"Não se contentou, porém, a França em nos ter dado o modelo de uma imortal Academia, para a esperança ambiciosa da nossa. Heroína de ideal em todos os tempos, ela tem sido para nós a mestra de inteligência, de gesto de civilização... É nesse sentido que compreendo a nossa imortalidade acadêmica e com ela a imortalidade de nosso culto pela França e pelo seu gênio. Pelo governo, senhor embaixador, e pela Academia, muito obrigado" (Afrânio Peixoto).
A Academia Brasileira de Letras (ABL) ganhou nova sede: a réplica do neoclássico Petit Trianon, de Versailles, nas imediações de Paris. O prédio foi construído graças ao governo da França, por meio de seu primeiro-ministro, Raymond Poincaré, e do presidente da República, Alexandre Millerand.
A cerimônia de inauguração do novo prédio esteve a cargo do presidente da ABL, Afrânio Peixoto, e contou com a presença do embaixador da França, Alexandre Conty, em meio à presença de muitos acadêmicos.
Desde a fundação da Academia Brasileira de Letras, em 1897, até 1904, suas sessões eram feitas nos mais diversos locais da cidade: Colégio Pedro II, Biblioteca Fluminense, Real Gabinete Português de Leitura e Ministério do Interior.
Foi o acadêmico Mário de Alencar quem conseguiu permissão para a ABL funcionar no Silogeu Brasileiro, onde ficou até se fixar no Petit Trianon. A réplica foi construída na Avenida das Nações (atual Avenida Presidente Wilson), no coração do Rio de Janeiro, para marcar a participação francesa na Exposição do Centenário da Independência do Brasil, em 1922. Passadas as comemorações, já em 1923, o prédio ficou sem utilização, o que resultou na decisão do governo francês de doá-lo à ABL.
Jornal do Brasil (RJ) 15/12/1923
16/12/2007 - Atualizada em 16/12/2007