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ABL exibe “O Judeu”, de Tom Azulay

 

Com roteiro do Acadêmico Geraldo Carneiro e Millôr Fernandes e direção de Jom Tob Azulay, a Academia Brasileira de Letras exibe “O Judeu”, na próxima quinta-feira, 2 de maio, às 17h30, baseado na vida do dramaturgo António José da Silva, em mais uma sessão do “Cinema na ABL”. O filme é uma coprodução Brasil-Portugal, de 1995 e foi o último papel vivido pela atriz Dina Sfat. Além dela, estão no elenco Fernanda Torres, Cristina Aché, Ruth Escobar, Mario Viegas e Edwin Luisi. A entrada é franca e as inscrições podem ser feitas pelo link: https://www.even3.com.br/abl-exibe-o-judeu-de-tom-azulay/

Vencedor do Melhor Filme Festival de Brasilia 1995 e do Prêmio HBO 1995, o longa narra a história de Antonio José da Silva, conhecido como “O Judeu”, maior dramaturgo de sua época em Portugal. Ele é denunciado, no auge da fama, em 1737, à Inquisição por crime de judaísmo com a sua mãe (Dina Sfat) e a mulher (Cristina Aché).

Secretário do Rei, D. João V (Mário Viegas), o brasileiro Alexandre de Gusmão (Edwin Luisi), tenta libertá-lo, enquanto seu inquisidor, o jovem dominicano D. Marcos (José Netto), suspeita de razões políticas para a incriminação. No jogo de pressões, que opõe o Rei ao Inquisidor Geral (José Lewgoy), é reservado ao poeta o martírio pelo fogo, que faz dele um dos mitos da história de Portugal e do Brasil.

Sobre António José da Silva

Poeta, comediógrafo e advogado, dito o Judeu, nasceu em 1705, no Rio de Janeiro, e veio a ser executado em 1739, em Lisboa. É considerado o dramaturgo português mais importante entre Gil Vicente e Almeida Garrett. Originário de uma família de cristãos-novos, perseguida pela Inquisição, facto que lhe valeu a alcunha de "o Judeu", chegou do Rio de Janeiro a Portugal, com 8 anos, para o julgamento de sua mãe. Este incidente permitiu-lhe estudar em Lisboa e mais tarde em Coimbra, onde se formou em Direito (1728). Em 1726 foi preso pelo Santo Ofício juntamente com a mãe e libertado meses depois. Pouco tempo após a sua estreia no teatro, em 1733, o comediógrafo casou-se com uma prima judia de quem teve uma filha.

Quatro anos depois, foi novamente encarcerado com a família, acusado de judaizante. A mulher e a filha foram libertadas e refugiaram-se na Holanda, mas A. J. da Silva foi garrotado e queimado em auto de fé, sob acusação de judeu convicto, negativo e relapso.

As suas comédias foram escritas em prosa, embora com alguns recitativos poéticos, e destinavam-se à representação essencialmente por bonifrates. Situa-se a sua obra na transição da comédia espanhola para o melodrama italiano. Calderon, Tirso de Molina e Lope de Vega foram algumas das influências sofridas.

29/04/2024