O jornalista Fernando Morais abordará a trajetória de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello – mais conhecido como Chatô - figura decisiva na história da imprensa brasileira, na próxima quinta-feira (27), às 17h30. Morais é autor do livro “Chatô, o rei do Brasil”.
A palestra “Chatô e os cem anos dos Diários Associados” tem coordenação do Acadêmico Merval Pereira e integra a programação do Quinta é Cultura.
A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo link: https://www.even3.com.br/chato-e-os-cem-anos-dos-diarios-associados-644582
A apresentação também será transmitida ao vivo pelo canal da ABL no YouTube pelo link: https://www.youtube.com/live/2lY929hopsY?si=-LGlbwXjSWvJT1V-
Dono de um império de quase cem jornais, revistas, estações de rádio e televisão - os Diários Associados - e fundador do MASP, Chatô – figura odiada e amada - sempre atuou na política, nos negócios e nas artes. Sua complexa e muitas vezes divertida trajetória está associada de modo indissolúvel à vida cultural e política do país entre as décadas de 1910. Foi o responsável pela chegada da televisão ao Brasil, com a TV Tupi, em 1950.
Morais analisará a formação e expansão do império de comunicações que deu origem aos Diários Associados, e o papel da rede na construção da opinião pública e na modernização do jornalismo em uma era anterior ao mundo digital.
Ele também vai falar sobre os métodos heterodoxos e a visão pioneira de Chatô, que transformou a imprensa brasileira.
Na próxima quinta-feira, 4 de dezembro, às 17h30, os Acadêmicos Lilia Schwarcz e Arno Wehling falarão sobre os 200 anos de D. Pedro II.
Sobre Assis Chateaubriand
Assis Chateaubriand dedicou-se ao jornalismo desde adolescente no Recife, escrevendo no Jornal Pequeno e no veterano Diário de Pernambuco.
Com 25 anos, já no Rio de Janeiro, colaborou no Correio da Manhã e aos 32 assumiu a direção de O Jornal - o denominado “órgão líder dos Diários Associados”, que iria abranger no futuro um conjunto de 28 jornais, 16 estações de rádio, cinco revistas e uma agência telegráfica.
Era temido pelas campanhas jornalísticas que fazia, como a em defesa do capital estrangeiro e contra a criação da Petrobras. A ética não constava muito de seu trabalho. Chantageava aqueles que não anunciassem em seus veículos e mentia descaradamente para atingir sus inimigos – que não foram poucos, como o industrial Francisco Matarazzo, Rui Barbosa, Rubem Braga, entre outros.
Assis Chateaubriand tomou o partido da Aliança Liberal, na campanha que teve por desfecho a vitória da Revolução de outubro de 1930. Contudo, dois anos depois, o apoio à Revolução Constitucionalista o levaria ao exílio.
Apoiou o movimento revolucionário de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder.
Foi senador pela Paraiba e pelo Maranhão, mas em 1958, renunciou ao mandato legislativo para ocupar o cargo de Embaixador do Brasil na Inglaterra.
Em 1954, assume a cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Getúlio Vargas.
Sobre Fernando Morais
Fernando Morais é jornalista, político e biógrafo. Atualmente é Presidente da IPS – Inter Press Service, agência internacional de notícias, fundada há 60 anos, com sede no edifício da ONU, em New York.
Trabalhou no Jornal da Tarde, Veja, Folha de S. Paulo, Visão e TV Cultura. Foi secretário de Cultura e de Educação de São Paulo deputado estadual pelo PMDB, de 79 a 87. Foi candidato a vice-governador de São Paulo na chapa de Orestes Quercia, em 98.
Um de seus maiores sucessos editoriais foi “A Ilha”, sobre Cuba, escrito em 1976 e reeditada em 2001. Depois vieram “Olga”, sobre Olga Benário, deportada por Getúlio Vargas para ser morta na Alemanha nazista. Escreveu também sobre Paulo Coelho, Casimiro Montenegro Filho, sobre os fundadores da agência de propaganda W/Brasil – Washington Olivetto, avier Llussa Ciuret e Gabriel Zellmeister, e a primeira grande biografia do presidente Lula.
07/11/2025