A Acadêmica Nélida Piñon lançou em São Paulo, pela Editora Record, os livros A república dos sonhos (em capa dura e comemorativo dos 30 anos da primeira edição) e A camisa do marido, que reúne nove contos inéditos da escritora. O evento aconteceu no dia 24 de setembro, quinta-feira, na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731 – Jardim Paulista).
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Filha de imigrantes da Galícia, Espanha, Nélida Piñon, segundo seus editores, recorre, no primeiro livro, às suas lembranças de infância para reconstituir a história de uma família que se confunde com a História do Brasil e dos imigrantes que aportaram aqui em busca de uma nova vida. A edição comemorativa traz, ainda, um ensaio do escritor Alberto Mussa, que vê em A República dos Sonhos “um dos textos seminais da cultura ocidental”.
– Nélida Piñon – afirma a escritora gaúcha Lya Luft na orelha do livro de contos – poderosa ficcionista, mais uma vez mescla em seus textos de altíssima qualidade o tumulto das emoções, a crueldade da vida, a morbidez de certos ambientes e o lirismo do sonho. Nos contos de A camisa do marido, Nélida descreve de maneira fascinante as sombras e os meandros de relações familiares, almas atormentadas, a malignidade que espreita em todos nós junto com delicadas emoções.
Carioca, quinta ocupante da Cadeira nº 30 da ABL, eleita em 27 de julho de 1989, Nélida Piñon estreou na literatura com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, em 1961. Ao longo de sua carreira, colaborou em publicações nacionais e estrangeiras, proferiu conferências em diversos países, onde foi igualmente traduzida. É catedrática da Universidade de Miami desde 1990, havendo sido escritor-visitante das universidades de Harvard, Columbia, Johns Hopkins e Georgetown.
Nélida Piñon recebeu os prêmios brasileiros Golfinho de Ouro, Mário de Andrade e Jabuti — este, de melhor romance e livro de ficção de 2005, por Vozes do deserto. E os internacionais Juan Rulfo, do México, Jorge Isaacs, da Colômbia, Rosalia de Castro, da Espanha, Gabriela Mistral, do Chile, e Menéndez Pelayo, da Espanha. Em 2005, pelo conjunto de sua obra, recebeu o importante Príncipe de Astúrias. No ano seguinte, o Prêmio Woman Togheter, entregue na sede da ONU, por sua “implicação na consecução os Objetivos do Milênio Através do Desenvolvimento da Mulher, a luta contra a pobreza, a educação, a arte e a cultura”. Nesse mesmo ano, o Prêmio Cervantes da Fundação Cervantina de Gunajuato, México. Em 2010, o Prêmio Casa de las Américas, pela obra Aprendiz de Homero. Ainda nesse ano, o VI Prêmio Internacional Terenci Moix de Literatura, Cinematografia e Artes Cênicas, Espanha, na categoria melhor livro do ano – Corazón Andariego. Nélida é doctor honoris causa das universidades Poitiers, Santiago de Compostela, Rutgers, Florida Atlantic, Quebec e UNAN.
A escritora foi à primeira mulher a ocupar em 100 anos o cargo de Presidente da ABL, em1977, por ocasião do centenário da Academia.
17/09/2015