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Artigos

  • Um dia do passado

    Dando de barato que o nosso mundo ainda terá milhões de séculos pela frente, sempre imaginei o trabalho dos futuros arqueólogos para procurar indícios de vida inteligente no passado da humanidade. Aluviões, calor ou frio terão destruído muitas coisas, principalmente as coisas do nosso tempo.

  • Exílio e morte

    Desta vez, não faltam assuntos para comentar: mensalão, Cachoeira, sucessão na Prefeitura de São Paulo, atraso nas obras da Copa do Mundo -a lista é suculenta.

  • Fantástico

    A secretária andou arrumando a estante onde guardo livros de outros tempos e, de repente, esbarrei com alguns deles na mesa de trabalho.

  • Heleno, o mito

    O filme de José Henrique Fonseca sobre Heleno de Freitas(1920-1959) não diz tudo sobre o craque botafoguense, interpretado nas telas por Rodrigo Santoro.  Para tentar entender o grande craque, tomo emprestado um trecho de Carlos Heitor Cony sobre o genial compositor Puccini: “Thomas Edison, o maior inventor do seu tempo, deu a Puccini um dos seus primeiros gramofones, com a enorme tuba em ouro, na qual mandou gravar: “Outros depois de mim farão inventos maiores, mas ninguém fará melodias mais belas do que  Puccini.”

  • Haja saco

    O futuro do jornal impresso é um dos temas que mais preocupam os entendidos em comunicação -e não me incluo entre eles. Preço do papel, distribuição, custo de impressão, defasagem entre o fato e a notícia, concorrência com as novas mídias são muitos os elementos que concorrem para a geleia geral que indica, entre outras coisas, o fim do que se podia chamar de era do papel cheio dos tipos móveis criados por Gutenberg.

  • Um centenário

    Cientista político, sociólogo de fama, palestrante disputado pelas faculdades, professor emérito de duas universidades, Ph.D em história e economia, somente ele poderia ser convidado para falar sobre Nelson Rodrigues, cujo centenário estamos comemorando.

  • Obras inacabadas

    Num museu em Florença (Galleria dell'Accademia), está a série de esculturas inacabadas, obras de Michelangelo, o mármore ainda bruto não de todo cinzelado, esboçando um conjunto monumental de escravos.

  • O cavalo e o camelo

    Não é de hoje a ideia de criar uma comissão para decidir sobre determinados problemas. Quando um governo, uma empresa, um general em campanha enfrentam uma questão delicada, o remédio é formar uma comissão para estudar, avaliar e, em caso extremo, resolver a situação na base do "fizemos o que foi possível". Quando se viu perdido em Waterloo, Napoleão fez uma coisa rara: convocou uma reunião de generais. que decidiram esperar por reforços que não vieram. A comissão que apurou o assassinato de J. F. Kennedy até hoje é contestada. Dizem que um dos desenhos mais bonitos da natureza, o cavalo, foi criado por Deus. O camelo, que embora mais resistente é mais bagunçado, foi criado por uma comissão de sábios e artistas. Evidente que louvo a recém-criada Comissão da Verdade para apurar os crimes que ocorreram no regime militar. Admito que dona Dilma escolheu pessoas idôneas e bem-intencionadas para fuçar os arquivos -se é que eles ainda existem. De qualquer forma, uma faxina cívica e moral deverá ser feita para que todos conheçamos a longa noite de chumbo que atravessamos e não queremos atravessá-la de novo, num futuro que, de repente, pode ser armado -e "armado" é bem o termo para o que houve. Quando um executivo tem um abacaxi nas mãos, a primeira coisa que faz para descascá-lo é nomear uma comissão de alto nível para apurar os fatos, doendo a quem doer. Acontece que um governo bem azeitado, como o que dona Dilma pretende fazer, tem elementos próprios, dispõe de toda a estrutura de um poder institucional e plenamente democrático para revelar à nação os tumores que, embora recolhidos por qualquer acidente de percurso, podem provocar uma metástase que colocará novamente em risco nossa acidentada vida nacional.

  • Omelete de ovos de camelo

    Não faz muito, dei um giro por terras e ares do chamado Oriente Médio, onde estavam acontecendo coisas que não me interessavam, mas interessavam à revista na qual trabalhava. Naquela época, as coisas pareciam estar melhores do que agora, com as sucessivas crises econômicas e políticas que estão acontecendo por lá. Houvera uma espécie de acordo entre Israel e Egito, o que me obrigou a uma certa permanência nos dois países.

  • "Res sacra reus"

    Mais por penitência do que por curiosidade, assisti até o fim à sessão da comissão de inquérito que convocou o Cachoeira para dar informações sobre o atual e vergonhoso escândalo que continua em cartaz.

  • O túmulo e o sanduíche

    Uma semana em Nova York e paguei dois tributos de visitante classe média: um bom espetáculo na Broadway, com "Porgy and Bess", montado por um extraordinário elenco negro, a música de Gershwin sendo ainda a melhor trilha musical para a cidade; e uma comprida visita às obras do Marco Zero, onde está sendo finalizado o memorial das 2.983 vítimas do atentado de 11 de setembro que derrubou as duas torres do World Trade Center.

  • A cueca do poder

    Na redemocratização do Brasil depois do Estado Novo, o primeiro deputado a ser cassado foi Barreto Pinto, que apareceu de cueca numa revista de grande circulação nacional. Foi um escândalo. Como, de hora em hora, Deus piora, o decantado decoro parlamentar baixou a níveis tais e tantos que uma cueca a mais ou a menos não causaria espanto. Não apenas no dia a dia do Congresso, mas na vida pública em geral.

  • Emoções

    Nada a ver com o sucesso homônimo do Roberto Carlos. Mas emoções existem, sempre existiram, nem a idade nem o controle interior que adquirimos à custa das porradas da vida conseguem riscá-las dentro da gente.

  • O rei e o frade

    Suponhamos que um historiador, lá pelo século 22, queira saber como era o mundo no século 21, tomando como base de pesquisa a semana que passou, no ano da graça de 2012. Afinal, uma semana como outras. Ele terá uma noção assombrosa do nosso tempo.