Dois livros do Acadêmico Celso Furtado, oitavo ocupante da Cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras – Anos de formação (1938-1948) e Obra autobiográfica – foram lançados na Academia Brasileira de Letras no dia 16 de outubro, quinta-feira, às 17h30min, no Petit Trianon, Avenida Presidente Wilson 203, Castelo, Rio de Janeiro.
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Anos de Formação foi organizado por Rosa Freire d’Aguiar e editado pela Contraponto. Obra autobiográfica, editado pela Companhia das Letras, é a reunião da trilogia A fantasia organizada, A fantasia desfeita e Os ares do mundo, escrita pelo Acadêmico.
Em A fantasia organizada, o autor relembra: o Rio de Janeiro dos anos 1940 e o ambiente intelectual que deslumbrou o jovem recém-chegado da Paraíba; a devastada Europa do pós-guerra, que ele percorreu durante seu doutorado de economia em Paris; os anos vividos na América Latina, como diretor da Cepal; e os estudos em Cambridge, convivendo com os contemporâneos de lorde Keynes.
A fantasia desfeita cobre os seis anos em que Furtado trabalhou com Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, como diretor da Sudene e primeiro Ministro do Planejamento do país. Punido pelo golpe de 1964, dedicou-se, no exílio, à atividade acadêmica nas universidades de Paris, Yale, Cambridge e Columbia. É o que o autor narra no terceiro volume, Os ares do mundo, em que evoca também a vida na França, as viagens aos países do bloco comunista, da Ásia e da África.
Rosa Freire d’Aguiar explica, em sua apresentação no livro Anos de formação, que, depois de ter organizado os cinco volumes da coleção "Arquivos Celso Furtado", considerou pertinente, neste ano em que se completa uma década de seu falecimento, divulgar trabalhos inéditos da juventude dele, capazes de enriquecer as pesquisas que vêm sendo feitas a seu respeito por estudiosos, não somente de economia, como de ciência política, relações internacionais e cultura.
No livro, ela reuniu, entre outros documentos, todas as reportagens do jovem jornalista, tanto no Rio de Janeiro como as enviadas da França, Inglaterra, Tchecoslováquia e Iugoslávia; os primeiros trabalhos sobre administração pública, planejamento e ciência política; o diário de guerra; os manuscritos que dão conta do ambiente intelectual europeu no após-guerra. Um destaque especial merecem as cartas de Celso Furtado, nas quais perpassam descobertas, paixões e amizades de seus anos de formação.
16/10/2014
09/10/2014 - Atualizada em 08/10/2014