A Academia Brasileira de Letras prossegue com a série MPB na ABL e convidou para um momento muito especial na música brasileira: uma homenagem ao maestro e compositor brasileiro Villa-Lobos, com o espetáculo do violonista Turíbio Santos, apresentando repertório que vai do barroco europeu, ao choro brasileiro e à Bossa Nova.
O espetáculo transpareceu a riqueza melódica de uma obra apaixonadamente nacionalista, e múltipla em gêneros, pela sonoridade de um violão do mundo. O músico, por um jeito próprio, dividiu o espetáculo em blocos chamados "visitas". Neles, obras dos contemporâneos de Villa-Lobos secundadas por suas obras - "Villa-Lobos visita João Pernambuco", "Villa-Lobos visita J. S. Bach" e "Villa-Lobos visita Tom Jobim".
"Villa-Lobos é uma ponte entre João Pernambuco e Tom Jobim", assegura Turíbio Santos. Isto significa que ele foi influenciado pela música de João Pernambuco e influenciou Tom Jobim. Quanto a Bach, "Bem", diz Turíbio, "este é o pai de todos". Ainda sobre sua apresentação na série MPB na ABL, Turíbio acena com a informalidade: "Villa-Lobos era um sujeito absolutamente informal. Por isso mesmo, foi personagem de muitas histórias. Vou contar algumas para o público que, certamente, vai gostar e se divertir bastante. Há algumas engraçadíssimas".
O evento aconteceu no dia 18 de novembro, no Teatro R. Magalhães Jr., às 12h30. A entrada foi franca e houve transmissão ao vivo pelo Portal da ABL.
Repertório
Villa Lobos visita João Pernambuco
- Jongo
- Graúna
- Sons de carrilhões
- Choros nº 1 - Villa-Lobos
- Prelúdio nº 2 - Villa-Lobos
Villa-Lobos visita J. S. Bach
- Prelúdio em Ré Menor
- Prelúdio em Ré Maior
- Prelúdio em Mi Menor
- Prelúdio nº 3 - Villa-Lobos
- Estudo nº 1 - Villa-Lobos
Villa-Lobos visita Tom Jobim
- Dindi - Tom Jobim - Vinícius de Moraes
- Modinha - Tom Jobim - Vinícius de Moraes
- Samba de uma nota só - Tom Jobim - Newton Mendonça
- Estudo nº 4 - Villa-Lobos
- Duas cadências - (Modinha e Garota de Ipanema, ambas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
Saiba mais
Um violão no mundo
A arte magnífica que seu violão ecoa fez deste maranhense um cidadão do mundo, e de seu violão, marca universal. O alto grau de musicalidade encantou Villa-Lobos quando se conheceram em 1958 na Escola de Canto Orfeônico, na Urca. Daí em diante, admiração recíproca que se perpetua com o livro, escrito por Turíbio, "Villa-Lobos e o violão".
Em 1961, a convite de Arminda Villa-Lobos, Turíbio Santos grava a primeira versão integral dos 12 Estudos de Villa dedicados a Andrés Segovia. Seguem-se os tempos e estudos, professores ilustres, viagens, concertos em diversas salas, condecorações - em 1985, distinguido pelo governo francês como Cavaleiro da Legião de Honra; quatro anos depois, o governo brasileiro titula-o Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul.
A discografia de Turíbio Santos é densa e, a um só tempo, moderna e histórica. Seu disco mais recente, o 65º de sua carreira, é Mistura brasileira, com obras de Tom Jobim, Ricardo Santos, músicas próprias e, naturalmente, de Villa-Lobos. Mais não bastasse, em sua intensa atividade registra-se a criação dos cursos de violão da Escola der Música da UFRJ e da UNI-Rio e a direção da Sala Cecília Meirelles. Desde 1986, é o diretor do Museu Villa-Lobos.
18/11/2009
15/11/2009 - Atualizada em 15/11/2009