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O populismo nos Estados Unidos é tema da palestra na ABL do professor Sebastião Velasco, na terceira conferência do ciclo ‘Os novos populismos’

 

A Academia Brasileira de Letras deu continuidade ao seu ciclo de conferências do mês de setembro de 2017, intitulado Os novos populismos, com palestra do professor Sebastião Velasco, que falou sobre o tema “A presença da tradição: o populismo nos Estados Unidos”.

A coordenação do ciclo foi do Acadêmico e historiador José Murilo de Carvalho, e o evento aconteceu no dia 19 de setembro, terça-feira, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro. Entrada franca

A Acadêmica e escritora Ana Maria Machado, Primeira-Secretária da ABL, é a Coordenadora-Geral dos ciclos de conferências de 2017.

O ciclo Os novos populismos terá mais uma palestra, no dia 26, terça-feira, no mesmo local e horário: Povo e política no Brasil, com o Acadêmico e historiador José Murilo de Carvalho.

Foram fornecidos certificados de frequência.

TRUMP E O POPULISMO NOS EUA

“A trajetória meteórica de Donald Trump na cena política americana, de acordo com o conferencista, foi acompanhada em todo mundo com indisfarçável perplexidade. Recém-filiado ao Partido Republicano, o magnata nova-iorquino lançou-se à disputa pela candidatura à Presidência de seu país, concorrendo com mais de uma dezena de postulantes, muitos dos quais com longo currículo político, detentores de cargos públicos de primeira ordem”.

Segundo adiantou sobre sua palestra, Velasco disse, ainda, sobre Trump: “Tido inicialmente como personagem folclórico, ele abriu seu caminho na ciranda das eleições primárias rompendo todas as convenções e praticando estudadamente o exercício do politicamente incorreto. Com um discurso bombástico e tiradas jocosas de gosto duvidoso, bateu, um a um, todos os seus adversários, sem fazer qualquer concessão aos donos da máquina republicana. Com esse mesmo estilo, conduziu a campanha que o levou à Casa Branca, e nele persiste agora na condição de Presidente dos Estados Unidos”.

Disse, também, que “com todas suas peculiaridades, o caso Trump parece expressar um fenômeno mais geral. Com efeito, na Europa e em outras partes do mundo, líderes personalistas, à frente de grupos radicais, têm desafiado com êxito o controle exercido sobre a vida política de seus respectivos países pelos partidos tradicionais. Muitas hipóteses foram aventadas para explicar a onda populista que se propaga no mundo contemporâneo – das mudanças estruturais no sistema de partidos, aos deslocamentos socioeconômicos e culturais produzidos pelo processo de globalização”.

E concluiu: “Sem desconhecer a importância desses e outros condicionantes, a conferência chamou a atenção para a complexidade do problema em causa ao chamar a atenção para as linhas de continuidade que ligam as manifestações populistas – de índole diversa – observadas nos Estados Unidos de hoje àquelas que marcaram a política desse país em diferentes momentos de sua história”.

Saiba mais:

Professor Titular do Departamento de Ciência Política da Unicamp, doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (1984), Docteur d'État da Fondation Nationale des Sciences Politiques (1987), ex-presidente do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (CEDEC) (2009-2012), Sebastião Velasco é Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT- INEU).

Foi membro fundador do World International Studies Committee junto ao qual atuou como representante brasileiro entre 2002 e 2006. Pesquisador Visitante (Visiting Scholar) na Universidade de Stanford (1995/1996) e na Universidade de Massachusetts-Boston (2012), Velasco foi professor convidado da Universidade de Paris X - Nanterre (1999) e Paris I - Panthéon Sorbonne (2011).

Autor de oito livros individuais e dezenas de artigos em periódicos indexados, recebeu o Prêmio Jabuti pela obra Empresariado e Estado na Transição Brasileira, um estudo sobre a economia política do autoritarismo  (1974-1977) (1996), e o Prêmio ANPOCS para Obra Científica de Ciências Sociais pelo livro Trajetórias: Capitalismo Neoliberal e Reformas Econômicas nos Países da Periferia (2008).

13/09/2017

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