A Academia Brasileira de Letras decidiu conceder, em sua sessão de quinta-feira passada, dia 13 de maio, a “Medalha João Ribeiro”, sua mais importante comenda, ao arquiteto carioca Oscar Niemeyer e ao escultor pernambucano Francisco Brennand, duas das mais destacadas personalidades culturais do país.
A “Medalha João Ribeiro” foi criada pela ABL em 1962 e distingue pessoas ou instituições brasileiras que tenham se notabilizado no âmbito editorial ou cultural.
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João Ribeiro
Jornalista, crítico, filólogo, historiador, pintor e tradutor, o sergipano João Ribeiro foi o segundo ocupante da Cadeira 31 da ABL, eleito em 08 de agosto de 1898. Em 1987, ao ser criada a Academia, estava ausente do Brasil e, por isso, não foi incluído no quadro de fundadores da Casa, dos quais era amigo, entre eles Machado de Assis. No ano seguinte, com o falecimento de Luís Guimarães Júnior, a Academia o escolheu para essa primeira vaga. Na ABL, fez parte de numerosas comissões, entre as quais a Comissão do Dicionário e a Comissão da Gramática. Foi um dos principais promotores da reforma ortográfica de 1907.
Oscar Niemeyer
O arquiteto Oscar Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro no dia 15 de dezembro de 1907. Considerado um dos nomes mais influentes e destacados da arquitetura moderna internacional, Niemeyer foi um pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado.
Há muitas décadas, bem antes de seus mais de 102 anos de idade, Niemeyer tem sido exaltado como grande artista e um dos mais importantes arquitetos dos últimos 100 anos. Ao falar de seu trabalho, uma de suas frases mais famosas e que traduz todo o trabalho de toda uma vida é: “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”
Francisco Brennand
Escultor, artista plástico, desenhista, pintor, ilustrador, gravador e artesão, o pernambucano do Recife Francisco Brennand é o maior artista vivo do país. Nasceu em 11 de junho de 1927 e iniciou sua formação aprendendo a modelar com Abelardo Horta e, posteriormente, recebeu orientação em pintura de Álvaro Amorim e Murilo Lagreca. Em 1949 mudou-se para Paris, França, onde tomou contato com os originais de dois grandes artistas plásticos: Picasso e Miró. Foi nessa época que descobriu na cerâmica seu principal meio de expressão. Durante a segunda metade do século passado, de 1958 a 1999, realizou diversos painéis e murais cerâmicos em muitas cidades do Brasil e dos Estados Unidos. Em 1993, foi realizada grande retrospectiva de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim, Alemanha, e, em 1997, publicado o livro “Brennand”, pela editora Métron, com texto de Olívio Tavares de Araújo. No ano seguinte, foi realizada a retrospectiva “Brennand: Esculturas 1974-1998”, na Pinacoteca do Estado, em São Paulo. Desde 1990, foram lançados séries de vídeos sobre sua obra, entre elas, “Francisco Brennand: Oficina de Mitos”, pela Rede Sesc/Senac de Televisão, em 2000.
14/5/2010
20/05/2010 - Atualizada em 19/05/2010