
Tiros a esmo
[2]Há muitas explicações para a subida de Bolsonaro nas pesquisas de opinião, reafirmada ontem pelo Ibope, e são tão variadas que o PT não sabe para onde atirar.
Há muitas explicações para a subida de Bolsonaro nas pesquisas de opinião, reafirmada ontem pelo Ibope, e são tão variadas que o PT não sabe para onde atirar.
A delação do ex-ministro Antonio Palocci à Polícia Federal, finalmente homologada pelo TRF-4 e liberada para divulgação pelo Juiz Sérgio Moro, alegadamente para atender à defesa do ex-presidente Lula, caiu como uma bomba na campanha presidencial a seis dias do primeiro turno da eleição, e tem uma característica única: pode ser comprovada em grande parte pelas provas que já estão em poder do Judiciário, mais precisamente o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Se democracia é a convivência civilizada entre os contrários, ou seja, entre os que pensam diferente, o último fim de semana ofereceu um raro sinal positivo.
No caso da proibição de Lula dar entrevistas antes da eleição, mais uma vez aconteceu uma tentativa do PT de utilizar a Justiça para validar uma jogada política.
Em uma conjuntura eleitoral em que a retórica irresponsável insinua fraudes e ameaças de golpe, e se soma a mentiras em cascata, repete-se a pergunta: como chegamos a este ponto?
O cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas do Rio fez um estudo sobre as condições de governabilidade dos principais candidatos a presidente, publicado no site jurídico Jota.
Dois cientistas políticos da Escola Brasileira Administração Pública e de Empresas (EBAPE), da Fundação Getúlio Vargas do Rio (FGV), Octavio Amorim Neto e Carlos Pereira, fizeram estudos separadamente sobre temas semelhantes que poderiam ser resumidos na pergunta: qual a capacidade de os candidatos à presidência da República construir coalizões políticas estáveis?
Não é simples assim, o fenômeno exige um raciocínio mais sofisticado, mas está tudo tão confuso que se pode dizer: se fosse hoje, o Brasil estaria elegendo não quem ama, e sim quem rejeita.
A mais nova polêmica provocada pelo vice de Bolsonaro, General Mourão, mostra como são pedregosos os caminhos da política, especialmente em tempos de campanha presidencial.
O que se viu ontem no Supremo Tribunal Federal (STF) foi mais uma manobra de partidos políticos, desta vez PT e PCdoB da coligação de Fernando Haddad, e o PSB, tentando transmitir a impressão de que o pleito de 7 de outubro pode estar viciado devido à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cancelar de 3,3 milhões títulos de eleitores que não fizeram o cadastramento biométrico obrigatório.
A perplexidade que toma conta dos eleitores que não querem nem Bolsonaro nem Haddad pode produzir conseqüências no resultado final da eleição.
Não só entre nós, mas em vários outros países, a democracia está sob ameaça.
Parece consolidada a polarização entre Bolsonaro e o PT e, com a diferença sendo tirada rapidamente por Haddad, cresce a possibilidade de eleitores do campo do centro-direita migrarem já no primeiro turno para Bolsonaro, preocupados com a possibilidade de o “poste” de Lula chegar em vantagem ao segundo turno.
Experimentos nos Estados Unidos procuram encontrar uma maneira de fazer com que o voto de cada cidadão represente realmente sua escolha, procurando mitigar a influência do dinheiro ou de promessas populistas na definição de seu representante.
Com uma eleição polarizada como nunca se aproximando, este é um bom momento para se discutir as maneiras de votar, ainda mais que o voto útil transformou-se em instrumento de cidadania para evitar “o mal maior”.
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