CPI vai criar um fardo difícil para Bolsonaro
O centrão está ligado ao governo e enquanto ele se sustentar, irão sugar tudo o que podem.
O centrão está ligado ao governo e enquanto ele se sustentar, irão sugar tudo o que podem.
Quantos milhares de mortos mais teremos que enterrar antes que nos convençamos de que um governo que, por incúria ou projeto, deixou morrer mais de 500 mil pessoas, não pode continuar tendo o comando do país em meio a essa verdadeira guerra que estamos perdendo por falta de comando ?
Todos os 14 nomes incluídos na lista de investigados da CPI da COVID mentiram muito nos depoimentos, esconderam deliberadamente ações internas do ministério da Saúde, como o ministério paralelo, as decisões de forçar a imunidade de rebanho e de atrasar as vacinas.
Assim como Diógenes procurava pelas ruas de Atenas, de lanterna acesa na mão, “um homem honesto”, procura-se um candidato que seja não apenas honesto, mas capaz de mobilizar os eleitores que recusam mais uma vez a polarização entre Bolsonaro e Lula.
Sempre que uma crise política parece insolúvel no Brasil, surge a proposta de adotar o parlamentarismo e, mais recentemente, o semipresidencialismo, projetos que retiram do presidente poderes que seriam compartilhados, em maior ou menor grau, com o Congresso.
O deputado Rodrigo Maia é um típico exemplo de político que nunca foi popular, nunca teve grande votação - tem sido eleito com pouca folga - mas ao contrário dos políticos populares, é um grande articulador de bastidores.
É natural que o Ministério Público de São Paulo queira autuar pessoas que descumpriram artigos ligados à segurança sanitária durante a motociata de Bolsonaro no último sábado.
Se há um tipo de político que faz falta no Brasil de hoje, ele é encarnado por Marco Maciel que morreu ontem aos 80 anos, depois de uma longa enfermidade.
Os últimos dias revelaram dados concretos para confirmar o que já se intuía: Bolsonaro é um personagem político que se movimenta mais à vontade nas sombras, à margem das instituições oficiais.
Em mais um movimento que comprova como estamos regredindo como nação, mal conduzida em anos recentes e de maneira calamitosa desde o início do governo Bolsonaro, agora é o futebol que mobiliza o governo federal de maneira completamente equivocada.
O arquivamento do processo de indisciplina contra o General Eduardo Pazuello, sob pressão do presidente Bolsonaro, foi um erro do Comandante do Exército, General Paulo Sérgio Nogueira, gerou insegurança e alimentou suspeitas de que o Exército sucumbiu a um projeto autoritário que está em curso.
Ao pedir que o ministro da Defesa Fernando Azevedo Silva se demitisse, o presidente Bolsonaro se queixou de que não tinha respaldo político por parte de seus ministros militares.
Embora o vice-presidente Mourão tenha falado que a nomeação do general Pazuello como secretário de Assuntos Estratégicos não irá interferir na sua punição, o ato é uma maneira de o presidente Bolsonaro mandar um recado para o Exército.
Aparentemente, não foi preciso subornar ninguém para trazer a Copa América para o Brasil