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20 anos da Biblioteca Rodolfo Garcia

Em 1999, sob a presidência de Arnaldo Niskier, o plenário decidiu, por unanimidade, criar uma nova Biblioteca, denominada Rodolfo Garcia, por sugestão de Josué Montello. Na gestão de Tárcisio Padilha, desenvolveu-se o projeto arquitetônico, sendo concluída a construção civil na gestão de Alberto da Costa e Silva (2002-2003), que sugeriu e instituiu, em fevereiro de 2004, a Comissão de Seleção do acervo.

A Biblioteca Rodolfo Garcia foi inaugurada em 22 de setembro de 2005, na presidência de Ivan Junqueira, sob a direção do Acadêmico Murilo Mello Filho (2004-2009), sucedido pelo Acadêmico Alberto da Costa e Silva, que permaneceu no cargo de 2010 a 2017. Nas palavras do Acadêmico Alberto da Costa e Silva, em entrevista concedida ao diretor das Bibliotecas que o sucedeu, Acadêmico Alberto Venancio Filho: “As duas Bibliotecas da Academia são as janelas que se abrem para o país. Pelas quais Ela vê o país por essas janelas. E o país as vê por essas janelas, também.”

Atualmente o diretor das Bibliotecas é o Acadêmico Arno Wehling.

Em 2025 a Biblioteca Rodolfo Garcia celebrará 20 anos de sua inauguração e, para marcar essa data, estão sendo preparados dois eventos: uma exposição em homenagem ao Acadêmico Alberto da Costa e Silva, e um Encontro Acadêmico, com a condução dos Acadêmicos Arno Wehling e José Roberto de Castro Neves.

 

Sobre a Exposição “Entre África e Brasil: o Acervo de Alberto da Costa e Silva”

Intitulada “Entre África e Brasil: o Acervo de Alberto da Costa e Silva”, a mostra reunirá livros, arquivos e imagens africanas que integraram o acervo pessoal do Acadêmico. A inauguração acontece dia 25 de setembro, na Sala de Exposições da BRG, com a presença de Acadêmicos, familiares e convidados na cerimônia de abertura. 

 

Sobre o Encontro Acadêmico

O Encontro tem como proposta ampliar os diálogos acadêmicos entre a Academia Brasileira de Letras, o Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGMS/UNIRIO) e o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense (PPGCI/UFF), configurando-se como a aula magna dos cursos de Mestrado e Doutorado da UFF. O evento será realizado no dia 22 de setembro, data do aniversário da BRG, na Sala José de Alencar, das 9h às 17h. A programação será dividida em dois turnos: pela manhã, a mesa será conduzida pelo Acadêmico Arno Wehling; à tarde, pelo Acadêmico José Roberto de Castro Neves.

1ª Mesa: MEMÓRIA
Analisar as perspectivas e os desafios da integração educacional, social e cultural dos acervos de memória;
 
Refletir sobre a relevância das coleções particulares enquanto expressões de memória, interação social e produção intelectual compreendendo como essas coleções, muitas vezes formadas a partir de interesses pessoais e trajetórias acadêmicas, podem se consolidar como importantes instrumentos de preservação da memória; 
 
2ª Mesa: COLECIONISMO
 
Pensar na atuação dos gestores da informação em instituições de memória, considerando suas responsabilidades sociais, culturais e institucionais. 
 
Observar os aspectos históricos, culturais e sociais do colecionismo, compreendidos como elementos essenciais para a formação e o desenvolvimento de acervos, seja eles vinculados a instituições públicas ou particulares. A proposta inclui a abordagem tanto das atividades técnicas quanto das dimensões intelectuais do trabalho biblioteconômico, com ênfase no tratamento, organização e disseminação da informação em diferentes suportes e formatos. 
 
 
ENCONTRO

"Memória e Formação de Acervos Institucionais: 20 anos da Biblioteca Rodolfo Garcia"

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RODOLFO GARCIA

O patrono da Biblioteca Rodolfo Garcia nasceu no Rio Grande do Norte em 1873 e faleceu no Rio de Janeiro em 1949, tendo sido eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1934. Formado em Direito pela Faculdade do Recife, deslocou-se para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à verdadeira vocação, a de pesquisador de história do Brasil, etnografia e linguística. Foi diretor do Museu Histórico Nacional e da Biblioteca Nacional.

A extensa obra de Rodolfo Garcia espraigou-se por livros, artigos, anotações, estudos introdutórios e edições anotadas, podendo ser classificada em estudos etnolinguísticos, estudos históricos e edições críticas.

Entre os primeiros, destacam-se Dicionário de Brasileirismos (peculiaridades pernambucanas), Nomes geográficos peculiares ao Brasil, Frases e discursos tupis e Glossário das palavras e frases da língua tupi.

Entre os estudos históricos, História das explorações científicas no Brasil, Etnografia indígena, Viagens de D. Pedro II História política e administrativa do Brasil.

Foram muitas as edições críticas, anotadas ou em estudos introdutórios, como o Diário do padre Samuel Fritz, a Nobiliarquia Pernambucana de Borges da Fonseca, os Diálogos das grandezas do Brasil, os tratados de Fernão Cardim e Pedro de Magalhães Gandavo e os livros de Varnhagen Florilégio da Poesia Brasileira e História Geral do Brasil.

As publicações periódicas em que mais colaborou foram a Revista da Academia Brasileira de Letras, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e os Anais da Biblioteca Nacional.

Como historiador, vinculou-se à tradição hermenêutica que vinha de Francisco Adolfo de Varnhagen (um dos patronos da ABL) e prosseguiria com seus discípulos Pedro Calmon, Americo Jaobina Lacombe e Hélio Viana, os dois primeiros também acadêmicos. Caracterizou essa tradição o foco na interpretação documental, em geral centrada na questão Estado e na temática política e um rigoroso cuidado heurístico com as fontes históricas.

 

ALBERTO DA COSTA E SILVA

O acadêmico Alberto da Costa e Silva, em cuja presidência foi criada a Biblioteca Rodolfo Garcia, foi homem múltiplo. Diplomata, representou o país como embaixador na Nigéria, Benin, Portugal, Colômbia e Paraguai. Intelectual de formação muito ampla, era historiador, poeta e memorialista, tendo sido contemplado, entre outros reconhecimentos, com o prêmio Camões. Pela abrangência de seu conhecimento e pelo interesse humanista que sempre evidenciou, pode ser considerado um verdadeiro sábio renascentista.

Como historiador e maior africanista brasileiro, publicou obras que se tornaram clássicas, como A enxada e a lança: a África antes dos portugueses e A manilha e o libambo: a África e a escravidão de 1500 a 1700, além de outros estudos sobre a especialidade. Nestes trabalhos procurou mostrar não apenas as relações atlânticas centradas no tráfico de africanos para o trabalho na América, mas a organização das próprias sociedades africanas e sua rica vida cultural. De seu interesse pela África resultaram também dois livros de literatura infanto-juvenil, Um passeio pela África e A África explicada aos meus filhos.

Sua obra poética e o memorialismo são, igualmente, marcos relevantes da produção de Alberto da Costa e Silva, destacando-se os Poemas reunidos, Ao lado de Vera, Espelho do príncipe e O pai do menino. Organizou também obras coletivas e antologias, entre estas A nova poesia brasileira, Poemas de amor de Luís Vaz de Camões, Augusto Meyer: ensaios escolhidos, Antologia da poesia portuguesa contemporânea, com Alexei Bueno e O livro dos Ex-libris, com Anselmo Maciel.

Ativo participante das instituições a que pertencia, foi orador e vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e presidente da Academia Brasileira de Letras, onde ingressou em 2000, de 2002 a 2003.

Acadêmico Arno Wehling

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Exposição "Entre África e Brasil: o acervo de Alberto da Costa e Silva