Ruy Castro ocupa a Cadeira 13 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo ao Acadêmico Sergio Paulo Rouanet, falecido no dia 3 de julho de 2022, aos 88 anos. Foi recebido pela Acadêmico Antonio Carlos Secchin.
Os ocupantes anteriores da Cadeira 13 foram: Francisco de Assis Barbosa, Augusto Meyer, Hélio Lobo, Sousa Bandeira, Martins Júnior, Francisco de Castro e Visconde de Taunay, o fundador. O patrono é Francisco Otaviano.
Eleito para a ABL no dia 6 de outubro de 2022, Ruy Castro é escritor, jornalista e biógrafo. Nascido em Caratinga, no interior de Minas Gerais, mudou-se ainda nos primeiros anos de vida para a cidade do Rio de Janeiro. Formou-se em Ciências Sociais, na então Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) - atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – porém nunca atuou na área.
Em seu discursso de posse, Ruy Castro ressaltou a importância do ofício de um escritor e celebrou sua entrada na Academia: "Nesse exato momento, em toda parte, há alguém descobrindo a palavra e a fórmula secreta de que ela se compõe - a soma do símbolo, do som e do significado. E as palavras são muitas. A palavra dita, a palavra escrita, a palavra impressa. A palavra exata ou a palavra mágica. A palavra aos gritos ou sussurada; a palavra só pensada, nunca pronunciada; ou a palavra à força silenciada. Tudo é a palavra e palavra é tudo. Às vezes ouvimos que uma imagem vale por mil palavras. Mas como desafiou Millôr Fernandes, tente dizer isso sem palavras. É um privilégio estar sendo aceito nessa instituição, cuja matéria-prima é a palavra", afirmou.
O ACADÊMICO
Ruy Castro começou a sua trajetória profissional como repórter, em 1967, no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, e passou por todos os grandes veículos da imprensa carioca e paulistana. A partir de 1990, concentrou-se nos livros. É autor de biografias de Nelson Rodrigues, Carmen Miranda e Garrincha e de livros de reconstituição histórica sobre o samba-canção, a Bossa Nova, Ipanema e o Flamengo.
Parte de sua produção jornalística foi reunida em livros como "Um Filme é para Tempestade de Ritmos" e "O Leitor Apaixonado". Escreveu também um ensaio sobre o Rio, Carnaval no Fogo: Crônica de uma Cidade Excitante Demais. Seus livros têm edições nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, Polônia, Rússia, e Turquia.
Vencedor do Prêmio Esso de Literatura, do Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira e de quatro Jabutis. Em 2022, ganhou o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra.
15/02/2023