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Artigos

  • Não às armas

    Brasil Econômico, em 15/12/2010

    A América Latina é o continente mais pacífico do mundo. Não faz parte de nossa história atacar uns aos outros. As guerras datam de mais de 70 anos. Depois não houve nada com a violência da Guerra do Paraguai ou da Guerra do Chaco; os conflitos, como entre Peru e Equador ou o caso das Malvinas, foram limitados em perdas humanas.

  • Ler e viajar nas palavras

    Jornal do Brasil, em 10/12/2010

    O notável discurso que Mario Vargas Llosa pronunciou ao aceitar e receber o Prêmio Nobel é uma peça literária, destas que recentemente não é fácil encontrar. Profissional da escrita, fez o que um escritor do seu porte não dissimula na controvérsia de gerar dúvidas existenciais: o elogio da leitura e da ficção, descritos na magia do que constrói tudo isso, a palavra.

  • Tolstói, um centenário

    Folha de São Paulo, em 26/11/2010

    Há 100 anos morria Tolstói na pequena estação de Astapovo, de uma pneumonia que pegara no terceiro dia de sua fuga de casa, no frio do inverno russo e da terceira classe do trem em que viajava. Fugia no desencanto do fim de sua vida, quando abandonara todos os valores que construíram sua celebridade como escritor para fazer uma peregrinação tão intelectual como corporal, em que não sabia bem aonde queria chegar, carregando ideias de pacifismo, negação de si mesmo e uma revolta interior que o faziam voltar à sedução do anarquismo.

  • Presidenta ou presidente

    Diário da Manhã (GO), em 19/11/2010

    As palavras vivem e morrem. A língua está em constante transformação. Não é estática. A todo momento recebe as influências do cotidiano, surgindo novos vocábulos, neologismos que em geral vão buscar suas formas no modo de viver, nos costumes, no comunicar do povo. Said Ali, com sua grande autoridade, em seu "Dificuldades da Língua Portuguesa", diz que "nem tudo quanto está nos clássicos é para se imitar".

  • Direita ou esquerda?

    Brasil Econômico, em 17/11/2010

    Enquanto a Europa em crise está majoritariamente em mãos conservadoras, a América Latina pende à esquerda e vai cada vez melhor. A crise americana de 2008 — que está agora abrindo o capítulo da guerra cambial — atingiu todo o mundo.

  • Um Senado sem Tuma

    Folha de São Paulo, em 29/10/2010

    O Senado, dizia Milton Campos, é uma Casa em que, além da convivência política, por sermos poucos e passarmos muitos anos juntos, se criam relações de amizade e de afeto que muitas vezes se transformam quase em irmandade.

  • Tiririca e suas dúvidas

    Folha de São Paulo, em 22/10/2010

    Não é tão simples assim a análise do caso Tiririca, que está oscilando entre o jocoso e o jurídico. A verdade é que há várias implicações gramaticais e pedagógicas envolvidas nessa difícil definição de analfabeto. 

  • Um Natal em Amarante

    Folha de S. Paulo,, em 25/12/2009

    Esta é uma história de meu avô, acontecida há mais de cem anos. Nordestino andante desses que viveu em muitos lugares, desde Valença, no Piauí, passando pelo Ingá do Bacamarte, na Paraíba, até acalmar-se no Maranhão, onde fez roças, enfrentou malárias e teve até um neto que foi presidente da República.

  • Beatriz

    Folha de S. Paulo,, em 18/12/2009

    No hábito de ler diariamente os jornais do Amapá, dei de frente com uma história triste, que se torna bela pela carga de sentimento humano que encerra.

  • Adão voltará, Eva talvez

    Diário do Amapá,, em 23/11/2009

    Lévi-Strauss, há 50 anos, disse no seu famoso "Tristes Trópicos" que o principal poluidor da Terra é o homem. Daí, talvez, pudéssemos retirar um aforismo: se é o homem o responsável pela poluição, seria ele que deveria acabar. Mas não é esse o problema, e sim o de salvar a natureza para o homem. Em 1972, fiz talvez o primeiro discurso no Parlamento brasileiro sobre ecologia, com uma visão científica e fora do ufanismo romântico das belezas naturais e sua conservação.

  • Fungos na democracia

    Folha de S. Paulo,, em 30/10/2009

    A América Latina ofereceu ao mundo, nos anos 80, a maior onda de democratização depois da Segunda Guerra Mundial. O processo foi indolor, sem a violência e as guerras da descolonização na África e na Ásia.

  • A panela dos poderes

    Folha de S. Paulo,, em 23/10/2009

    Com o passar dos anos, já é possível ver as consequências que vão surgindo e as tendências que se vão formando com a nova (?) Constituição de 1988. Acho que essa avaliação está passando ao largo dos estudiosos do direito e da sociologia política. A verdade incontestável é sua ambiguidade, sua dupla face: uma com normas próprias do regime parlamentarista, outra do presidencialismo predominante.

  • Mestiços, graças a Deus

    Folha de S. Paulo,, em 16/10/2009

    Em 1985, quando falei como presidente nas Nações Unidas, tive uma pequena divergência com o Itamaraty. Eu mesmo trabalhara o meu discurso e tinha escrito: "Malsinado o homem que tiver vergonha de pensar na terra sem a companhia de Deus" e "o Brasil é um grande país mestiço que se orgulha de sua identidade". Eles me advertiram que a referência a Deus não era diplomática, uma vez que a ONU era uma instituição laica e tinha países de vários credos ou mesmo ateus ou agnósticos. A outra observação era que eu não podia falar em país mestiço. Não era de bom tom. Recusei as duas observações e mantive meu texto. Sobre ser mestiço, ressaltei que várias das mais altas expressões criadoras da nossa cultura provieram da mescla racial, da mútua fertilização das etnias.

  • Um cartão ouro

    Jornal do Brasil (RJ),, em 02/10/2009

    Ninguém tem a verdadeira noção da importância de possuir um cartão de crédito. Ainda mais se for Ouro. É que pessoa alguma se dá ao luxo de ler a documentação que o acompanha. Em primeiro lugar você é distinguido com uma carta personalizada do presidente de um dos maiores bancos do Brasil e às vezes do mundo. Ele diz que está muito feliz de ter sido escolhido por você e lhe agradece com uma dádiva extraordinária: “Para comemorar a sua escolha você acaba de receber o nosso cartão que permite comprar em quase todas as lojas do mundo”. Para concluir manda-lhe mensagem carinhosa: “Parabéns. Poucos podem ter este cartão, especial como você”.

  • Política é conversa

    Folha de S. Paulo (SP), em 06/03/2009

    Mais do que as casas, as ruas de Brasília dão problema. Teotônio Vilela, que era um grande "causeur", sempre me dizia que a cidade fora feita para ninguém receber citação judicial, com endereços que apenas referem números e pontos cardeais, como em Nova York, tentando evitar elitismos e criando o primeiro deles, que é de saber, num tempo em que a maioria da população era candanga, quase analfabeta, destas coisas que marcam a Terra.