A Academia Brasileira de Letras convida para o show "As Eternas Cantoras do Rádio", em homenagem à era de ouro do rádio brasileiro, que acontecerá no dia 23 de setembro, quarta-feira, às 12h30, no Teatro R. Magalhães Jr.
Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima, as "Cantoras do Rádio", apresentarão músicas que fizeram história na Rádio Nacional.
Idealizado e apresentado por Ricardo Cravo Albin, o espetáculo "As Eternas Cantoras do Rádio" é a consagração de um repertório magnífico, que sublinhou o rádio nas décadas de 30 a 50, e a constatação do talento e da alegria de cantar de artistas intemporais - Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas e Ellen de Lima.
Individualmente, cada uma delas tem histórias que sinalizam competência, qualidade artística e visões que convergem para um único ponto - a divulgação da música brasileira em todos os seus ritmos e gêneros. Assim é que, enquanto a baiana da capital, Ellen de Lima, é absolutamente romântica, e o samba-canção lhe é reverencial, a mineira Carminha Mascarenhas dá-se muito bem na cadência do samba. Já a carioca Carmélia Alves tornou-se, por mérito próprio e recursos incríveis de divisão, a indiscutível Rainha do Baião. É bem verdade que Carmélia não restringiu seu repertório aos compassos sertanejos, mas ela é imbatível quando canta, por exemplo, Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) ou Trepa no coqueiro (Ary Kerner).
O evento terá entrada gratuita e transmissão ao vivo pelo Portal da ABL.
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História e repertório
Conduzido pelo jornalista e pesquisador Ricardo Cravo Albin, o espetáculo “As Eternas Cantoras do Rádio” rememora alguns dos momentos marcantes da história do rádio brasileiro, vale dizer, os programas de auditório em que, ao lado de ídolos como Emilinha Borba, Marlene e Cauby Peixoto, brilhavam com igual magia a Rainha do Baião, Carmélia Alves, que lançou algumas músicas que logo se transformariam em sucessos - Sabiá na gaiola e Cabeça inchada, ambas de Hervê Cordovil. Já Ellen de Lima e Carminha Mascarenhas, que passaram a integrar o grupo há oito anos, substituindo Nora Ney, caminham mais à vontade entre o samba-canção e o samba carioca, de cadência e síncope próprias.
Ellen de Lima começou a carreira no programa Cesar de Alencar, destinado à descoberta de valores novos. Depois, foi para a Mayrink Veiga. Em 1957, ao trocar a Mayrink pela Rádio Nacional, gravou o bolero Vício, de Fernando Cesar, e tornou-o sucesso nacional. Daí em diante, reconhecimento popular, shows, excursões no Brasil e exterior, discos.
Carminha Mascarenhas, por sua vez, além da brejeirice no samba, também revelou-se compositora inspirada, como prova sua parceria bem sucedida com Dora Lopes e Herotides José Nascimento em Samba da madrugada. Até hoje, não há roda de samba que prescinda destes sucessos dos anos 50.
"Cantoras do Rádio" já há alguns anos contam com acompanhamento de músicos experientes, como o pianista/tecladista Agostinho Silva e o baterista Cidinho, íntimos do repertório costumeiro: Estão voltando as flores (Paulo Soledade), Kalu (Humberto Teixeira), Qui nem jiló (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira), A noite do meu bem (Dolores Duran), Mensagem (Cícero Nunes - Aldo Cabral), Pau-de-arara (Luiz Gonzaga - Guio de Moraes), Último pau-de-arara (Venâncio - Corumba - J. Guimarães), Canção das misses (Lourival Faissal), Ninguém ma ama (Fernando Lobo - Antonio Maria), Sabiá na gaiola (Hervê Cordovil - Mario Vieira), Trepa no coqueiro (Ary Kerner), Vício (Fernando Cesar), Samba da madrugada (Dora Lopes - Carminha Mascarenhas - Herotides José Nascimento) e Cantores de rádio (Lamartine Babo - Alberto Ribeiro - Braguinha).
18/09/2009 - Atualizada em 17/09/2009