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Artigos

  • As bananeiras do Coroadinho

    O Estado do Maranhão, em 12/07/2015

    A roda do mundo, como dizia Tribuzi, nos seus versos em que lamentava “que tempo de viver-se”, continua a trazer a cada dia o acontecimento impossível. 

  • Prestação de contas

    Folha de S. Paulo, em 01/02/2015

    O general Figueiredo ao se despedir do povo brasileiro pediu que o esquecessem. Que estava ressentido, estava. Tanto que se negou a transmitir o poder ao seu substituto José Sarney. Sua assessoria de relações públicas exibiu em rede nacional um documentário de quase uma hora, mostrando as grandes realizações do seu governo.

  • O bem e o mal

    O Estado do Maranhão, em 31/08/2014

    Esta eleição teve aspectos e mudanças que a tornaram singular, o pior e mais trágico o acidente que vitimou o Eduardo Campos, morto no momento em que alcançava seus voos para cumprir um futuro. Talvez tenha sido ele que lançou o tema do velho e do novo, que sempre se renovou em todas as eleições e todos os momentos de troca de governo.

  • O bem e o mal

    O Estado do Maranhão, em 30/08/2014

    Esta eleição teve aspectos e mudanças que a tornaram singular, o pior e mais trágico o acidente que vitimou o Eduardo Campos, morto no momento em que alcançava seus voos para cumprir um futuro. Talvez tenha sido ele que lançou o tema do velho e do novo, que sempre se renovou em todas as eleições e todos os momentos de troca de governo.

  • Rede na cabeça

    O Globo, em 21/08/2014

    Marina Silva está acreditando que já é um fenômeno eleitoral e dispensa apoios de indesejáveis. Segue assim o caminho que Eduardo Campos decidira trilhar, só que ele escolheu a dedo os seus indesejáveis: Renan Calheiros, José Sarney, Fernando Collor. Marina adicionou à lista o PSDB e o PT, firmando assim uma imagem de terceira via pela confrontação, e não pela negociação.   Se abre mão antecipadamente do PMDB - que Campos queria colocar na oposição a seu governo - mas também PT e PSDB, com quem Marina irá governar? A decisão de Marina Silva de recusar o apoio do PSDB de São Paulo mesmo com a aliança feita pelo PSB sob comando de Eduardo Campos, mostra bem o rumo que sua candidatura tomará.   Se anteriormente não faria muita diferença que ela não aparecesse em comícios ou reuniões da coligação pois Campos apareceria, agora sua ausência é uma afronta política a um governador que deve se eleger no primeiro turno no maior colégio eleitoral do país. E a recusa a apoiar Lindbergh Farias do PT no Rio fecha a porta também ao partido que está no governo, marcando uma posição firme de alternativa "a tudo o que está aí".

  • Sarah, leito 5, Natal

    Diário do Amapá, em 12/11/2012

    Entrei no primeiro estágio. É assim que se chamam, na excelente rede de hospitais Sarah, as conhecidas UTIs, unidades de terapia intensiva que, em situações extremas, buscam evitar a morte. Ia com minha mulher cumprir a graça de Deus de poder assistir nossas velhas até seus últimos e longos anos.

  • Divagações sobre o passado

    Diário do Amapá, em 05/11/2012

    Muitas vezes me disseram que era necessário dar um murro na mesa. A expressão, bem simplista, é daqueles que acreditam que se podem resolver impasses com gesto de força. Respondia que podia quebrar a mesa ou quebrar a mão, sem excluir quebrar as duas.

  • Maravilhoso mundo

    O Estado do Maranhão, em 04/11/2012

    Rimbaud, o poeta de Uma temporada no inferno, escreveu, com a angústia de viver o tempo futuro, a sentença de que "devemos ser absolutamente modernos" . A roda do mundo nos faz o passado parecer sempre melhor, vendo o presente como um vencer dificuldades e com a certeza de que a vida é feita com o dia-a-dia. O futuro nos seduz a pensar num terreno azul de soluções e esperanças. O passado é o já vivemos, já vencemos a graça da vida. A sensação do presente é o mar das sobrevivências, das ciladas do cotidiano, em que ainda há muito o que fazer para o próximo, para a humanidade e para acabar com todas as injustiças. É uma inconformação com o sofrimento, com o medo e com o próprio presente. Já o futuro é uma busca de esperança, no mínimo a incerteza quanto a dias piores. Foi Alçada Baptista, o extraordinário escritor português, autor da Peregrinação Interior, quem me fez lembrar que o padre Vieira tinha "saudades do futuro", o que completa o ciclo das vivências, porque o racional são as saudades do passado.

  • Uma eleição sem partidos

    Diários do Amapá, em 26/10/2012

    Meu avô contava a história de um político que entrou num cemitério e parou diante de um túmulo, onde estavam escritas as velhas palavras: “Aqui repousa em paz fulano de tal”. Ele escreveu embaixo: “Porque nunca concorreu a uma eleição”. Nem depois de morto tem paz.

  • Doação ao povo maranhense

    O Estado do Maranhão, em 14/10/2012

    Saulo Ramos, grande advogado, jurista e escritor dos melhores, acaba de publicar uma antologia de sua obra poética. Um dos seus poemas diz: “E façamos por tudo que hoje amamos / dois juramentos extremos / o de esquecer para sempre / e nunca lembrar que esquecemos”.

  • A Burrice e a Política

    Diário do Amapá, em 28/11/2011

    Um dia, estava com Tancredo Neves e descontraidamente conversávamos sobre a política, as suas vicissitudes, suas amarguras e seu potencial gratificante. Perguntei-lhe o que responderia se ele tivesse de arrolar três virtudes que deviam ter os políticos. Ele com certo humor me disse: “Sarney, para mim acho que as sete primeiras são paciência, as outras três você pode escolher como quiser.” Rimos juntos e fiquei logo certo de essas primeiras sete eu possuía demais e muitas vezes fui criticado por essa conduta.

  • Netas de Tiradentes

    Diário de Amapá, em 10/10/2011

    Fiquei com pena de Tiradentes. De repente está passando à História como sugador da Nação. Tinha tantos privilégios que até hoje transmite a quatro trinetos pensões de dois salários mínimos. Não temos realmente o gosto de fazer justiça. O maior de todos os heróis brasileiros não pode ser alvo de notícias que podem levar a conclusões erradas. Um menino francês, numa enquete sobre a identidade nacional, disse que ser francês era cantar a Marselhesa, belicosa, a convidar os cidadãos às armas. Aqui, tenho medo de perguntar a um estudante quem é Tiradentes e ele me responder que é aquele que tem quatro trinetos recebendo pensão do governo.

  • Ano Velho

    Folha de São Paulo, em 31/12/2010

    Nos meus tempos de menino, Pinheiro e São Bento, terras em que nasci e onde passei minha infância, na casa do meu avô, os bichos ali existentes faziam parte do nosso afeto. Não eram muitos, mas pelo quintal pastava sempre uma vaca parida para o leite fresco. Quando viajei ali estava Severina, boa de leite. Outra de que me recordo era a Beijosa, mansa e fácil de ordenhar. Havia também um cachorro, Seu Zezé – latia muito, mas não gozava da fama de ser valente.

  • Um ano de incertezas

    Brasil Econômico, em 29/12/2010

    O ano de 2010 foi marcado pela falta de segurança na economia mundial, decorrente da crise deslanchada em 2008, que ainda se faz sentir. Em certos países seus efeitos continuam se agravando, em outros ela dá sinais de arrefecimento. O certo é que se fala em economia globalizada, que existe, sim, mas não é igual em todos os espaços econômicos.

  • Notas das noites-boas

    O Estado do Maranhão, em 26/12/2010

    O Natal é, das festas populares, aquela que tem um significado sem apoio na razão. É um mistério jamais desvendado, que somente se apoia na fé e no dogma. Só ela nos faz recolher deste dia tudo de transcendente que é a aliança de Deus com os homens. Deus, senhor de todas as coisas e do mundo, manda a este planeta azul um menino, seu filho, para que não estejamos sós na face da Terra. Ele nos dará confiança e apoio nas nossas desilusões e nos ajudará a cantarmos as aleluias de ação de graças nas nossas alegrias.