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Artigos

  • Divisão perigosa

    O Globo, em 26/07/2017

    O racha da equipe econômica é a pior notícia que o presidente Temer poderia receber, mas reflete o momento perigoso que o governo vive. Por isso ele tentou na noite de ontem restabelecer a relação entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que, mesmo cochilando a seu lado, é o pau que sustenta a barraca do governo, e o ministro do Planejamento Dyogo Oliveira, pau mandado do senador Romero Jucá, que continua sendo visto dentro e fora do governo como um influente conselheiro no Planalto do Planalto, quase um ministro ad hoc no campo econômico.

  • Presidencialismo enfraquecido

    O Globo, em 25/07/2017

    Não chegamos ao ponto a que chegou a Argentina no período entre 2001 e 2002, que teve cinco presidentes em 12 dias, mas que estamos num regime presidencialista em decadência, isso estamos. Na Argentina, após a queda de Fernando de la Rúa, devido a uma onda de protestos, o presidente do Senado, Federico Ramón Puerta, assumiu o governo interinamente, mas ficou apenas dois dias. O governador da província de San Luís, Adolfo Rodriguez Saá, foi eleito por 60 dias, mas, como parecesse querer um governo de vários anos, criando até uma nova moeda, acabou caindo rapidamente, oito dias depois.

  • Uma questão delicada

    O Globo, em 23/07/2017

    Não é sem propósito que o presidente Michel Temer, sempre que pode, diz que a gravação que Joesley Batista fez da conversa dos dois naquela noite no Palácio Jaburu é ilegal, mesmo sabendo que existe uma jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que considera prova válida a gravação de um dos interlocutores de uma conversa.

  • Segurança de longo prazo

    O Globo, em 22/07/2017

    Uma mancada do governador Pezão precipitou a revelação do plano de segurança para o Rio que vem sendo montado há alguns meses. Ao anunciar a vinda de cerca de 800 soldados da Força Nacional para o Rio, e ser surpreendido com a informação de que esse contingente já está chegando ao Estado desde maio, o governador revelou, pelo menos em parte, a estratégia que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) vem montando em sigilo, junto com o ministério da Defesa.

  • Mudança de planos

    O Globo, em 21/07/2017

    O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, está assumindo cada vez mais a posição de defensor do Rio de Janeiro, onde é eleito, para cacifar-se para a disputa do governo do Estado caso não se concretize a saída do presidente Michel Temer da presidência.

  • O DEM renasce

    O Globo, em 20/07/2017

    Jurado de extinção por Lula quando ainda era o presidente popular que elegeu o poste Dilma em 2010, ameaçado pela criação do PSD de Gilberto Kassab em 2012 que o desidratou, o DEM, antigo PFL, teve que trocar de nome para tentar se modernizar, parecia carta fora do baralho partidário, mero coadjuvante do PSDB, e hoje se torna o peão de uma possível reformulação partidária que uniria inicialmente dissidentes do PSB para, mais adiante, ser o embrião de um novo partido que acolhesse dissidentes de outras legendas, até mesmo do PSD de Kassab.

  • Os partidos se mexem

    O Globo, em 19/07/2017

    A disputa pela dissidência do PSB entre o DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o Palácio do Planalto, com a interferência pessoal do presidente da República, Michel Temer, demonstra, por um lado, que o governo tem apoiadores até mesmo nos partidos de oposição, assim como tem opositores em partidos da base, como o PSDB.

  • O fator Lula

    O Globo, em 18/07/2017

    A possibilidade de Lula se tornar inelegível para a eleição presidencial de 2018 domina as discussões políticas, e reunião recente de partidos de esquerda para traçar um Plano B provocou irritação no ex-presidente, que decidiu lançar-se candidato logo depois de divulgada sua condenação pelo Juiz Sérgio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que investiga o triplex do Guarujá.

  • Judicialização ajuda Lula

    O Globo, em 16/07/2017

    A vergonhosa proposta do deputado petista Vicente Cândido de incluir na reforma política uma nova regra que impede a prisão de presumíveis candidatos até oito meses antes da realização das eleições, e não 15 dias antes, como manda a atual legislação eleitoral é somente um desplante, uma afronta a mais ao povo brasileiro, e evitaria, se viável fosse, apenas uma eventual prisão de Lula, e não sua inelegibilidade.

  • O risco do PSDB

    O Globo, em 15/07/2017

    O PSDB, que nasceu em junho de 1988 de uma dissidência do PMDB, na época dominado por Orestes Quércia, governador de São Paulo, o principal expoente da ala fisiológica do partido, hoje, encontra-se preso a uma contradição de sua própria história, pois não consegue desvencilhar-se de uma aliança carcomida com o próprio PMDB, envolvido, como quase sempre, em acusações de corrupção e fisiologismo político, depois de ter vivido uma história de resistência e luta contra a ditadura em que políticos como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves davam o tom do partido.

  • Complexo de Peter Pan

    O Globo, em 12/07/2017

    O que se viu ontem no plenário do Senado remete a cenas a que estamos assistindo diariamente na Venezuela, com o Congresso sendo invadido por vândalos, e parlamentares submetidos a pressões ilegais por representantes de corporações que cuidam de seus interesses sem atentar para os do país.

  • A favor da sociedade

    O Globo, em 11/07/2017

    Até agora, o governo já substituiu nove deputados para tentar derrubar a denúncia contra Michel Temer. Com as alterações, é provável que o resultado seja revertido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas de qualquer maneira é uma confissão de fragilidade do Governo. Mudando os membros da Comissão até a última hora, demonstra o receio de perder.

  • Votar melhor

    O Globo, em 09/07/2017

    Assim como não houve golpe no impedimento da então presidente Dilma e sua substituição pelo vice-presidente Michel Temer, também não haverá “o golpe no golpe” se o presidente da Câmara Rodrigo Maia acabar assumindo a presidência da República com o afastamento de Temer, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) o julga por corrupção passiva, a pedido do Procurador-Geral da República Rodrigo Janot.

  • Um governo terminal

    O Globo, em 08/07/2017

    A gente sabe que a situação não está boa quando as metáforas mais usadas se referem a situações terminais, como a morte. Foi assim com o relator do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Herman Benjamim, que, ao constatar que a chapa Dilma/Temer seria absolvida “por excesso de provas”, saiu-se com a frase já famosa: “Recuso o papel de coveiro de prova viva. Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”.

  • Contendo a sangria

    O Globo, em 07/07/2017

    Pode ter sido uma decisão “de caráter exclusivamente operacional” a desmobilização da força-tarefa da Polícia Federal, incorporada pela Superintendência da PF no Paraná, mas não é possível aceitá-la sem um mínimo de desconfiança.