Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Artigos

Artigos

  • Roda dos expostos

    "Roda dos expostos" recebia bebês rejeitados até o final dos anos 40. Feitas de madeira, eram geralmente um cilindro oco que girava em torno de seu próprio eixo e tinha uma portinha voltada para a rua. Sem ser identificada, a mãe deixava seu bebê e rodava o cilindro 180 graus, o que fazia a porta ficar voltada para o interior do prédio, onde alguém recolhia a criança rejeitada. Em São Paulo, bastava a campainha soar no meio da noite para as freiras da Santa Casa terem a certeza de que mais uma criança acabava de ser rejeitada.

  • O inferno de nossa desesperança

    Como título de livro, sobretudo de romance, nada mais estimulante e politicamente correto do que "Grandes Esperanças". Não vem ao caso lembrar Dickens, que, além de bom romancista (sem ser exatamente genial), parece que era um homem bom, pelo menos a julgar pela obra que deixou.

  • A clonagem de trabalhos e a nova pedagogia

    O assunto é delicado e hoje objeto de graves preocupações por parte de professores e especialistas. Escolas atentas e com um bom projeto pedagógico estão valorizando o emprego de manuscritos, sobretudo em aulas de Língua Portuguesa, para evitar que alguns alunos pretensamente espertos retirem seus textos dos abundantes e nem sempre valiosos sites existentes na Internet.

  • A coroa e a pizza

    Nelson Jobim garantiu que foi técnica a sua decisão sobre a quebra do sigilo de um cidadão que teria emprestado dinheiro (pouco é verdade) ao cidadão Luiz Ignácio Lula da Silva, atual presidente da República e candidato à Presidência da mesmíssima República na próxima eleição presidencial.

  • Síndrome de Herodes

    Não sei se foram três ou quatro as crianças recém-nascidas rejeitadas pelas mães e atiradas em lagoas ou rios em diversos pontos do território nacional. Será um sintoma, uma síndrome de Herodes - aquele rei da Judéia que promoveu a matança dos inocentes para impedir que houvesse alguém que mais tarde o tiraria do trono?

  • Democracia e civilização do medo

    Frente a Angela Merkel, Primeira Chanceler da Alemanha, Bush perguntado, sem rebuços, sobre o escândalo de Guantanamo, também sem papas na língua tornou muito claro que o assunto não é da humanidade, mas, sim, e acima de tudo, da segurança do povo americano. Será indefinida como nos prazos de Kafka, a espera por esse processo, nem há a cogitar-se de que uma Comissão Política Internacional possa visitar o presídio da península cubana. E, significativamente, no enorme alarido que cresce no Congresso contra o Presidente, a denúncia das torturas em Abu Ghraib ou dos vôos secretos da CIA na Europa, ou da escuta sem permissão judicial de todo telefone suspeito não chega ainda à detenção indeterminada dos prisioneiros vindos da primeira onda da guerra do Afeganistão, culminada no abate das torres e na invasão do Iraque.

  • Quantas gigogas fazem uma eleição

    O Rio de Janeiro é um pouco chegado a chuvas escandalosas. Não estou ofendendo São Paulo, onde elas costumam encher túneis e transformar avenidas em canais - e, às vezes, passam mais lanchas que automóveis, porque os automóveis (sem nenhum exagero) estão parados, e aquelas, trafegando.

  • Relembrando Otto Maria Carpeaux

    A Topbooks acaba de lançar "Ensaios Reunidos - Volume 2", com trabalhos de Otto Maria Carpeaux publicados entre 1946 e 1971 em diversos jornais e revistas. Em geral, faço restrições a este tipo de coletânea que recolhe artigos, crônicas, contos, ensaios ou mesmo poemas de determinados autores que espalharam textos muitas vezes circunstanciais, em longa e constante atividade na imprensa. Releve-se a boa intenção e a honestidade dos pesquisadores, mas, em princípio, um autor com acesso às editoras (seria o caso de Carpeaux) teria soberania suficiente para escolher o que, em sua opinião, merecia ser publicado em livro.Há exemplos em que a importância de um Machado de Assis, ou do próprio Carpeaux, obriga à permanência no mercado cultural. Qualquer texto de Machado, seja inédito ou não, merece publicação póstuma. Acredito que Carpeaux esteja no mesmo caso.

  • Livro e Internet

    Quem não o leu deve lê-lo, sim, o artigo do Professor Miguel Reale sobre o livro e a internet. O ilustre filósofo e jurista fez uma sábia reflexão sobre a perpétua do livro e o domínio já insinuado pela cultura e pelo extraordinário que é a internet. Que me conste, é uma primeira análise objetiva e erudita sobre a influência que tem o livro e a internet, cada qual em seu âmbito, para a instituição da cultura como forma de relação social e de projeção internacional.

  • Sufoco nacional

    Amanhã é o dia de são Brás. Não tenho qualquer devoção a ele, mas nunca me esqueço de celebrá-lo. Todos os anos, aqui neste fundo de página, gosto de falar nele, mas nas sextas-feiras escrevo em outro canto, o texto é maior e terei outro assunto.

  • As pedras da Lua

    A maior contradição da humanidade se resume a uma constatação: otimistas e pessimistas têm razão. Pertenço à última categoria, tenho motivos para ser pessimista, mas, admito, vou além, admiro os otimistas, até certo ponto os invejo, embora acredite que são ou estão mal-informados.