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Artigos

  • A vez da diplomacia

    CADA VEZ mais o Brasil está a exigir de nossa diplomacia. Ela sempre desempenhou suas tarefas com extraordinária competência. A ela devemos uma parcela da unidade nacional, ao construir fronteiras pacíficas com dez países, como o fez Rio Branco.

  • Pan-Pan-Pan

    EU NÃO SOU grande autoridade para falar de esportes, pois, afinal, nunca fui desportista. Quando estava no ginásio tive uma única irrupção de atletismo. Tornei-me torcedor do Flamengo e fazia corrida, naquele tempo chamada de "atlética". Logo percebi que aquele não era o meu chão e, em vez de correr, deu-me praticar o esporte de ler. Pouco a pouco fui deixando de ouvir os jogos nos velhos rádios cheios de chiados, que chamávamos "descargas", e que impediam a compreensão do que era transmitido. E por falar em "descargas", lembro o primeiro rádio que chegou em Pinheiro, comprado pelo farmacêutico José Alvim.

  • O sortilégio de Congonhas

    É DIFÍCIL lidar com a dor. Por isso o criador nos fez com a incapacidade de memorizá-la, sentir de novo. Fica apenas lembrança triste de uma dor passada. Pior ainda ter muitas dores. Dores da tragédia, dores do coração de mães, mulheres, filhos, parentes e amigos. São dores da alma. Na solidariedade incorporamos a dor de todos.

  • A Lei dos Ventos

    VOAR É UMA antiga e sedutora ambição do homem. Deus tinha dado asas aos anjos e as tinha negado a Adão. Na mitologia criamos deuses alados e até o nosso pequeno Eros, deus do amor, tinha uma flecha na mão, para dizer do seu poder de romper corações, mas, também, pequeninas asas, para mostrar que era fugidio e podia locomover-se como os pássaros e pousar em qualquer lugar.

  • Devemos ir à igreja

    Há cerca de cinco anos, fui convidado pelas Nações Unidas para participar de uma reunião preparatória a uma conferência sobre tecnologia e os direitos individuais, em Bilbao, na Espanha.

  • Morte aos devotos do Pavão

    EM 1991 , quando Mitterrand, invocando o passado europeu, dizia que "a missão da Santa Aliança se esgotou na retomada do Kuait", escrevi neste espaço: "O Iraque será nesse quadro um novo Líbano? Esta realidade será terrível, na repetição da violência mais cruel, como se vê no massacre dos curdos, queimados nos desertos de Kirkuk".

  • Arquitetura e Supremo

    APÓS A SEGUNDA Guerra Mundial, quando o Parlamento britânico havia ficado em ruínas, cresceu uma discussão envolvente sobre como deveria ser a reconstrução. Uma corrente levantou a idéia de buscar-se uma nova área e aproveitar a oportunidade para construir um prédio moderno. Outra corrente defendeu a reconstrução com a ampliação dos módulos, modernizar as velhas instalações. O gênio de Winston Churchill disse um grande não às duas propostas e decidiu que a Câmara dos Comuns, aquela sala modesta, que se reúne como se fosse uma família, deveria ser reerguida como sempre fora: com galeria pequena, mesa central, bancos nas laterais e modéstia setecentista. Seu argumento era o de que o estilo do Parlamento britânico correspondia à sua arquitetura. Fazia fugir da retórica, decidir como se fosse uma família, ser veemente sem ser verboso, irônico sem ser vulgar. A arquitetura se confundia com o trabalho parlamentar, e modificá-la seria modificar a Inglaterra. Escreveu uma página brilhante sobre o assunto.

  • Justiça, riqueza e amor

    O MARQUÊS de Pombal escreveu uma carta ao governador do Maranhão, Melo e Póvoas, seu sobrinho, dando-lhe conselhos de tio sobre como devia governar. São muitos, mas num deles se referia a de que maneira devia fazer justiça e recomendava: tivesse sempre presente que três deuses colocaram os antigos com os olhos vendados, Astréa, deusa da Justiça, Cupido, deus do amor, e Pluto, deus da riqueza. Tirava a conclusão de que, se estavam com os olhos vedados, era porque não eram cegos. "É prejudicial em quem governa riqueza cega, amor cego -e justiça cega."

  • A construção do Brasil

    A DATA DE hoje, Dia da Independência, o Sete de Setembro, é o chamado tema impositivo. Dizem ser uma tendência mundial o lento e gradual -como seria a fórmula Geisel para a democracia- declínio do sentimento de pátria, usurpado pela outra inexorável ascensão do universalismo, por meio da globalização cada dia mais presente.

  • Descendo a ladeira

    Setembro, 11, uma lembrança amarga. Pela tragédia, pela brutalidade, pelos que morreram, pelos que sofrem. E pelas conseqüências desestabilizadoras para o mundo. O presidente Bush não viu o episódio em sua dimensão universal. Encarou-o com uma visão de vingança e truculência.

  • Equilíbrio regional

    O BRASIL TEM um desafio permanente em sua história: pagar a dívida social. Esse problema, que foi universal, acabou resolvido pelo "Welfare State" (Estado de Bem-Estar Social), pelos regimes democráticos que se sucederam às revoluções do século 18. Aqui o problema da desigualdade cresce a cada dia. Enfrentávamos o descompasso entre as necessidades de crescimento e de promoção social.

  • Opinião: Boas instituições, bons frutos

    Em todas as crises políticas brasileiras, as pequenas e as grandes, a primeira idéia que surge é de concertar o que os costumes não consertaram, com nova legislação. Legisla-se para tudo, a toda hora e sempre se pede mais leis. O resultado é que de tantas leis, terminamos por viver sem leis.

  • Um erro na Providência

    O CONCEITO e a idéia das Forças Armadas estão ligados indissoluvelmente à existência do Estado. As próprias finalidades deste último legitimam a manutenção de forças organizadas com o propósito de tornar efetiva a soberania e de enfrentar conflitos. Para isso, elas terão de ser capazes de garantir a própria existência do país e de enfrentar ameaças externas. Daí a necessidade de serem modernas, profissionalizadas, com salários dignos e recursos humanos bem preparados.