A Academia Brasileira de Letras inaugurou no dia 13 de maio, a exposição “Encontros com Nabuco”, como parte das comemorações do centenário de morte de Nabuco.
A proposta da ABL e das curadoras, a historiadora Mary Del Priore e da museóloga Maria de Lourdes Parreiras Horta, é a de promover uma aproximação “bem íntima” entre o homenageado e o público. O espírito da exposição é fazer com que os visitantes venham a descobrir os muitos “Joaquins” e “Nabucos” retratados em textos dele mesmo, em fotos e espaços recriados para reproduzir as fases de sua vida. Uma oportunidade de o público, independentemente da idade, se leigo ou erudito, adulto ou escolar, conhecer verdadeiramente a figura ímpar de Joaquim Nabuco, o advogado, escritor, jornalista, deputado, diplomata, abolicionista.
Sob coordenação geral do Presidente da ABL, Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça, a mostra estará aberta ao público, sem limite de idade e com entrada franca, no horário de 9 às 18h, no primeiro andar do Centro Cultural da ABL.
Roteiro da exposição
Aos cuidados do antiquário Arnaldo Danemberg, foi recriado na mostra um espaço cenográfico que sugere uma das salas da Revista Brasileira, local na Travessa do Ouvidor onde os intelectuais da época se reuniam. Dessas reuniões, nasceu a Academia Brasileira de Letras, da qual Nabuco, juntamente com Machado de Assis, Ruy Barbosa e Lúcio de Mendonça, entre outros, foi um dos fundadores. Machado se tornou o primeiro Presidente e Nabuco, o Secretário Geral. Como fundo musical da exposição, os visitantes poderão ouvir as músicas do polonês Frédéric Chopin, um dos compositores clássicos preferidos do biografado. Um programa educativo, com monitores treinados, terá lugar ao longo da mostra, com o objetivo de atender escolas e grupos interessados em uma visita especial.
A exposição terá sete sessões, com 21 painéis básicos, representando as múltiplas facetas do homem Joaquim Nabuco. Assim o visitante terá desde Nabuco, o memorialista, com trechos de seu livro “Minha formação” e de sua infância na fazenda Massangana; como também o advogado, defendendo o negro Tobias; o abolicionista: a “grande causa”, textos, cartas, imagens dos negros na lavoura, o 13 de maio, textos seus sobre a escravidão e a carreira política; o diplomata, suas missões, viagens e encontros, a descoberta do mundo, o exílio, a saudade, o “pan-americanismo”; o acadêmico, sua amizade com Machado de Assis e outros intelectuais da época, a Revista Brasileira, a Academia Brasileira de Letras; o amigo e o pai de família, correspondência com Machado de Assis, as amizades, a família, o pai, o marido amoroso; e, finamente, o filósofo, com textos de seu diário, textos diversos, a relação com a religião, a espiritualidade. O retrato de muitos homens em somente um.
13/5/2010
07/05/2010 - Atualizada em 06/05/2010