O Acadêmico, escritor e presidente da Fundação da Biblioteca Nacional Marco Lucchesi participou da mesa-redonda dia 9 de julho “Fabulações Algorítmicas: impacto da inteligência artificial nas artes, cultura e ciência” ao lado dos especialistas Luiz Velho e Matteo Moriconi para discutir os impactos da inteligência artificial nas artes, cultura e ciência.
Esse foi o primeiro encontro de uma série de seminários mensais, realizada pela Biblioteca Nacional, que trará reflexões filosóficas sobre os novos caminhos abertos pela inteligência artificial.
Segundo Lucchesi, a Biblioteca Nacional já vem realizando um trabalho de aplicações específicas sobre a inteligência artificial, no que diz respeito à biblioteconomia, memória, arquivo e resgate seguro da informação.
“Nós nos demos conta de que há uma série de discussões filosóficas muito importantes sobre a inteligência artificial. É claro que os cientistas, que trabalham em campos específicos como, por exemplo, no desenvolvimento de softwares, têm direito de fala, mas o vazio do lugar filosófico é gritante. E isso gera uma discussão muito ampla. Ela começaria pelo estado democrático do direito, de uma perspectiva republicana, sobre um futuro imediato, de alocação de trabalhadores, o destino emprego, a qualidade de absorção desse processo.”
Ele ressaltou que é necessário, em primeiro lugar, distinguir o que é a consciência e o qual o lugar efetivamente que ela ocupa. Ela coincide com o cérebro? Do ponto de vista filosófico mais intenso não coincide.
Um outro aspecto que Lucchesi pontuou é a importância de analisar o papel da política. “A artificialidade foi construída desde a época de Platão. É uma construção de elementos e parâmetros nas redes neurais. Para muitos, uma parte notável da inteligência artificial foi produzida nas universidades da Idade Média.”
O Acadêmico também trouxe à tona a questão do algoritmo, que muitas das vezes nos auxilia. Mas até que ponto nós precisamos ter a liberdade desse aleatório? Ele falou sobre a necessidade de se ter uma “algorética", uma ética do algoritmo, para a construção de uma dialética que tenha como objetivo frear a cultura do ódio.
14/07/2025