O economista Edmar Bacha – participou da equipe econômica que concebeu e implantou o Plano Real – fez na quinta a última palestra do ciclo “Os papéis dos poderes”, sob coordenação do Acadêmico e jornalista Merval Pereira. O tema da conferência foi Abrir ou abrir, eis a questão. O evento aconteceu na terça-feira, dia 31 de maio, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca.
Foram fornecidos certificados de frequência.
A Acadêmica Ana Maria Machado é a coordenadora-geral dos ciclos de conferências de 2016.
Edmar Bacha afirmou que a economia brasileira está doente: “É isso que querem dizer a alta inflação e a desindustrialização”. Disse, ainda, que tudo isso reflete “a baixa produtividade da economia, a qual está associada com a falta de tecnologia, de escala, de especialização e de concorrência de nossas empresas de um modo geral. Essas características se devem ao isolamento do país em relação ao comércio internacional, à baixa integração de nossas empresas às cadeias internacionais de valor”.
Explicou que os poucos países emergentes que conseguiram romper a armadilha da renda média e se juntaram ao mundo desenvolvido após a Segunda Guerra, o fizeram com base numa crescente integração com o comércio internacional. “O Brasil pode fazer o mesmo através de um programa de abertura gradualista e pré-anunciado com três pilares: redução do "custo Brasil"; troca de proteção tarifária por proteção cambial; e acordos comerciais com os países desenvolvidos”.
Saiba mais:
Economista, fundador e diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças, um centro de pesquisas e debates no Rio de Janeiro, Edmar Bacha nasceu em Lambari, Minas Gerais, de uma família de escritores, políticos e comerciantes. Casado com a antropóloga Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti, tem dois filhos e duas enteadas, além de cinco netos. Concluiu a Faculdade de Ciências Econômicas na Universidade Federal de Minas Gerais e, em seguida, obteve o Ph.D. em Economia na Universidade de Yale, EUA.
É autor de inúmeros livros e artigos em revistas acadêmicas brasileiras e internacionais. Seu último livro é Belíndia 2.0: Fábulas e Ensaios sobre o País dos Contrastes (Civilização Brasileira, 2013). Atualmente, está organizando um novo livro com o título: O Fisco e a Moeda: Ensaios sobre o Tesouro Nacional e o Banco Central, que será publicado no início do segundo semestre. Foi professor de economia em diversas universidades no Brasil e no exterior. No setor público, foi pesquisador no IPEA, presidente do IBGE e presidente do BNDES. No setor privado, foi consultor sênior do Banco Itaú BBA e presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimentos.
25/05/2016
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