“Qual é o diferencial da literatura no Brasil em relação às demais?” Essa é a pergunta que a Doutora em Literatura pela USP Marília Librandi procura responder na palestra “O lugar da escuta na Literatura do Brasil" na quinta-feira, dia 17 de outubro às 17h30, na ABL, com mediação do Acadêmico e escritor Godofredo de Oliveira Neto. A entrada é franca e as inscrições podem ser feitas pelo link: https://www.even3.com.br/o-lugar-da-escuta-na-literatura-do-brasil-497225
Marília irá falar de Machado de Assis, João Guimarães Rosa e Clarice Lispector, que são citados na abordagem sobre a forma do romance aural e da ecopoética. Ela discorrerá sobre a experiência de lecionar literatura brasileira nos Estados Unidos, quando o sentido auditivo de nossa cultura escrita ressoou com mais força a partir da saudade da língua.
- A escuta é também o lugar altamente elaborado de transmissão de saberes e dos sonhares indígenas e da tradição afro-brasileira e suas traduções rítmicas e poéticas advindas de uma posição receptiva de escuta do mundo. Certa vez, indagaram-me no exterior qual é o diferencial da literatura no Brasil em relação às demais. Resposta: seu ouvido aguçado. Ler é também um modo de ouvir em silêncio o pulsar dessa escuta escrita ressoante.
Sobre Marília Librandi
Doutora em Literatura Comparada e Teoria Literária pela USP. Escritora, dramaturga e professora. Pesquisadora afiliada ao Brazil Lab da Universidade de Princeton. Curadora da biblioteca sonora “Clarice 100 Ears” https://clarice.princeton.edu/
Colabora com a Pós em Letras e em Escritas Performáticas na Puc-Rio e com o grupo de pesquisa Minas Mundo. Dirige o Lab Escrita Escuta, uma oficina de escrita acadêmica, pessoal e criativa. Lecionou nas Universidades de Stanford e de Princeton de 2009 a 2021. Autora de Escrever de ouvido. Clarice Lispector e os romances da escuta (Relicário, 2020), Jacob Pinheiro Goldberg. A maravilhosa janela da tela poética sobre a liberdade do mundo (Numa Editora, 2023), Maranhão-Manhattan. Ensaios de Literatura Brasileira (7Letras, 2009). Seus estudos versam sobre literatura, poesia, perspectivismo ameríndio, artes indígenas e práticas de escrita e escuta.
Integra o projeto “Escolas Vivas” (CNPq/Brown University)cCom Laura Castro e Glicéria Tupinambá. Foi nomeada Ewadaru (“Palavra”), no ritual de nominação Boe Bororo, na aldeia Meruri, no Mato Grosso. Vive entre os Estados Unidos e o Brasil.
14/10/2024