A escritora e jornalista portuguesa Inês Pedrosa, publicou, na edição de 7 do mês de outubro, do jornal Delito de Opinião, de Lisboa, crítica ao livro “A República dos Sonhos”, da Acadêmica e escritora Nélida Piñon, Secretária-Geral do ABL. O texto retomou um parágrafo da obra e afirmou que “seus romances são ensaios, experiências existenciais em que o passado se esclarece e o futuro se revela”.
Inês Pedrosa foi a responsável pela apresentação do livro, em fevereiro do ano passado, quando do lançamento da edição portuguesa, pela Temas e Debates, na Livraria Bertrand, de Lisboa. “As múltiplas personagens do romance, com o seu lastro e as suas vozes singulares, dão-nos a conhecer as forças e fraquezas do Brasil e também da Galícia, reconciliando-nos com o oceano do tempo ao qual, enquanto mortais, estamos sujeitos. Nós morremos – mas a República dos Sonhos não”.
A jornalista, no fim de seu texto, afirmou que a forma literária de romance é um dispositivo de combate antitotalitário: “A República dos Sonhos é um vigoroso e clarividente exemplo disso. Eulália (personagem do livro), a mulher apagada que se ilumina quando decide morrer, explica-nos em que consiste o ofício de sonhar: ‘O sonho é uma distinção, Madruga (personagem). É como saber construir com perfeição uma gaiola ou um barco, fazendo-os parecer um palácio mourisco’. Saibamos merecer este palácio”.
Saiba mais:
Carioca, quinta ocupante da Cadeira nº 30 da ABL, eleita em 27 de julho de 1989, Nélida Piñon estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, em 1961. Ao longo de sua carreira, colaborou em publicações nacionais e estrangeiras, proferiu conferências em diversos países, onde foi igualmente traduzida. É catedrática da Universidade de Miami desde 1990, havendo sido escritor-visitante das universidades de Harvard, Columbia, Johns Hopkins e Georgetown.
Nélida Piñon recebeu os prêmios brasileiros Golfinho de Ouro, Mário de Andrade e Jabuti — este, de melhor romance e livro de ficção de 2005, por Vozes do deserto. E os internacionais Juan Rulfo, do México, Jorge Isaacs, da Colômbia, Rosalia de Castro, da Espanha, Gabriela Mistral, do Chile, e Menéndez Pelayo, da Espanha. Em 2005, pelo conjunto de sua obra, recebeu o importante Príncipe de Astúrias. É doctor honoris causa das universidades Poitiers, Santiago de Compostela, Rutgers, Florida Atlantic, Quebec e UNAN.
A escritora foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da ABL, em 1997, por ocasião do centenário da Academia.
Para acessar o currículo na íntegra da Acadêmica e escritora Nélida Piñon, basta clicar no “botão” ao lado desta notícia.
11/10/2016
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