No dia 8 de setembro, a Academia Brasileira de Letras prosseguiu o Ciclo "Mutações: a experiência do pensamento", com Frédéric Gros, Professor de Filosofia na Universidade de Paris XII, falando sobre "Da morte do sujeito à invenção de si:rumo a uma nova experiência de pensamento".
Idealizado e dirigido por Adauto Novaes, o ciclo de conferências nos propõe a indagação de como fica a experiência do pensamento nestas novas condições em que se encontra a humanidade. Depois de expor as novas configurações do mundo (Mutações: novas configurações do mundo - 2007); e de interrogar sobre a condição humana, ou o lugar do homem neste novo mundo (Mutações: a condição humana – 2008), chegamos ao terceiro movimento das mutações com a pergunta: como se faz a experiência do pensamento no mundo dominado pela tecnociência?
Após anunciar na década de 1960 as mortes do homem e do sujeito, Michel Foucault vai reexaminar, na década de 1980, a sabedoria e a espiritualidade dos pensadores gregos e latinos. Se hoje levamos em conta as técnicas de produção de objetos ou as técnicas de comunicação, para os antigos há de se falar das técnicas de si, ou seja, das técnicas da existência. Essas técnicas antigas e há muito esquecidas são aquelas por meio das quais o sujeito confere forma à sua vida, esculpe sua própria alma. Evocá-las agora significa dotar o pensamento de novas experiências que poderão ajudar bastante no sentido de salvar a todos da desumanização produzida pelas máquinas e sistemas anônimos contemporâneos."Da morte do sujeito à invenção de si:rumo a uma nova experiência de pensamento" tratou sobre isso.
O seminário reúne no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, alguns dos mais importantes pensadores brasileiros e estrangeiros: José Miguel Wisnik; Francis Wolff; Franklin Leopoldo e Silva; Sergio Paulo Rouanet; Claude Imbert; João Carlos Salles;Jean-Pierre Dupuy; Vladimir Safatle; Oswaldo Giacoia Júnior; Frédéric Gros; Olgária Matos; Luiz Alberto Oliveira; Renato Lessa; Eugènè Enriquez; Eugênio Bucci; Pascal Dibie; Paul Clavier; Antonio Cicero; Newton Bignotto, Francisco de Oliveira e Jorge Coli.
O evento teve transmissão ao vivo pelo Portal da ABL.
Saiba mais
Programação
17/8
O pensar em pessoa
José Miguel Wisnik
18/8
A representação técnica do mundo e a inexperiência do pensamento
Franklin Leopoldo e Silva
19/8
Heidegger, a técnica e o pensamento
Oswaldo Giacoia
24/8
O que poincaré sussurrou para valéry
Luiz Alberto Oliveira
25/8
O que é pensar? Aventuras do pensamento entre a antiguidade e a modernidade
Francis Wolff
26/8
Ciência e natureza: deslimites da razão e esgotamento ético
Olgária Mattos
31/8
Os confins indeterminados do moderno
Claude Imbert
1/9
Como nossos jovens pensam?
Pascal Dibie
2/9
O paradoxo da imaginação: a fonte do pensamento, o fim da crença
Eugène Enriquez
8/9
Da morte do sujeito à invenção de si: rumo a uma nova experiência de pensamento
Frédèric Gros
9/9
Ciências e metafísica: cooperação impossível?
Paul Clavier
14/9
Pensar o mal hoje: de auschwitz a hiroshima, até o fim do mundo
Jean-Pierre Dupuy
15/9
Há situações em que é imoral pensar?
Vladimir Safatle
16/9
Imagem-língua, imagem mercadoria, imagem sem imaginação: a fabricação industrial de signos visuais num tempo em que o olhar não se distingue do trabalho
Eugênio Bucci
21/9
Em que sentido podem as crenças importar para a filosofia política?
Renato Lessa
22/9
O bem comum e a vontade geral
Newton Bignotto
23/9
A razão niilista, o intelecto e o espírito
Antonio Cicero
28/9
Ética e política: fim ou renovação?
Sergio Paulo Rouanet
29/9
Experiência e ficção em wittgenstein
João Carlos Salles
30/9
Memória e experiência: tempos antiprometeicos?
Francisco de Oliveira
1/10
Mistérios de um mundo sem mistérios
Jorge Coli
8/9/2009
04/09/2009 - Atualizada em 03/09/2009