
Podemos, sim, sair das trevas
Caro Sidarta Ribeiro, nem imagina como foi bom participar de uma live com você. Há instantes em nossa vida em que, se estivermos abertos, descobrimos que algo se passou e continuamos a viver um pouco diferentes.
Caro Sidarta Ribeiro, nem imagina como foi bom participar de uma live com você. Há instantes em nossa vida em que, se estivermos abertos, descobrimos que algo se passou e continuamos a viver um pouco diferentes.
Desperto a cada dia pensando: o que ele vai dizer hoje para nos afligir? Quando digo desperto, deveria dizer despertamos, porque somos, no mínimo, dois terços da população brasileira sofrendo do mesmo mal: a espera da palavra presidencial no puxadinho do ódio frente ao Alvorada.
Quando criança, os adultos nos mandavam para fora da sala, porque não devíamos ouvir conversa de gente grande. A expressão era: tem gente descalça.
Regina Duarte, esperamos que honre a memória de nomes como Paulo Emílio Salles Gomes, Almeida Salles, Rudá de Andrade, Caio Scheiby, Antonio Candido, Décio de Almeida Prado, Rubem Biáfora e B.J Duarte, pioneiros na fundação da Cinemateca.
Termina o almoço, interfone toca, portaria avisa que tem envelope no elevador.
Lembrando de Nirlando Beirão, a pessoa mais gentil que conheci na vida e cujo texto fará falta na imprensa e na literatura. Agora a morte está vindo de batelada. Juntos, o músico Aldir Blanc e o ator Flávio Migliaccio
Estou há semanas tentando arrumar minha biblioteca que virou Babel, sem ser a de Borges. Ficava constrangido quando visitas olhavam para tudo e, educados, nada diziam. Fiquei aliviado quando vi nos jornais a biblioteca do Aldir Blanc, bagunça memorável, montes de livros empilhados, papeis, caixas, objetos.
Quando ouvi o presidente exclamar E daí? diante das mortes provocadas pelo Covid 19 tive, ânsia de vômito. Em seguida pensei: é um monstro. Um homem sem aquilo que minha mãe chamava de misericórdia.
Minha mulher e eu trabalhamos em casa, frente a frente.Marcia, que é arquiteta, trouxe sua mesa do escritório.
Quando criança, havia um tipo detestável no meu bairro. Carmelo. Sujeito desagradável, prepotente. Como era forte, as pessoas o evitavam, mas ele se metia em tudo e chefiava um bando, ajudado por seus primos Energúmeno, Carlota e Fifuca.
Vizinhos do nosso prédio deixam bilhetes embaixo da porta...
Em um hospício do futuro, dois enfermeiros conversam:
Empurro o portão, o porteiro me estende o gel...
Permitam-me começar com um desabafo. Todo mundo teve e está com medo, se emocionou, se solidarizou, mostrou compaixão para com os mortos e infectados, milhares estão em trabalhos voluntários.