A Academia Brasileira de letras está lançando nesta semana o tomo IV de sua série Discursos Acadêmicos, abrangendo o período de 1951 a 1965. O discurso de posse de Austregésilo de Athayde abre o volume, que se encerra, com o pronunciamento de Aurélio Buarque de Holanda, que dava posse a Marques Rebelo.
- A importância da publicação dos Discursos Acadêmicos – diz o Presidente da ABL, Cícero Sandroni - aumenta de tomo para tomo, não só pela especificidade e qualidade literárias, como ficou comprovado desde os discursos inaugurais de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, em 20 de julho de 1897, na sessão de abertura da Academia, mas também pela amplitude que os textos alcançam ao demonstrar o papel essencial que a ABL tem desempenhado, ao longo dos anos, na cultura brasileira.
Os textos deste Tomo IV incluem 42 discursos de posse e recepção, “todos representativos da vida acadêmica e também da personalidade rica e complexa de cada um de seus membros”, segundo Sandroni.
Figuram, entre outros, os de Luis Vianna Filho, Menotti Del Picchia, Maurício de Medeiros, Assis Chateaubriand, João Neve da Fonseca, José Lins do Rego, Afonso Arinos, Álvaro Moreira, Jorge Amado, Gilberto Amado.
Discursos Acadêmicos
A série dos Discursos Acadêmicos começa com a publicação dos discursos do Presidente Machado de Assis e do Secretário-Geral Joaquim Nabuco na sessão inaugural da Academia, em 20 de julho de 1897, e prossegue com os elogios feitos pelos acadêmicos sucessores e as saudações a eles dirigidas nas cerimônias de posse. O primeiro acadêmico sucessor foi João Ribeiro (eleito para a vaga de Luís Guimarães Júnior), recebido em 30 de novembro de 1898 por José Veríssimo.
Os 40 fundadores não fizeram o elogio dos patronos, à exceção de Olavo Bilac, na sessão de 2 de junho de 1901, de Domício da Gama, recebido em 1o de julho de 1900 por Lúcio de Mendonça, e de Oliveira Lima, recebido em 17 de julho de 1903 por Salvador de Mendonça.
Não tomaram posse solene na Academia, deixando por isso de fazer o elogio do seu antecessor, os acadêmicos Barão do Rio Branco (eleito em 1898); Francisco de Castro (eleito em 1899); Martins Júnior (eleito em 1902); Heráclito Graça (eleito em 1906); Lafaiete Rodrigues Pereira (eleito em 1909); Vicente de Carvalho (eleito em 1909); Emílio de Meneses (eleito em 1914); Barão Homem de Melo (eleito em 1916); Eduardo Ramos (eleito em 1922); Santos Dumont (eleito em 1931) e Rocha Pombo (eleito em 1933).
Os 29 volumes publicados reúnem os discursos proferidos até 2005. Na Introdução à reedição em quatro tomos dos quatorze primeiros volumes, Afrânio Peixoto considera a “literatura formal dos discursos” essencial à “imortalidade” das academias. Há neles “páginas de mestres”, e quem souber lê-los terá “uma história literária ou uma crítica de letras”.
4/3/2009
04/03/2009 - Atualizada em 03/03/2009