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Como descobrir o outro

 

Se considerarmos o trabalho da Unesco para o século 21, coordenado por Jacques Delors, são quatro os pilares da educação:

1. Aprender a conhecer; 2. Aprender a fazer; 3. Aprender a viver juntos e 4. Aprender a ser.

É com esse conjunto que se aprende a desco- brir o outro. E assim se pode entender melhor o que é exatamente a missão da educação, nos seus fundamentos essenciais.

Devo confessar que não tenho nenhuma dú- vida de que o sucesso do nosso futuro passa ne- cessariamente pelos professores, o respeito a eles melhor e mais adequada remuneração. O curioso é que essa conclusão não vem de hoje. Quando surgiu em 1932, por exemplo, o Mani- festo dos Pioneiros da Educação Nova, assinado por 26 grandes educadores, entre os quais Fer- nando de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Mei- relles, Francisco Venancio, Roquete Pinto e Lou- renço Filho, entre outros, já se falava em ensi- no de qualidade e valorização dos professores, o que infelizmente não passou da teoria. Não se conseguiu organizar adequadamente a educação brasileira.

Hoje, vivemos às voltas com o Plano Nacio- nal de Educação e suas 20 metas. Na verdade, somente quatro delas têm um andamento ade- quado e sabe-se que faltam recursos financeiros para torná-las viáveis. Queremos hoje dar um novo ensino médio ao país, mas com os atuais recursos isso é muito difícil. Por que esconder essa realidade?

Cito os meus grandes professores. A primeira delas foi Dona Paulina, no Instituto de Educa- ção. Por coincidência, minha amada sogra, mãe da querida Ruth, a quem devo lições por toda a vida. Em São Paulo, no Grupo Escolar Rodrigues Alves, onde estudei dois anos,tive as professo- ras Rosa e Irma. No Colégio Vera Cruz, no Rio, lembro do professor José Pacheco, especialista em Matemática. Na Faculdade de Filosofia, Ci- ências e Letras, os professores Ney Cidade Pal- meiro, Francisco Alcantara Gomes, Felipe San- tos Reis, Haroldo Lisboa da Cunha, Luiz Caeta- no de Oliveira e Faria Goes Sobrinho. De todos guardo uma inesquecível recordação.

Além dessas lembranças dos meus tempos de UDF, UEG e UERJ, devo assinalar as três escolas médias de que fui diretor, a partir da década de 70. Primeiro foi o Colégio Brasileiro de Almei- da, recebido das mãos da educadora Edília Coe- lho Garcia; depois o Colégio Anglo-Americano e por fim o Instituto Souza Leão, transferido pelo educador Roberto Leão Veloso Ebert, com as características de escola experimental. Em cada um desses estabelecimentos vivi a experiência do que representava o processo educacional, com uma soma notável de alunos. Uma vivência bastante expressiva. 

Folha Dirigida (São Paulo), 15/08/2017