Nesta sexta-feira, 19 de setembro, às 17h30min, no Teatro R. Magalhães Jr., a Academia Brasileira de Letras dá prosseguimento à série de concertos sobre "A Música que Machado Ouvia".
"A Ópera no Rio de Janeiro - Séc. XIX" contará com apresentação de Edna D'Oliveira (soprano), Lício Bruno (barítono) e Priscila Bomfim (piano). O espetáculo terá obras de Mozart, Bellini, Verdi e Rossini, entre outros.
VIII Concerto: "A Música que Machado ouvia" será transmitido ao vivo pelo Portal da ABL.
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Sobre o programa:
Machado de Assis não foi apenas um dos nossos mais importantes romancistas, dramaturgos e poetas, mas também um homem de vasta erudição e grande amante da música, arte para qual contribuiu intensamente como crítico, analista, escritor e tradutor de libretos. Foi ainda um membro ativo do Clube Beethoven, sociedade musical fundada no Rio de Janeiro em 1882, que organizava e patrocinava concertos de câmara e sinfônicos, além de oferecer cursos de teoria e prática musical aos seus membros.
Nesta época, a ópera havia se tornado o principal acontecimento musical da capital, a ponto de o próprio Machado de Assis afirmar que "o público fluminense morre por melodia como macaco por banana" (Kiefer, 1977). A preferência do público era pela ópera italiana de melodismo generoso - Rossini, Donizetti e Verdi - deixando o repertório germânico de Mozart, Weber e das operetas de Strauss em um segundo plano.
- Clube Beethoven -
Gabriel Fauré (1845-1924) - Après um rêve
Robert Schumann (1810-1856) - "Ich grolle nicht" do Ciclo Dichterliebe
Antônio Carlos Gomes (1863-1934) - Conselhos
Quem sabe
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) - "Deh vieni, non tardar" (Suzanna)
da ópera Le Nozze de Figaro
"La ci darem la mano" (dueto)
da ópera Don Giovanni
Gioachino Rossini (1792-1868) - "Largo al factotum" (Figaro)
da ópera Il Barbiere di Sivigla
Vicenzo Bellini (1801-1835) - "Oh, quante volte" (Giuglietta)
da ópera I Capuletti e i Montecchi
Gaetano Donizetti (1797-1848) - "Bella sicome un angelo" (Malatesta)da ópera Don Pasquale
"Quanto amore" (Adina & Dulcamara)
"Prendi, per me sei libero" (Adina)
da ópera L'Elisir d'amore
Giuseppe Verdi (1813-1901 ) - "Parisiamo" (Rigoletto)
"Gilda!" (Rigoletto & Gilda) da ópera Rigoletto
Johann Strauss (1825-1899) - "Meu senhor marquês" (Adele) da opereta O Morcego
Franz Lehár (1870-1948) - "Nossa valsa está dizendo" (dueto) da opereta A viúva alegre
Sobre os Artistas:
Edna D'Oliveira - tem se destacado como um das mais importantes sopranos de sua geração no Brasil, dona de um timbre doce e cristalino. Foi premiada em importantes concursos de canto nacionais, como o II Concurso Maria Callas, o III Concurso Nacional de Canto (FUNARTE) e o Prêmio Jovens Solistas da OSESP.
Em 2001 e 2002 participou do Festival Amazonas de Ópera, cantando em La Bohème e A Valquíria. Na abertura da Temporada Lírica 2003 do Theatro Municipal de São Paulo, interpretou "Hortência" na estréia mundial de "Anjo Negro", de J. G. Ripper. Em 2004 destacam-se suas apresentações como "Papagena" na Flauta Mágica e "Norina" em Don Pasquale. Em 2005 executou em Genebra (Suiça) o "Réquiem" de Fauré. No ano seguinte fez grande sucesso como "Adina" na ópera Elisir d'Amore de Donizetti. Em 2007 participou de Master Classes nos Estados Unidos e na Alemanha e foi convidada para uma tournee com o conjunto Etelie Chorale da Suiça.
2008 iniciou-se com a participação no XI Festival de ópera do Amazonas em Ariadne auf Naxos. Teve uma marcante participação no Ciclo Richard Strauss na Sala Cecilia Meireles. Em São Paulo, no Teatro São Pedro, executou com estrondoso sucesso a personagem Bess, da ópera Porgy and Bess.
Lício Bruno - O baixo-barítono é hoje considerado um dos principais intérpretes eruditos do Brasil pela crítica especializada. Desde 1995 desenvolve uma carreira internacional nos palcos da Itália, Espanha, Alemanha, Suíça, Hungria e Brasil, destacando-se em papéis como Wolfram (Tannhauser), Tonio (Pagliacci), Figaro (Bodas de Fígaro), Escamillo (Carmen) e Rigoletto (Rigoletto). Por mais de seis anos consecutivos tem sido solista convidado da ópera de Budapeste, onde participou de diversas montagens.
Em 2002, no VI Festival Amazonas de Ópera, tornou-se o primeiro brasileiro a interpretar o papel de Wotan em A Valquíria, de Wagner. Na Ópera de Colômbia, participou nas montagens de Os contos de Hoffmann, em 2004, e de Otello, em 2005. Além de renovadas apresentações em Budapeste, atividades recentes incluem e a interpretação do papel principal em Falstaff, no Teatro Municipal de São Paulo, e O Morcego na Ópera de Belém.
Priscila Bomfim - nasceu em Braga, Portugal, onde começou seus estudos musicais e participou de seu primeiro concurso de piano. No Brasil, continuou seus estudos com os professores Mary Benaion, Luis Senise e Miriam Grossman na UFRJ.
Aperfeiçoou-se em Festivais no Brasil e Estados Unidos, e representou o Brasil no Chile, em 2000, no Zicosur Musical. Foi premiada em diversos Concursos de Piano e Música de Câmara. É pianista efetiva do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, atuando na preparação do Coro e dos solistas, bem como em montagens líricas e outros projetos, como a "Ópera no Bolso". Destacam-se, também, suas participações na música contemporânea.
Desenvolve intenso trabalho como camerista e pianista correpetidora, tendo já se apresentado em importantes Salas de Concerto do país e realizado diversas gravações. Trabalha ao lado de renomados maestros e artistas brasileiros e estrangeiros e participa como pianista junto às grandes orquestras sinfônicas do Rio de Janeiro.
19/09/2008
19/09/2008 - Atualizada em 18/09/2008