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Artigos

  • Excesso de dosagem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 08/01/2005

    Num dia da semana que está acabando, contei as páginas que os jornais dedicaram ao futuro presidente da Câmara dos Deputados. Uns pelos outros, deram cerca de três páginas compactas ao emocionante evento, com fotos dos personagens envolvidos e do onipresente Zé Genoino coordenando os trabalhos, boxes, previsões de "cenários" e retrospectos explicativos, na base do "entenda melhor o caso".

  • Um panteão para o país de Lula

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 07/01/2005

    A área de comunicação do Planalto, a meio mandato, lança-se à tarefa de mobilização política visando a promoção da nossa auto-estima. Há que se perguntar, entretanto, se o enfoque da campanha vai ao fundo do sentimento do País dos excluídos que ganhou as eleições e se percebe em outra e emergente sintonia nacional. Existe, de fato, para esses setores uma baixa valorização do Pindorama? Ou se está apenas importando a perspectiva do Brasil de salão, gasto pelo eterno recomeço das mesmas promessas? Não há como transferir para o País transfigurado pelo sucesso eleitoral de 2002, esta visão tradicional, frente a uma tomada de consciência que começa com a organização do PT e que vai, degrau a degrau, nas sucessivas campanhas, forjando uma identidade fundadora. Foi a Palácio com Lula, e seu impacto continua ainda a exigir ampla análise.

  • 2004 acabou ontem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 07/01/2005

    O balanço da última semana de 2004 foi de arrepiar os cabelos e pedir proteção aos terreiros da Bahia. E as más notícias continuam. A tragédia tsumani ainda não acabou. Os dramas humanos desvendados fazem corações ganhar um instante de compulsão.

  • Colhidos pela complexidade

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/01/2005

    A impressão que dão os governos da América Latina é a de que estão perdidos num quarto escuro do qual não podem sair, por não encontrarem, no escuro, a porta que os libertará. Do México à Argentina, de um lado e, de outro, o Chile no sul do continente latino-americano, o que temos é não acertarem, com exceção, sem dúvida do citado Chile, com uma política econômico-financeira que corresponda às necessidades nacionais de cada país.

  • Incenso, ouro e mirra

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/01/2005

    Hoje é dia dos Reis Magos - história ou lenda que foi absorvida no calendário cristão, mencionada nos textos evangélicos, mas comum a diversas culturas e tradições. Pelo que se sabe, não chegavam a ser reis de qualquer reino da Terra, mas reis de um território sem fronteiras nem donos, o da magia. Ao contrário dos sábios pagãos que olhavam as tripas de aves e répteis, eles olhavam o céu e viam sinais -tal como o Paulo Coelho, que também é mago e vê sinais nas areias de Copacabana.

  • Aprovadas as PPS

    Diário do Comércio (São Paulo), em 06/01/2005

    Escrevi nesta coluna que, num de seus discursos, Rui Barbosa, que era dono de um dos mais belos estilos da língua portuguesa, detestava tanto a palavra privada - e tinha ele razão para isso que nunca a usou, segundo afirmou quando discursava. Mas, com a palavra Parceria Público Privada, temos uma organização para estabelecer ou fortalecer a infra-estrutura - palavra também detestável - do país, com vistas ao desenvolvimento, que está atrasado, sobretudo o do Nordeste, sempre abandonado.

  • A real dimensão do Padre Vieira

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 05/01/2005

    Não há como estranhar a repercussão de qualquer trabalho, literário ou não, que seja feito a respeito da vida e da obra do padre AntônioVieira. Mesmo não tendo nascido no Brasil, ele aqui desenvolveu ações tão intensas - e por muitos anos - que se tornou uma das figuras estelares da nossa cultura.

  • Financiamento do cinema

    Diário do Comércio (São Paulo), em 05/01/2005

    Sempre fomos caudatários dos Estados Unidos, a começar pelo decreto número 1 do governo provisório, responsável pela proclamação da República. Obra de Rui Barbosa, denominou o Brasil unitário da época pela denominação adequada na origem dos Estados Unidos. Um erro do grande Rui Barbosa, que desejava para o Brasil um sistema semelhante ao dos Estados Unidos, prova de que o grande homem não conhecia suficientemente o Brasil, para nos comparar com a República do norte.

  • Cidade fantansma

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/01/2005

    Semana passada, cheguei ao Galeão, vindo de Roma. Antes, havia enfrentado o Leonardo da Vinci, o aeroporto romano. Fizera escala em Frankfurt e São Paulo. A impressão que tive, ao olhar pela janelinha do MD-11, foi a de chegar a uma cidade fantasma. Nada parecia existir além da imensa estrutura de concreto armado. Nem mesmo uma vila, um aglomerado de casas e vidas.

  • As elites e o poder

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 04/01/2005

    Hoje é a primeira terça-feira do terceiro ano de Lula no poder. O que foi feito, o que não foi feito, o que poderá ainda ser feito, o que com toda a certeza não se fará mais - tudo aparece nos muitos estudos sobre o assunto publicados recentemente em livros, jornais e revistas. Entre as análises de maior profundidade, atente-se para o livro de Cândido Mendes, "Lula entre a impaciência e a esperança".

  • O animal teimoso

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/01/2005

    A recente tragédia na Ásia causou um impacto mundial e, ao mesmo tempo, uma surpresa. O trauma foi terrível e atingiu a todos nós, que mais uma vez ficamos conscientes da fragilidade do nosso mundo e de nossas vidas.

  • A dívida de Marta

    Diário do Comércio (São Paulo), em 04/01/2005

    Noticiou o Diário do Comércio que Marta Suplicy deixa uma dívida de mais de l bilhão de reais, ferindo, com essa divisa, a Lei de Responsabilidade Fiscal. É grave, portanto, a situação da ex-prefeita, que estava certa, no exercício do cargo, primeiro que venceria a eleição para outro mandato e, segundo, que estava acima de legislação como a Lei de Responsabilidade Fiscal, que não deve pegar somente os pequenos, prefeitos de cidades sem o peso da capital paulista.

  • Grandes esperanças

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/01/2005

    Entre as frases do ano que passou, os resenhistas destacaram uma confissão de Lula: "Não somos tão ruins quanto alguns nos acusam nem tão bons como pensamos que somos" (a frase exata pode não ser essa, mas o sentido é esse mesmo). Boa frase, mas que pode se aplicar não apenas ao governo atual mas a todos os governos passados e futuros. Mais: em escala individual, pode se aplicar a cada um de nós, que nunca somos tão ruins como os outros pensam nem tão bons como julgamos de nós mesmos.

  • Próprio da época

    Diário do Comércio (São Paulo), em 03/01/2005

    Estamos em época de festas. Milhares de compradores invadiram as lojas, principalmente nos shopping centers e na rua 25 de Março, para trocar presentes com os amigos e os darem a crianças, que ainda acreditam em Papai Noel e põem o sapato atrás da porta, como também eu fiz na minha infância já longínqua. Não há, que me conste, um só brasileiro que não esteja em estado de otimismo sobre o Brasil e seu futuro, ao menos por alguns meses de 2005. É a época.

  • Loucura e lucidez

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/01/2005

    O lugar-comum e a má informação generalizada colaram em cada ano que se inicia o adjetivo "próspero". Desejam a todos nós e nós desejamos a todos um próspero Ano Novo. Não nos custa nada formular este voto, e nada custa aos outros que nos desejam a mesma prosperidade.