“Olhares Fluidos, Regards Fluides” é uma colaboração franco-brasileira em torno da cultura, das tradições, da expressão e de línguas indígenas dos povos originários da Amazônia e da mata Atlântica brasileira. É uma iniciativa da Universidade de São Paulo para o ano Brasil-França 2025, que vai mostrar curtas-metragens com temática indígena, que apresentam narrativas, memórias e olhares contemporâneos de povos originários do Brasil. Em seguida, uma mesa-redonda, com a vice-reitora da Universidade de São Paulo, Maria Arminda do Nascimento Arruda, a ex-ministra da Justiça da França e atual titular da Cátedra José Bonifácio da USP, Christiane Taubira, o jurista Gerson Damiani e os acadêmicos Antonio Carlos Secchin vai aprofundar os temas abordados nos filmes, incluindo questões de preservação cultural, diversidade linguística, representação artística e intercâmbio franco-brasileiro no campo das artes e das humanas. O evento é parte do projeto “Quinta é Cultura “na ABL, com início marcado ára as 15h30.
A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo link: https://www.even3.com.br/olhares-fluidos-regards-fluides-627198
A apresentação também será transmitida ao vivo pelo canal da ABL no YouTube pelo link: https://www.youtube.com/live/M-gvAdAGmQY?si=j8BzPgFu8QUYL2WY
Filmes a serem exibidos e cineastas
1. Catehe 1992
Curta-metragem documentário, de Regina Jehá - Cineasta brasileira radicada em São Paulo, dedicou seus filmes ao tema da relação do homem e da mulher com a natureza e com os povos indígenas do Brasil. Beneficiária de uma bolsa de talentos do Ministério da Cultura do Brasil para uma residência cinematográfica na França, em Paris e nas Ardenas.
O filme retrata a vida cotidiana de um grupo indígena da etnia Yanomami, pouco antes da primeira corrida do ouro em 1980, quando 20 mil garimpeiros invadiram suas terras, trazendo doenças, contaminação da água por mercúrio e perturbações sociais.
2. Já me transformei em Imagem
Kenê Yushi, 2008
Yube Huni Kuin - Cineasta documentarista. Líder do seu povo, Yube Huni Kuin é um cineasta originário do povo Huni-Kuin da Amazônia. É vice-presidente da Federação Huni Kuin e assessor especial para os povos indígenas do governo do estado do Acre.
Curta-metragem documentário
Desde os primeiros encontros com o homem branco e os anos seguintes de escravidão nas plantações de seringueiras até à recuperação das terras e das tradições culturais, esta história de perda e renovação dos Huni Kuin revela-se através das experiências partilhadas pelos membros da comunidade.
3. Rami IKUAI, 2023
Curta-metragem documentário
Une communauté guaranie vit sur les rives de la forêt atlantique au Brésil. Ils continuent leur vie quotidienne pleine de difficultés post-pandémiques, essayant d'obtenir de la nourriture et de préserver leur mode de vie, lorsqu'ils sont dévastés par la grande inondation qui emporte leurs maisons et leurs réserves de nourriture. Ce qui s'est passé est décrit dans la langue originale, entre mère et fille, sur la base de leurs efforts de reconstruction et de survie.
4. Atelier Conference de Tissage Huni-Kuin 2023-2024
A tecelagem Huni Kuin é uma das mais antigas tradições de artesanato produzidas pelas mulheres desse povo, também conhecido como Kaxinawá, mantendo a cultura viva e preservada por meio de desenhos sagrados - o Kenê.
Isa Tximá Huni Kuin
Nascida em Jordão, vila de Belo Monte, na floresta amazônica do estado do Acre. Formada em fisioterapia pela PUC-SP e especialista em medicina integrativa. Professora, artesã e animadora do tear de miçangas e da tecelagem Huni Kuin. Organiza oficinas de tecelagem com algodão orgânico e desenhos gráficos - Kenês. Os mais recentes foram realizados no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, e no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, na companhia do líder indígena e membro da Academia Brasileira de Letras, Ailton Krenak. Diretora do docuanimação Basne Puru (2025)
Hiromi Nagakura - Até a Amazônia com Ailton Krenak
Na oficina-conferência, os participantes descobrem a história do povo Huni Kuin, desde as técnicas de plantio até a preparação do fio de algodão e a montagem do tear, passando pela antiga visão de mundo da cultura Huni Kuin sobre as origens da tecelagem.
5. Haux, 2018
Curta-metragem documentário de animação
Este é um documentário live-action transformado em animação. Filmado na primeira década do século XXI, apresenta Yawa Banê Kaxinawá, uma jovem liderança do povo Kaxinawá do Rio Jordão, no estado brasileiro do Acre, que conta a história da Jiboia Branca e do Duá Busen. O documentário prevê a criação de um pioneiro contemporâneo que viaja pelo mundo para combater os males que afligem seu povo.
6. Rami Rami Kirani, 2024
Curta metragem documentário
Até recentemente, as mulheres Huni Kuin não tinham permissão para consagrar e preparar o Nixi Pae (ayahuasca); apenas os homens conheciam o poder desse remédio. Um filme sobre o aprendizado, as transformações e o poder da ayahuasca através das mulheres Huni Kuin.
Luciana Txira Huni Kuin - Sou Txira Huni Kuin, 23 anos, cineasta, artista e comunicadora indígena originária do Acre. Faço parte da rede Katahirine. Moro na aldeia de Mibãya, na terra indígena da Praia do Carapanã, no município de Taraucá, no estado do Acre. Sou uma jovem indígena do povo Hunikuin. Sou coordenadora de cultura e liderança para os jovens da minha aldeia. Trabalhei como agente de saúde, tornando-me a primeira jovem a ocupar esse cargo na minha comunidade. Atualmente, trabalho com cinema indígena e com palestras sobre a medicina ayahuasca.
7. Tuwe Huni Kuin
Tuwe é do povo Huni Kuin da região do Acre, no Brasil, a província mais ocidental que faz fronteira com o Peru. É líder espiritual e político do seu povo, cineasta e guardião da floresta. Tuwe se esforça para fortalecer e empoderar os povos indígenas e “isolados” por meio da expressão artística, cultural e espiritual, para que possam manter sua autonomia, preservar seu meio ambiente e seu modo de vida. Seu objetivo é local, mas também global, pois ele compreende que a sobrevivência dos povos não contatados está em perigo.
Nós e os Brabos, 2012
Curta metragem documentário
Algumas comunidades indígenas optam por viver isoladas na fronteira entre o Brasil e o Peru, mais precisamente no Acre. A crescente exploração florestal, as atividades mineradoras, a busca por petróleo e o tráfico de drogas os obrigam a se estabelecerem no Brasil em busca de segurança. Nilson Tuwe, diretor do filme, vive na terra indígena Kaxinawá, no rio Humaitá, onde mora com um desses grupos. Sua perspectiva revela os sentimentos e as preocupações da comunidade indígena muito próxima dos “parentes bravos”.
16/10/2025