A Academia Brasileira de Letras convida para a abertura do Ciclo de Conferências: "Uma Literatura Polifônica", com a presença do sociólogo e professor emérito da Universidade de São Paulo (USP) José de Souza Martins, falando sobre "As três escravidões".
A conferência, segundo o sociólogo convidado, é a que alcançou três diferentes grupos: a dos índios, que cessou em 1757, da qual descende boa parte dos caipiras e sertanejos; a escravidão negra, que cessou em 1888; e a servidão por dívida dos imigrantes estrangeiros. José de Souza Martins defende que dessas escravidões surgiu uma residual e que ainda persiste e entende que “somente uma política de desenvolvimento social igualitária faria justiça a todos que dela carecem, sem ameaçar a igualdade democrática de todos”.
Sob coordenação da Acadêmica Ana Maria Machado, as próximas conferências serão: "Matrizes portuguesas", pela Acadêmica Cleonice Berardinelli, dia 27/4; "Vozes indígenas e sua reverberação", por Alberto Mussa, dia 4/5; "Vozes africanas e sua impregnação", por Nei Lopes, dia 11/5; "Vozes da imigração judaica", por Berta Waldman, dia 18/5; "Vozes da imigração europeia", por Regina Zilberman, dia 25/5; "Relatos de incertos Orientes", por Beatriz Resende, dia 1/6; e, encerrando o ciclo, teremos "Entidades nacionais brasileiras: Peri, Policarpo Quaresma e Macunaíma", por Leyla Perrone-Moisés, dia 8/6.
O evento acontece hoje, dia 20/4, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr. A entrada é franca, mediante inscrição realizada no Portal da ABL. Serão emitidos certificados de frequência.
"Uma Literatura Polifônica" tem o patrocínio da Petrobras.
Saiba mais
De origem humilde, José de Souza Martins foi operário aos 11 anos de idade. Depois disso, intensificou seus estudos e se formou em Ciências Sociais em 1964, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Pela mesma universidade, concluiu o mestrado e doutorado. Teve como professores dois dos mais destacados mestres de sociologia e história, Florestan Fernandes e Otávio Ianne. Formou o Grupo Executivo de Repressão ao Trabalho Escravo, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o que o levou a ser, durante dez anos, integrante da Junta de Curadores do Fundo Voluntário da Organização das Nações Unidas (ONU) contra as Formas Contemporâneas de Escravidão.
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15/4/2010
15/04/2010 - Atualizada em 14/04/2010
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