A Academia Brasileira de Letras realiza na quinta-feira, 27 de abril, a partir das 16h, a eleição para a Cadeira no 8, vaga com o falecimento da Acadêmica Cleonice Berardinnelli, ocorrido em janeiro de 2023. Estão inscritos o filólogo Ricardo Cavaliere, o escritor Joaquim Branco, o cartunista Mauricio Araújo de Sousa, o escritor Eloi Angelos G. D'Arachosia, o jornalista, produtor de TV e escritor James Ackel e o advogado José Alberto Couto Maciel. Assim como na eleição do dia 20 de abril, o TRE-RJ irá ceder as urnas eletrônicas. A expectativa é que a eleição dure em torno de 30 minutos caso não haja necessidade de segundo escrutínio.
A Acadêmica
Cleonice Serôa da Motta Berardinelli nasceu no Rio de Janeiro em 28 de agosto de 1916, filha de Emídio Serôa da Motta e Rosina Coutinho Serôa da Motta. Como seu pai era oficial do Exército, morou em inúmeras cidades do Brasil, devido às sucessivas transferências, tendo residido por mais tempo no Rio e em São Paulo. No Rio fez, no Instituto Nacional de Música, todos os cursos teóricos, nos quais se diplomou, sob a orientação do Maestro Oscar Lorenzo Fernandez, que também era seu professor de piano. Em São Paulo terminou o curso secundário e fez, na USP, o curso de Letras Neolatinas, onde teve como professor de Literatura Portuguesa o eminente mestre Fidelino de Figueiredo, que, ao fim do ano, a convidou para ser sua assistente. Contudo, uma nova transferência de seu pai, desta vez para o Rio, a levou a conhecer o então professor da mesma disciplina na Universidade do Brasil, Thiers Martins Moreira, que lhe fez o mesmo convite, definindo, então, o seu caminho. Recebeu, ao longo de sua trajetória, diversas distinções e homenagens, como Cleonice Clara em sua geração, livro de homenagem organizado por professores de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que contém ensaios de especialistas brasileiros e estrangeiros.
Perfis dos candidatos
Ricardo Cavaliere – filólogo e escritor – 25/06/1953 Ricardo Cavaliere possui graduação em Letras (Português/Inglês) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (1975), mestrado em Língua Portuguesa (Letras Vernáculas) pela UFRJ (1990), e doutorado em Língua Portuguesa (Letras Vernáculas), pela UFRJ (1997). Também possui graduação em Direito pela mesma universidade (1996). Fez estágio de pós-doutorado em História da Gramática no Brasil, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, sob supervisão do Acadêmico ocupante da Cadeira no 33, rofessor e filólogo, Evanildo Bechara. Tem experiência na área de Letras e Linguística, com ênfase na descrição do português e na historiografia dos estudos linguísticos. Dentre suas obras, destacam-se: "Fonologia e morfologia na gramática científica brasileira" e "Pontos essenciais em fonética e fonologia". Atualmente é professor aposentado da Universidade Federal Fluminense, onde atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem. É membro da Academia Brasileira de Filologia, do Conselho Editorial da Editora Lexikon e da Editora Lucerna. Também é membro da Revista Todas as Letras e diretor da Revista Confluência.
Também possui experiência como conselheiro no Real Gabinete Português de Leitura, que lhe conferiu o título de Grande Benemérito. Foi, ainda, conselheiro do Liceu Literário Português. É membro de diversas associações nacionais e internacionais em sua área de investigação, entre elas a Société de Linguistique Romane, a Henry Sweet Society for the History of Linguistic Ideas e a Associação Brasileira de Linguística. É autor de mais de uma centena de trabalhos acadêmicos em sua especialidade, entre eles "Palavras denotativas e termos afins: uma visão argumentativa" (2009) e "A gramática no Brasil: ideias, percursos e parâmetros" (2014). Dentre os prêmios obtidos, destacam-se a Medalha do Mérito Filológico da Academia Brasileira de Filologia (2018) e o Prêmio Celso Cunha da União Brasileira de Escritores (2015).
Maurício de Sousa - cartunista e empresário - 27/10/1935 - São Paulo Mauricio de Sousa é cartunista e empresário brasileiro. Criador da "Turma da Mônica" e de vários outros personagens de história em quadrinhos. É membro da Academia Paulista de Letras, ocupando a Cadeira no. 24. É o mais famoso e premiado autor brasileiro de história em quadrinhos. Nasceu em Santa Isabel, São Paulo, no dia 27 de outubro de 1935. Seu pai, Antônio, tinha uma barbearia e uma gráfica nos fundos da casa. Em 1940, a gráfica foi destruída pelas autoridades do Estado Novo. Ainda criança, Maurício de Sousa se mudou para Mogi das Cruzes, onde viveria boa parte da infância e adolescência. Mauricio queria viver profissionalmente do desenho. Para isso, em 1954, procurou emprego de desenhista em São Paulo, mas só conseguiu uma vaga de repórter policial na Folha da Manhã. Passou cinco anos escrevendo esse tipo de reportagem, que ilustrava com desenhos bem aceitos pelos leitores. Começou a desenhar histórias em quadrinhos em 1959, quando uma história do cãozinho Bidu, seu primeiro personagem, foi aprovada pelo jornal. As tiras em quadrinhos com o cãozinho Bidu e seu dono, Franjinha, deram origem ao Cebolinha em 1960. Acusado de ser comunista, foi despedido do jornal Folha de S.Paulo, retornando para Mogi das Cruzes e passou a apresentar um catálogo de suas tiras para fornecer aos jornais locais. Em 1962, foi contratado pelo jornal carioca Tribuna da Imprensa, para o qual criou o personagem Piteco e sua turma.
Em 1963, criou, junto com a jornalista Lenita Miranda de Figueiredo, Tia Lenita, a Folhinha de S. Paulo. Nesse ano, a Mônica e o Horácio foram criados. Antes dela, já havia criado o Cascão, em 1961. Nessa época, ele também criou a empresa Bidulândia Serviços de Imprensa, mais tarde chamada de Maurício de Sousa Produções, que atuava como um syndicate de distribuição de tiras de jornal. Ele abastecia o jornal com três tirinhas diárias. Foi nessa época que criou a Magali e o Anjinho. Em 1970, lançou a revista da Turma da Mônica, chamada então de Mônica e sua turma. Em 1987, passou a ilustrar o recém-criado suplemento infantil d'O Estado de S. Paulo, o Estadinho, que até hoje publica tiras da Turma da Mônica. Por trabalhar na Folha de São Paulo ao mesmo tempo, Maurício criou o Piteco e reformulou o Penadinho e o Chico Bento para estrelarem nas páginas do Estadinho. Os quadrinhos de Mauricio de Sousa têm fama internacional, tendo sido adaptados para o cinema, para a televisão e para os vídeo-games, além de terem sido licenciados para comércio em uma série de produtos com a marca das personagens. Em 2007 foi homenageado pela escola de samba Unidos do Peruche com o enredo "Com Mauricio de Sousa a Unidos do Peruche abre alas, abre livros, abre mentes e faz sonhar". Foi agraciado com a comenda da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo.
Em 2011, tomou posse na Academia Paulista de Letras, ocupando a cadeira 24, que anteriormente era ocupada pelo poeta Geraldo de Camargo Vidigal, tornando-se assim o primeiro quadrinista a ser empossado por esta Academia.
James Akel - jornalista, produtor e escritor - 14/06/1953 - São Paulo Jornalista, produtor e escritor, atualmente faz a apresentação, produção e direção de um programa de TV na ALLTV (www.alltv.com.br), é assessor de comunicação, comentarista político do programa “Gente que fala”, na Rádio Trianon São Paulo e tem um blog político www.jamesakel.zip.net . Em 1976 editou a revista “Premier”. Em 1982 produziu o espetáculo de teatro "O Grande Líder", de Fernando Jorge.. É autor do livro “Marketing Hoteleiro com Experiências” (Edicon, 2001). Nasceu em São Paulo em 14 de junho de 1953, tendo sua primeira aparição na tv aos 4 anos de idade na Tupi, no programa “Tamanho não é documento”, onde durante 6 meses respondeu sobre línguas, história, geografia e outros assuntos. Tornou-se o mais jovem apresentador infantil masculino da televisão quando, aos 5 anos de idade, teve contrato de trabalho regular registrado com a TV Paulista. Aos 6 anos estreou como ator na TV Record. Em 1965, passou a fazer parte do elenco infantil da TV Excelsior. Em 1970 passou a produzir o programa de TV Infantil “Setinho”, sob a direção de Durval de Souza, na TV Record. Também atuou como dublador dos sete aos doze anos, fazendo dublagem de filmes estrangeiros nos então estúdios da Gravasom e Ibrasom, dublando todas as séries de "Guilherme Tell" e “Hazel”, participando também das gravações de “O menino do circo”, “Denis, o travesso” e "Rin-Tin-Tin".
Joaquim Branco - escritor e crítico literário - 25/05/1940 - Cataguases Formado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 1966 e Letras pela FICCataguases, 1975. Mestre em Literatura Brasileira pelo CES-Juiz de Fora MG, 2001 e Doutor em Literatura Comparada pela UERJ (Rio de Janeiro), 2006. É poeta, crítico, escritor, professor de literatura e ficcionista. Reside em Cataguases, Minas Gerais. Em sua trajetória profissional, conquistou prêmios culturais e antologias no país e no exterior. Também editou alguns que circularam. Entre suas principais publicações, estão: Concreções da fala (1969), Consumito (1975), Recriações críticas (1999), Passagem para a Modernidade (2002), O menino que procurava o reino da poesia (2004), O conto à meia luz (2010), O município de Cataguases (2021). Elois Angelos G. D’Arachosia – escritor - Rio de Janeiro Membro efetivo da União Brasileira de Escritores (UBE) – São Paulo. Acadêmico estrangeiro da Academia de Letras e Arte de Portugal. Mestre em Ciências da Religião – FU – Brasil – Doctor Public Administration – USPP – Belgium. Acadêmico Emérito – Senado Academico – Accademia Nazionale di Lettere, Arti e Scienze “Ruggero II di Sicilia – Palermi – Italia. Membro Efetivo do Instituto de Heráldica da Argentina – Buenos Aires. Professor Honoris Causa em Letras (Centro de Altos Estudos São Constantino, O Grande – SP – Brasil). Professor Honoris Causa em Philosophi (University Aeterna Lucina – Austrália). Professor Honoris Causa em Ciências Genealogicas y Acadêmico Correspondiente em Brasil (Academia Argentina de Etiqueta), Colegiado Correspondiente (Centro de Estudios Historicos em Direitos Humanos - Colômbia.
José Alberto Couto Maciel – advogado - Brasília Formado em Direito pela Faculdade de Direito Cândido Mendes. Iniciou sua vida profissional como tesoureiro do Cartório do 23º Ofício de Notas, em 1960. Em 1962 foi nomeado redator da agência nacional da Presidência da República. Nos anos de 1965 e 1966 foi chefe do Cartório de Protesto do 1º Ofício de Notas e Protestos de Brasília/DF. Nos anos de 1967 e 1968 desempenhou as funções de secretário jurídico do Supremo Tribunal Federal, atuando junto ao ministro Eloy José da Rocha. Em1969 foi nomeado advogado da agência nacional da Presidência da República, e, posteriormente, da Presidência da República. Foi durante anos conselheiro fiscal da Codeplan. Atuou como advogado do Banco Nacional de Crédito Cooperativo até 1º de abril de 1974. É professor licenciado de Direito Processual e individual do trabalho no Centro de Ensino Unificado de Brasília, lecionando até os dias atuais em cursos de pós-graduação. Professor da Escola Superior de Advocacia da OAB/DF, professor no curso de pós-graduação em Direito, Processual do Trabalho na Universidade Mackenzie, foi membro do conselho curador do fundo de garantia do tempo de serviço. Foi assessor do ministro do trabalho em 1974,, função que exerceu por dez anos. Advogado militante nos tribunais dessa capital, atua especialmente junto ao Tribunal Superior do Trabalho e Supremo Tribunal Federal.
26/04/2023