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Artigos

  • A caixa de Pandora

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 13/06/2004

    Na mesma manhã, três sinais vindos de continentes diversos: um correio eletrônico do jornalista Lauro Jardim, pedindo para confirmar alguns dados sobre uma nota a meu respeito, e mencionando a situação na Rocinha, no Rio de Janeiro; um telefonema da minha mulher, que acaba de desembarcar na França - viajara com um casal de amigos franceses para mostrar nosso país e os dois terminaram assustados, decepcionados - e finalmente, um jornalista que vem me entrevistar para uma televisão russa:

  • Mister se torna neoliberal

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 11/06/2004

    As palavras , como tudo na vida, sofrem a ação inexorável do tempo. Nascem, amadurecem, têm seu instante de esplendor e depois morrem. Ao contrário dos seres vivos, ficam insepultas. Veja-se a palavra "sevandija". No século 19, não se escrevia um artigo, uma catilinária, sem que ela fosse empregada. Hoje, ninguém mais se lembra do que é. Caiu no túmulo das palavras mortas. Até ficou um título de saber conhecer palavras arcaicas. Luís Carlos Bello Parga, que foi senador e um dos mais cultos colegas que tivemos naquela Casa, era respeitado porque "sabia línguas mortas" e gastava seu lazer em traduzir inglês arcaico.

  • A morte de um herói

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 09/06/2004

    Foram poucos os autores da derrubada do Império do Mal, como ficou conhecido, graças a Reagan, o Império Soviético. O primeiro foi o papa João Paulo II, com a ajuda de Lech Walesa, depois foram Reagan e madame Thatcher e, finalmente, a adesão das massas exploradas pelos senhores do mundo vermelho simbolizado pelo Kremlin. Estava fundo o comunismo, em pouco tempo. Ficaram, apenas, os nostálgicos, como os temos aqui, mas são poucos e inúteis.

  • O mundo de Kafka

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 08/06/2004

    Estamos, em várias partes do mundo, lembrando Franz Kafka neste junho, que marca os 80 anos de sua morte. Era 1924. Atacado pela tuberculose, deixara Praga e fora internado numa clínica particular nos arredores de Viena. Por ocasião de um congresso literário na Áustria, fui visitar o local em que passara suas últimas semanas de vida.

  • Fórum de cultura

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 07/06/2004

    Uma bela iniciativa da Unesco, com o apoio do Sesc e da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, reuniu no Hotel Glória nada menos de 64 secretários municipais de Cultura. O objetivo era produzir um documento, para ser apresentado no Fórum Cultural Mundial, o que foi feito com muito entusiasmo por parte das pessoas presentes, todas especialistas na matéria.

  • A roubalheira num boteco do Leblon

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 06/06/2004

    Claro, nós estamos acostumados desde a infância. Acho que das primeiras coisas que me lembro na vida é meu avô dizendo na mesa do almoço que aqui no Brasil só tinha ladrão.

  • O filósofo e o governo

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 06/06/2004

    Hoje em dia, em todos os países, nos acostumamos a escutar com respeito e reverência os chamados “cientistas políticos” - como se a política fosse algo igual à matemática ou à física - seguindo uma série de regras lógicas e racionais. Se assim fosse, não estaríamos vendo a violência na América Latina, a miséria na África, os confrontos religiosos espalhados pelo mundo inteiro, os americanos e iraquianos mortos em nome de uma causa perdida e de uma guerra arbitrária. Se política fosse uma ciência, mesmo inexata, bastaria aplicar algumas equações certas e conseguiríamos empurrar adiante a civilização e o ser humano.

  • Como fazer coisas inúteis

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 04/06/2004

    O Iraque passa a ser um exemplo didático que não se esgota na guerra, na invasão, na bagunça sangrenta em que se transformou. É um espelho a refletir sobre a total falta de senso. Quando quiserem fazer coisas inúteis, melhor advertir: não façam Iraque.

  • Lêdo Ivo: 80 anos de vitalidade

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 02/06/2004

    Nos idos dos anos 50, eu e Lêdo éramos apenas mais dois personagens no extenso fabulário da nossa comum geração de jovens nordestinos nômades que emigravam de suas terras secas lá, no Nordeste, para virem batalhar por um lugar ao sol nesta selva das grandes cidades. Lembro-me bem dos nossos inesquecíveis tempos na Tribuna da Imprensa, quando ele, bem cedinho, irrompia pela redação adentro, na Rua do Lavradio, e ia logo perguntando em alto e bom som:

  • Os autores de fraudes

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 02/06/2004

    A prova de que o presidente Lula não faz medo a seus colaboradores e lobistas, como faria, sem dúvida para quem o conheceu, Jânio Quadros, está na ação ostensiva com que agem, nas compras para a Saúde, preços do superfaturamento das aquisições, que são vultosas, as empresas fantasma para despistar a polícia, e outros ardis em que são férteis as imaginações dos corruptos que aproveitam a falta de autoridade do presidente e de seus companheiros mais próximos, para ganharem sem parar.

  • O MST e as invasões

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 31/05/2004

    Antes das eleições, que conduziram Lula ou Da Silva, como prefere o New York Times , o melhor jornal do mundo, estávamos certíssimos que era ele o homem para frear o ímpeto subversivo, insurrecional, desordeiro, mesmo, do MST. Para nós o presidente Lula ou Da Silva iria por cobro aos abusos e, ao mesmo tempo, aos lucros dos falsos reivindicadores de terras, pois que as vendem quando as recebem e o que vemos é o presidente Lula ocupar-se de tudo, menos de coibir, com energia, os invasores de propriedades legitimas e alheias ao movimento.

  • Macabeu honoris causa

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 31/05/2004

    Na tradição judaica, os macabeus, muito valentes, venceram inúmeras lutas em que se empenharam, especialmente contra os romanos, para reconsagrar em Jerusalém o Grande Templo e o seu respectivo Altar.

  • A exclusão bibliográfica

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 30/05/2004

    Às vezes, até admito que por excesso de escrúpulos, tenho vontade de escrever aqui sobre a importância do livro e não escrevo, porque não quero expor-me à suspeita de que advogo em causa própria. Afinal, sou escritor e, portanto, interessado em que a difusão do hábito de ler seja vigorosamente impulsionada. E o receio piora porque é surpreendente o número de pessoas que acha que escrever livros bem vendidos, o que por acaso acontece comigo volta e meia, é fonte certa de riqueza. Mesmo em conversas com gente informada, descubro que pensam que o que pagam pelos livros vai quase inteiramente para o bolso do felizardo autor e tomam um susto quando lhes conto como se passam as coisas. E, isto, embora não tenha muita importância para o que pretendo dizer, me motiva a uma explicaçãozinha preliminar.

  • A China e a princesa Mazako

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 28/05/2004

    Helmut Schmidt, ex-chanceler da Alemanha, notável estadista, fazendo visões e profecias sobre o século 21, disse que "o novo e o atual século será da Índia, e não da China".