.
Serra e Dilma têm origem na esquerda, ou seja, priorizam o social e o combate à pobreza. Ambos têm ficha limpa. Serra tem maior biografia, já exerceu cargos executivos de importância, sua passagem no Ministério da Saúde foi um dos pontos altos do governo anterior. Dilma não tem a mesma biografia, mas está montada no governo de Lula, do qual foi a segunda executora. Teoricamente, está bem preparada para a Presidência.
O segundo turno não deve se perder em mais promessas dos candidatos e em programas que podem resolver todos os problemas da nação. Se o eleito cumprir um terço do que prometeu durante a campanha, será um lucro considerável para o país.
O turno decisivo está servindo para que o eleitorado conheça e avalie o temperamento de cada um. Zé Serra marcou-se, ao longo de sua carreira, pela sobriedade, mas não tem o carisma de Lula.
Psicologicamente, Dilma tende mais à agressividade, a resolver os problemas dentro de uma linha democrática, sim, mas dura. Petista de formação e gosto, sua intenção parece ser a de instaurar o Poder do PT -a que já se referiu José Dirceu, seu antecessor na Casa Civil, que, tal como a Erenice, seu braço direito e sua sucessora, tinha também a intenção de entronizar por meio da corrupção o poder do seu partido. "That's the question".