A Academia Brasileira de Letras elegeu quinta-feira, dia 3 de maio, em Sessão Acadêmica realizada no Petit Trianon, o médico, escritor e diplomata francês Jean-Christophe Rufin para a Cadeira nº 13, de seu Quadro de Sócios Correspondentes, na vaga do escritor, cronista, editor, ator e filósofo, também francês, Jean d’Ormesson, falecido em dezembro do ano passado, aos 92 anos.
O Quadro de Sócios Correspondentes da ABL é formado por 20 membros estrangeiros. Um novo integrante somente é eleito pelos Acadêmicos quando um dos efetivos falece. Rufin será o nono ocupante da cadeira 13, que tem como Patrono Domingos Borges de Barros (Brasil). Os demais foram: Hednrik Ibsen (Noruega), Conde de Monsaraz (Portugal), John Gasper Branner (Estados Unidos), Georges Dumas (França), Georges Duhamel (França), André Malraux (França) e Roger Caillois (França).
O NOVO SÓCIO CORRESPONDENTE
Escritor francês, nascido a 28 de junho de 1952, em Bourges, Jean-Christophe Rufin concluiu seus estudos de medicina aos 25 anos. Participou de sua primeira missão humanitária, em 1977, na Eritreia. Em 1986, foi escolhido para conselheiro do Secretário de Estado dos Direitos Humanos e, nesse mesmo ano, publicou o primeiro livro, o ensaio Le Piège Humanitaire, sobre as questões políticas da ação humanitária.
Pioneiro do movimento humanitário Médicos sem fronteiras, Rufin participou de ações em países em guerra, como a Nicarágua, Afeganistão, Filipinas e Ruanda, assim como nos Balcãs, durante a crise iugoslava. Paralelamente à carreira de escritor, mantém colaboração com o Instituto de Estudos Políticos de Paris, onde também estudou, e com a organização humanitária Action Contre la Faim. Diplomata, serviu como embaixador da França no Senegal e na Gâmbia.
Em 1997, estreou como romancista com L'Abyssin (O Abissínio), obra que ganhou o Prémio Goncourt para primeiro romance e o Prémio Mediterrannée, dois dos mais importantes da França. Dois anos mais tarde, regressou aos ensaios com Les Causes Perdues (As Causas Perdidas), obra inspirada na missão humanitária em que participou na Etiópia, que lhe valeu outro prêmio, dessa vez o Interallié. Rouge Brésil (Pau Brasil), romance sobre as primeiras colônias francesas do outro lado do Atlântico, garantiu a Rufin, em 2001, nova a conquista do Prémio Goncourt. Autor de dezenas romances e ensaios, foi eleito, em 2008, para a Academia Francesa, tornando-se, então, seu membro mais jovem.
04/05/2018