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Artigos

  • Um menu presidencial

    Folha de Pernambuco (PE), em 30/01/2009

    MEUS LEITORES estão me achando muito sisudo.Vou atendê-los com o menu do Obama no almoço de posse, esquecido do verdadeiro, que era "Bush assado ao molho de ferrugem" e a crise que varre o mundo.Obama, com sua fantástica exposição midiática, despertou todas as curiosidades, até o apetite de milhões de pessoas na exposição glamourosa das baixelas, em que a presença de seu adversário McCain foi ofuscada pelo primeiro prato que foi servido, "cozido de frutos do mar", acompanhado de um vinho californiano, Duckhorn Vineyards 2007, de cepas francesas de sauvignon. Depois, uma composição de aves americanas (faisão e pato), servido com um chutney (molho picante) de cerejas amargas e batata-doce com melado, acompanhado de Goldeneye 2005, um pinot noir. De sobremesa, um bolo de maçã e canela com glacê doce e champanhe da Califórnia (horrível!).

  • Bush, por quê?

    Folha de S. Paulo (SP), em 23/01/2009

    OBAMA É O SOL nascente. Bush é a luz que se apaga. Nestes seus oito anos fui inclemente com ele, sem saber se algumas vezes exagerei, mas a verdade é que a sua marca na história é um grande desastre.

  • Uma rosa amarela

    Jornal do Brasil (RJ), em 16/01/2009

    Sempre o mês de janeiro foi um tempo light. Período de férias, recuperador de forças, esperança e alegria, pernas para o ar que ninguém é de ferro, sol e maresia, mulheres com seu corpo exposto às caricias do sol, liberto das roupas e dos arrependimentos. A mídia sem notícias, recorre-se apenas aos desastres nas rodovias ou crimes inusitados. Até os anúncios fogem.

  • A crise na janela

    Jornal do Brasil (RJ), em 02/01/2009

    Ano novo, dores de cabeça novas. Vim passar o Natal e o fim de ano em São Luís. Minha casa tem uma vista para o mar, de frente para a baía de São Marcos, onde ficam fundeados os navios que vão para o porto da Madeira, da Vale do Rio Doce, ou Itaqui, terminal de carga geral.

  • Que venha um ano bom

    Folha de S. Paulo (SP), em 26/12/2008

    ANO VELHO , ano novo. De viver, vive-se com a invenção do tempo. Escrever sobre estas festas e estado de espírito é coisa difícil, a começar pela exigência dos gramáticos. Ano-Novo, com maiúscula e hífen, é o champanhe se abrindo, a festa da passagem. Já ano novo, tudo minúsculo, são todos os dias do novo ano. Por isso é correto dizer bom Ano-Novo e feliz ano novo. De um jeito ou de outro, queremos um 2009 de progresso, tranqüilidade e paz, dando graças por ter vivido o ano de 2008. Paz para Guido Mantega, tranqüilidade para o Meirelles e o progresso fica mesmo para o presidente Lula. Mas não é isso que as cassandras andam berrando no mundo todo.

  • Sonho de Natal

    O Estado do Maranhão (MA), em 21/12/2008

    O calendário marcado pelos dias gloriosos do ano e a vida cotidiana ajudam os cronistas. Como fugir dos sinos do Natal, que têm os sons das lembranças de todos os Natais, tanto quanto a nossa vida? São memórias que vão desde a infância, nas sombras cinzas das lembranças daquele interior perdido nos campos verdes do Maranhão, quando íamos à igreja louvar o nascimento do Filho de Deus, cujas sandálias João Batista dizia ser indigno de desatar, até a madurez da reza em comum com a família, lendo o Evangelho de São Marcos, que descreve o que aconteceu na manjedoura de Belém.

  • Sonho de Natal

    Jornal do Brasil (RJ), em 19/12/2008

    O calendário marcado pelos dias gloriosos do ano e a vida cotidiana ajuda os cronistas. Como fugir dos sinos do Natal, que têm os sons das lembranças de todos os natais, tantos quantos a nossa vida? São memórias que vão desde a infância, nas sombras cinzas das lembranças daquele interior perdido nos campos verdes do Maranhão, quando íamos à igreja louvar o nascimento de Deus, seu filho, cujas sandálias João Batista dizia ser indigno de desatar, até a madurez da reza em comum com a família, lendo o Evangelho de São Marcos, que descreve o que aconteceu na manjedoura de Belém.

  • Um governador das Arábias

    Jornal do Brasil (RJ), em 12/12/2008

    Visitei Chicago quando presidente da República para apoiar uma equipe de físicos brasileiros que participavam da busca do quark, a partícula fundamental do universo. Sempre tive uma curiosidade grande pela física pura, e o mundo das partículas me fascina, nesse intrincado jogo que não entendemos muito, dos elétrons, prótons, bósons e outros mistérios mais. Em Chicago, no Fermilab, desenvolveu-se a desintegração do átomo.

  • Quem tem medo de Hillary

    Jornal do Brasil (RJ), em 05/12/2008

    O líder, ao contrário do que parece ao senso comum, não é aquele que é movido pelo verbo mandar. Ser líder é muito mais a capacidade de coordenar do que a de impor sua vontade, como o iluminado que determina caminhos. A função de liderar implica ter ouvidos abertos e ouvir sempre, e mais, falar o necessário e buscar a unidade para agir. É certo que a unidade não é clone da unanimidade, mas opiniões, quaisquer que sejam, não devem ser desprezadas. O Marquês de Pombal, iluminista que transformou Portugal como ministro de D. José I, quando indicou seu sobrinho Melo e Póvoas para governar a província de São José do Rio Negro, depois chamada de Amazonas, ao transferi-lo para o Maranhão escreveu-lhe uma carta sobre a arte de governar. São ensinamentos de bom senso que valorizam o ato de mandar, que ele considera muito mais uma tarefa de compor consensos do que de usar da força. Dizia ele que quem governa tem de ter dois ouvidos, um para ouvir o ausente e outro o presente. Que o governante deveria ter espinhos nos ouvidos, para que as coisas não entrassem de uma vez só, ficassem espetadas para serem melhor analisadas.

  • A revolta da natureza

    Folha de S. Paulo (SP), em 28/11/2008

    O homem, para lembrar uma velha expressão de Lévi-Strauss, é o maior vilão da natureza. Ele a modifica, degrada, abusa e chega a criar a perspectiva de destruir a própria vida com as armas nucleares e o aquecimento global, em nome do progresso que parece caminhar para o suicídio.

  • Livrai-nos do Katrina

    Jornal do Brasil (RJ), em 21/11/2008

    O Grupo dos 20 apareceu na crise da Ásia do final dos anos 90, quando Malásia, Coréia, Tailândia, Hong-Kong e Japão entraram numa crise de liquidez e mergulharam numa recessão. Tivemos, também, as crises da Rússia, da Argentina, Brasil e outros países, onde quase fomos ao default. Com a globalização, nada deixou de ser global, principalmente a área financeira.

  • Obama e Fala

    O Estado do Maranhão (MA), em 16/11/2008

    Sou dos que receberam a eleição de Obama como o surgimento de um novo e grande momento para a humanidade, mergulhada na pior crise dos últimos tempos. Sua mensagem despertou tanta confiança que não pode fracassar.

  • A difícil volta

    Jornal do Brasil (RJ), em 31/10/2008

    FOI LORDE Callaghan, então primeiro-ministro britânico, quem, questionado por jornalistas sobre a crise provocada pelas greves e agitações sociais que varriam o país em 1979, primeiro respondeu com outra pergunta: ‘Crise? Que crise?’. É que, quando elas aparecem, vêm de mansinho e só são visíveis quando se instalam.A Grande Depressão, marcada pela crise da Bolsa de Nova York em 1929, só alcançou seu ponto mais dramático em 1933. O Brasil, naquele tempo, tinha uma vulnerabilidade total, pois toda nossa economia girava em torno do café, responsável por 70% de nossas exportações. O seu impacto sobre o país abriu caminho para que a Revolução de 30, que estava germinando, eclodisse de uma vez logo em seguida.

  • Machado e Carolina

    Folha de S. Paulo (SP), em 24/10/2008

    AO CELEBRARMOS Machado de Assis, no centenário de sua morte, lembremos que o ano de 1904 foi todo marcado pela doença e morte de Carolina. Irmã do poeta Faustino Xavier de Novais, a jovem viera para o Brasil em 1868. Era uma bela portuguesinha, embora quatro anos mais velha do que Machado. Casados em 1869, vivem anos de crescente felicidade, que desmentem no homem as "rabugens de pessimismo" que anuncia no Brás Cubas. Ela era o centro de sua vida física e psíquica. Sem Carolina, é tênue o laço que o prende à vida, como no verso do soneto A Carolina: "E ora mortos nos deixa e separados". A epilepsia fica fora de controle, e a decadência física é rápida.

  • O pacto e a Constituição de 88

    Jornal do Commercio (PE), em 17/10/2008

    A passagem, de forma pacífica, do regime autoritário para o Estado democrático de Direito, com a promulgação da Constituição de 1988, teve início – fato pouco percebido pela sociedade brasileira – após amplo acordo político intitulado "compromisso com a nação". Esse pacto pode ser considerado um dos mais importantes de nossa história republicana. Dele nasceu a chapa Tancredo Neves/José Sarney, eleita através de Colégio Eleitoral.