Acadêmica Ana Maria Machado, Ricardo Azevedo e Luiz Antonio Simas debatem na ABL o tema “O discurso das ruas”, no Seminário “Brasil, brasis” de agosto
Publicada em 26/08/2015
A Academia Brasileira de Letras realizou debate sobre o tema Vidas sustentáveis: a ecologia do tempo, em seu “Seminário Brasil, brasis” de setembro de 2015. A coordenação foi do Acadêmico Domício Proença Filho, Secretário-Geral da ABL, e os palestrantes foram a Acadêmica e escritora Rosiska Darcy de Oliveira, a compositora e cantora Adriana Calcanhotto e o arquiteto Sérgio Magalhães. O evento aconteceu no dia 24, quinta-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada Franca.
A programação dos seminários “Brasil, brasis” se estenderá até o mês de novembro e todos serão transmitidos pelo portal da ABL.
Saiba mais:
Sexta ocupante da Cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras, eleita em 11 de abril de 2013 e recebida em 14 de junho de 2013 pelo Acadêmico Eduardo Portella, na sucessão do Acadêmico Lêdo Ivo, Rosiska Darcy de Oliveira é escritora e ensaísta. Sua obra literária exprime uma trajetória de vida. Nascida no Rio de Janeiro, na casa onde vive até hoje na floresta da Tijuca, estudou no Instituto de Educação e se formou em Direito pela PUC. Nos anos 60, na revista Senhor, Jornal do Brasil, Visão e TV Globo e O Sol se tornou a jornalista que mais tarde escreveria no Globo e no Estado de S. Paulo.
Em 1970, no auge da ditadura militar, denunciou a tortura contra opositores políticos e foi obrigada a se exilar em Genebra, na Suíça. Despossuída da língua materna, o exílio a desafiou a construir uma nova identidade. Direitos humanos e a causa das mulheres foram seus temas inspiradores. Participou ativamente do emergente movimento de libertação das mulheres que sacudiu o Ocidente. Professora da Universidade de Genebra, seus primeiros livros, escritos e publicados em francês - Le Féminin Ambigu e La Culture des Femmes: tradition e innovation - valorizam as mulheres e a cultura feminina como fator de enriquecimento das relações humanas.
Retornou ao Brasil com o restabelecimento da democracia. No reencontro com as raízes e a língua portuguesa, sua carreira de escritora se afirmou em mais dois livros de ensaios e cinco livros de crônicas e contos. Em 1991 publicou Elogio da Diferença (Brasiliense, 1991), traduzido para o inglês, In Praise of Difference (Rutgers, 1998), e reeditado, com nova introdução, em 2012. Neste clássico da literatura sobre o feminino, redefiniu a igualdade entre homens e mulheres como a afirmação das diferenças e a recusa de hierarquias.
Em 1995, foi nomeada, pelo Presidente da República, Presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. No mesmo ano, chefiou a Delegação brasileira à Conferência Mundial da Mulher em Beijing, marco histórico na promoção dos direitos das mulheres na escala global. Foi embaixadora do Brasil na Comissão de Mulheres da OEA e é membro do painel Mundial sobre Democracia da Unesco.
Seu livro Reengenharia do Tempo (Rocco, 2003), segundo grande momento em sua escrita ensaística, questiona os usos do tempo, essa aflição constante no mundo contemporâneo em defesa da sobrevivência da vida privada. Memórias e ideias, experiências e projetos se combinam numa sequência de livros que reinventam a crônica, inaugurando o que a crítica literária chamou de crônica ensaística: A Dama e o Unicórnio (2000), Outono de Ouro e Sangue (2002), A Natureza do Escorpião (2006), Chão de Terra (2010) e Baile de Máscaras (2014).
Um fio condutor perpassa sua vida e obra: o elogio da liberdade, a defesa dos direitos humanos, a valorização da cultura feminina como contribuição à civilização, a atenção aos desafios das cidades e das novas tecnologias. Como contribuição à cidade em que vive, preside desde 2007 o movimento Rio Como Vamos de promoção da participação e responsabilidade cidadã.
Adriana Calcanhotto nasceu em Porto Alegre, no dia 3 de outubro de 1965. Começou a carreira tocando em bares da capital gaúcha e lançou, em 1990, seu primeiro álbum, "Enguiço", que lhe rendeu o Prêmio Sharp de cantora revelação feminina no ano seguinte. Seu segundo trabalho foi "Senhas", de 1992, com canções próprias, com destaque para as músicas "Esquadros" e "Mentiras".
No CD "Marítimo", de 1998, Adriana trabalhou com música eletrônica e por poemas escolhidos e lançou o sucesso "Vambora". Sua passagem pelo universo infantil vem com a gravação de “Adriana Partimpim, em 2004, uma seleção de canções para crianças elogiada pela crítica. Seu oitavo CD foi "Maré", de 2008, que fez sucesso com "Mulher sem razão", com letra de Cazuza, e "Três", de Marina Lima e Antônio Cícero.
Sergio Magalhães é arquiteto, formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutor em Urbanismo, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), professor do programa de Pós-Graduação em Urbanismo e Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil.
Desde 2002, é titular do escritório SMC Consultoria - Habitação e Urbanismo e do MBPP Arquitetos Associados,1974-1984. Na administração pública, foi Secretário Municipal de Habitação do Rio de Janeiro, Secretário de Estado de Projetos Especiais do Rio de Janeiro, Subsecretário de Estado do Desenvolvimento Urbano do Rio de Janeiro e Subsecretário de Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro.
Escreve regularmente para o jornal O Globo e para a revista Ciência Hoje/SBPC, além de ser consultor de Urbanismo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), desde 2008. Entre seus livros publicados estão: A cidade na incerteza – ruptura e contiguidade em urbanismo; Favela Bairro / uma outra história da cidade do Rio de Janeiro (em coautoria com Luiz Paulo Conde); Sobre a cidade / habitação e democracia no Rio de Janeiro (ensaios e artigos); e Cidade inteira. A política habitacional da cidade do Rio de Janeiro.
18/09/2015Publicada em 26/08/2015