O documentário “Para Vigo me voy!”, sobre o diretor Cacá Diegues (1940-2025), foi exibido na noite desta quarta-feira (20) no Festival de Gramado. A sessão contou com a presença de Lírio Ferreira, que dirige o filme com Karen Harley. O longa teve grande acesso ao diretor antes de sua morte, retratando encontro com amigos e as filmagens de seu último trabalho, ainda inédito, “Deus ainda é brasileiro”. A obra também navega pelos principais filmes do realizador, como “Os herdeiros” (1969), “Xica da Silva” (1976) e “Bye Bye Brasil” (1980).
— Uma coisa legal de fazer documentário é sair de um ponto e chegar em algo completamente diferente. Chegamos na casa de Cacá com uma equipe grande, câmeras grandes, e com o tempo fomos nos aproximando dele, fazendo algo mais íntimo. Percebi o quanto Cacá impactou a maneira como via cinema — destacou Lírio.
O filme mescla imagens da filmografia do Cacá com inúmeros depoimentos dele em entrevistas ao longo dos anos.
— Tínhamos muito material. A montagem exigiu muito tempo e trabalho. Não queríamos fazer um “pout-pourri” dos grandes trabalhos, mas dar um sentido à obra dele — contou Lírio.
O produtor Diogo Dahl lembrou que trabalhavam no documentário desde 2023, mas que o projeto chegou a ser interrompido após a morte do cineasta, em fevereiro.
— Nunca imaginamos que ele fosse morrer antes de terminarmos o filme. Foi um choque. Interrompemos o projeto. A Karen foi viajar. Mas comecei a pensar que não poderíamos abandonar esse projeto, seria como matar Cacá novamente — disse Dahl, que se emociona ao lembrar a estreia do filme no dia do aniversário de Cacá no Festival de Cannes. — A perda do Cacá atravessou o nosso filme, mas sempre quis fazer um documentário que fosse sobre vida e não sobre morte.
O Festival de Gramado acontece até o próximo sábado (23), com a entrega dos Kikitos.
Matéria na íntegra: https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2025/08/21/documentario-celebra-obra-e-legado-de-caca-diegues-impactou-a-maneira-como-eu-via-o-cinema.ghtml
21/08/2025
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