Jean-Yves Mérian é o novo sócio correspondente

Um dos maiores especialistas de Aluísio de Azevedo, cuja obra traduziu para o francês e cuja biografia escreveu, o escritor francês Jean-Yves Mérian foi eleito sócio correspondente na ABL na última quinta-feira, 8 de maio. Ele será o nono ocupante da Cadeira 12, vaga após a morte do escritor peruano Mario Vargas Llosa.

Mérian é doutor em Letras e especialista em literaturas portuguesa e brasileira. Foi no Arquivo e na biblioteca da ABL que o escritor deu início à sua pesquisa sobre Aluísio de Azevedo, após o contato com o Acadêmico Josué Montello, que o orientou com algumas dicas sobre o paradeiro de certos documentos e livros, como a edição de 1881 de O mulato.

Nascido em Damgan, França, em 1944, é professor emérito da Universidade de Rennes 2 e membro correspondente da Academia de Letras do Maranhão, onde morou, tendo percorrido as terras do interior nordestino com vagar e conhecimento.

É autor também de variados estudos sobre a cultura brasileira em geral, com destaque para um enfoque sobre Auguste de Saint-Hilaire e as viagens, pesquisas e presenças de naturalistas franceses no Brasil. Escreveu também análises sobre as obras de Jorge Amado e Dalton Trevisan.

Suas pesquisas abordam também temas como Literatura Afro-brasileira; ideologias no Brasil nos séculos XIX e XX; a construção de uma identidade e de uma cultura nacionais; a evolução das relações culturais entre o Brasil e seus países vizinhos nos séculos xix e xx e Literatura Brasileira contemporânea.

Como professor, exerceu intensa atividade como divulgador da cultura brasileira na França, tendo orientado várias teses sobre o Brasil e participou de inúmeras bancas de tese sobre temas nessa área na Universidade de Rennes 2.

Entre 1970 e 1971, se tornou Diretor da Aliança Francesa de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Entre 1985 e 1998, quando prestou serviços culturais junto aos serviços diplomáticos franceses em Buenos Aires, Lisboa e São Paulo.

Foi adido cultural junto ao consulado da França em São Paulo e, entre 2000 e 2004, presidiu na França a Associação de Estudos Portugueses, Brasileiros e da África e Ásia Lusófonas.