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Artigos

  • C'est la guerre

    As guerras não são feitas para serem vencidas, mas para serem contínuas. Cito de memória um diálogo de George Orwell ("1984"), uma ficção científica que, em alguns momentos, é mais científica do que ficção. Sobretudo quando mostra a sociedade humana em busca de seu ponto ótimo, de sua perfeição, da qual resulta a pior e mais cruel forma de tirania.

  • Soberania nacional

    Que está complicado, está. Além do atraso nas obras e do orçamento mal calculado que torna as despesas da Copa cada vez maiores, surgiu agora um problema complicadíssimo, que envolve inclusive a soberania do país.

  • O macaco e a banana

    Nunca fui e acredito que nunca serei um jornalista investigativo. Se pudesse -e se a polícia deixasse-, seria um jornalista imaginativo, cheguei a fazer uma experiência concreta nesse sentido, anos atrás, numa revista semanal que não existe mais.

  • A insidiosa moléstia

    Para a mídia politicamente correta daquela época, a palavra "câncer" era palavrão, só funcionava quando se tratava do trópico que fazia dobradinha com o Trópico de Capricórnio.

  • O homem terminal

    Na Semana passada, vi a reprise de um filme sobre o Dr. Morte. Devo de início elogiar a atuação de Al Pacino no papel principal, uma das melhores que já vi no cinema de todos os tempos. Confesso que não me interessei pelo caso na devida ocasião, não acompanhei suas proezas nem seus julgamentos e só assisti ao filme na TV por falta de opções. Nem sequer guardei o nome do personagem, nome complicado, parece que de origem armênia. Nem mesmo guardei o nome do filme. Mas fiquei impressionado com algumas cenas, sobretudo aquela em que, numa de suas prisões, ele gritava que a sociedade estava na Idade Média e invocava, entre outros, o nome de Galileu. O Dr. Morte tinha uma posição contrária à eutanásia, considerando-a um homicídio. O doente terminal não era ou não podia ser consultado, a decisão era tomada pela família ou pelos médicos que afastavam os equipamentos ou deixavam de aplicá-los, interrompendo a assistência médica considerada inútil e cara. No caso do Dr. Morte tratava-se na realidade de um suicídio assistido, o doente terminal, esgotados todos os recursos da medicina e não suportando as dores, autorizava a aplicação de uma injeção letal.

  • "Ateou fogo às vestes"

    Não sei se o sinal é bom ou mau. Em princípio, acho que é bom, mas não tenho certeza. Outro dia, citei aquela frase de Machado de Assis "no meu tempo já existiam velhos, mas poucos".

  • Demasiadamente humano

    A crônica que escrevi para a Ilustrada na última sexta-feira ("O homem terminal") provocou, como eu esperava, muitas mensagens, algumas a favor, outras contra o assunto que abordei. Destaco e transcrevo a mensagem via e-mail recebida do leitor Gilberto de Mello Kujawski, autor de "Machado de Assis por Dentro":

  • Cenas de outro tempo

    Caí na asneira de ser jornalista antes do tempo, quando era moço, nada conhecia da vida e da profissão, nem a vida e a profissão me conheciam, nem tinham necessidade disso. Só me recuperei bem mais tarde, quando as coisas mudaram no mundo e em mim mesmo. E verdade seja dita, se o mundo e a profissão mudaram para pior, eu mudei para bem pior.

  • Ficha suja

    No início do século 20, o Rio permanecia o mesmo dos tempos derradeiros do império. A República mal completara sua primeira década -e na austeridade própria dos regimes que decidem instaurar uma nova era, quase nada ou nada se fazia pela cidade, ex-capital de um reino e do império e, sempre, uma aldeia de feição colonial, mesquinha, suja.

  • O mundo e a fome

    Mais alguns dias e Dilma Rousseff estará completando o primeiro ano de governo. É cedo ainda para uma perspectiva crítica, mas tempo bastante para alguns comentários.

  • Farelo de nada

    Li não sei onde que as autoridades responsáveis pelo tráfego aéreo decidiram diminuir o espaço entre os aviões em voos de carreira. Antes, a distância entre dois aparelhos devia ser de 15 milhas. Agora será de dez milhas, para facilitar a arrumação lá em cima e ganhar tempo na fila das chegadas. Não sei se estou certo ou se entendi errado. O fato é que o espaço lá em cima precisa de rigor, para efeito de navegação aérea. O céu não é o limite: há faixas congestionadas e atrasos cada vez mais frequentes.

  • "Ad repellendas tempestates"

    Para iniciar um novo ano, a prudência nos recomenda tomar certas providências. Por isso ou aquilo, degradação dos homens e da natureza, o ano que passou foi marcado por calamidades que produziram enchentes, desabamentos e tsunamis, cuja responsabilidade foi creditada à natureza, que se sente agredida cada vez mais pelo homem.

  • Previsões

    Início de ano, tempo de previsões, geralmente furadas. A começar pelas do governo e seus técnicos, sobretudo os economistas. Sem qualquer ilação com os charlatões e pais de santo, que ficam excitados nesta época, anunciando mundos e fundos para seus devotos, gosto de ler as previsões alheias e de fazer as minhas.

  • Ficção científica

    Não sou curtidor do gênero, não acredito em disco voador nem em horóscopo. Contudo, e apesar das maravilhas tecnológicas e científicas de nosso tempo, considero que ainda estamos na era das cavernas em matéria de conhecimento do mundo físico em que estamos instalados.