
Transparência e encenação
[2]As imagens mostram quase tudo, mas em falsa transparência. Ocultam, por exemplo, as manobras de bastidores.
As imagens mostram quase tudo, mas em falsa transparência. Ocultam, por exemplo, as manobras de bastidores.
A ‘enérgica oposição’ que a ex-presidente promete vai ter uma certa dificuldade em explicar por que não recusou o favor que o ‘segundo golpe’ lhe concedeu.
Diante da judicialização do impeachment da ex-presidente Dilma, é inevitável que o Supremo Tribunal Federal (STF) entre na questão, até mesmo para dizer que não cabe a ele decidir. A excêntrica decisão do Senado, separando a cassação do mandato presidencial da inabilitação para funções públicas, além de provocar incongruências tão graves quanto Dilma poder exercer qualquer cargo no país, menos o de presidente da República, tem ainda um fator político que terá desdobramentos graves.
A falácia do golpe caiu por terra no momento em que o PT aceitou fazer um acordo com o PMDB de Renan Calheiros e Eduardo Cunha para garantir que a ex-presidente Dilma, mesmo retirada da presidência por força do impeachment aprovado por mais de 2/3 do Senado, possa exercer outras funções públicas, além de votar e ser votada.
Dilma Rousseff pode ser nomeada para qualquer cargo público do país, mas não pode ser a presidente da República. Poderia também ter sido, ao contrário, condenada à inabilitação para qualquer cargo público, mas continuar sendo Presidente da República.
Foi-se a 31ª Olimpíada e o Rio de Janeiro, como era esperado, demonstrou sua imensa capacidade para organizar eventos de grande porte. O prefeito Eduardo Paes, elogiando o Boulevard Olímpico e as novas linhas de metrô, do BRT e do VLT, deu nota 10 aos Jogos Olímpicos.
Dilma forçará o confronto, com todo o ímpeto de um protagonismo reforçado pela alegação de golpe.
Argumento de que se trata de um ‘golpe parlamentar’, que não precisa de armas e dispensa a força, continua não sendo aceito por eminentes juristas.
O processo de impeachment chega a seu final hoje com o resultado da votação já definido, ficando a dúvida apenas sobre o voto do presidente do Senado, Renan Calheiros, que está entre explicitar seu apoio ao novo governo, ou jogar para a plateia exibindo uma pretensa neutralidade que poderá ser-lhe menos útil na formação de uma biografia futura do que o resultado dos processos a que responde no Supremo Tribunal Federal (STF)
A conferência sobre a reforma da educação, por mim realizada no Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, por sugestão do ex-ministro Ernane Galvêas, provocou uma saudável discussão entre os seus membros. A começar pelo historiador Arno Wehling, que criticou a omissão das nossas escolas que não ensinam os alunos a pensar, de modo crítico e inteligente.
A presidente afastada Dilma Rousseff conseguiu o cúmulo do paradoxo, em sua defesa ontem no Senado, ao elogiar a Lei de Responsabilidade Fiscal como o maior instrumento de gestão pública que o país tem, a mesma legislação que ela transgrediu, e por isso está sendo julgada. O paradoxo foi acentuado quando ela atribui “à mídia” a culpa pelo golpe e, sempre que pode, se utiliza da mesma “mídia” para apoiar sua tese de que o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha aceitou o impeachment por vingança.
Ao admitir, respondendo a uma pergunta do senador Tasso Jereissati, que não houve atraso nos pagamentos da equalização dos juros do Plano Safra a bancos privados, a exemplo do que ocorreu com o Banco do Brasil, o ex-ministro Nelson Barbosa jogou por terra toda retórica com que tentava garantir que não se caracterizavam como empréstimo ao governo os atrasos de pagamentos, popularmente chamados de “pedaladas fiscais”.
"Habemus confitentem reum". Na primeira sessão do julgamento no Senado, quando se discutia o impeachment da presidente Dilma, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) declarou indignada que aquela Casa (o Senado) não tinha moral para julgar a principal responsável pela crise generalizada que estamos passando. Teve lucidez bastante para omitir o pessoal do PT, inclusive ela própria e seu marido, que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato.
Gente é bicho complicado. E, ao dizer isso, não me excluo, pois também sou complicado. Só que, modéstia à parte, procuro, tanto quanto possível, manter-me coerente com o que suponho ser a realidade dos fatos.
Tive o privilégio de ler a versão semifinal de Somente a verdade. O livro é primoroso. Foi só melhorando, a cada revisão do seu autor.
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