O Acadêmico e poeta Carlos Nejar, ocupante da Cadeira nº 4 da Academia Brasileira de Letras, lançou pela Ibis Libris Editora o livro (um poema épico) A vida de um rio morto: Um monumento ao Rio Doce. A noite de autógrafos foi no dia 30 de junho, quinta-feira, a partir das 19 horas, na Livraria da Travessa do Shopping Leblon. Às 21 horas, no mesmo dia e local, foi exibido o documentário “Carlos Nejar: Dom Quixote dos Pampas”, de Wander Lourenço, que conta a trajetória do autor.
De acordo com os editores, Carlos Nejar destaca, ao longo de seu poema épico, as sequelas deixadas pelo desastre ambiental que causou a morte do Rio Doce. “O livro apresenta ilustrações de Pablo Picasso e o clamor por justiça. A Barragem do Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, levou ferro, manganês e alumínio ao Rio Doce, atingindo vidas, cidades, como Mariana, casas e vegetação”.
“A obra é o retrato do país com a metáfora do barro ou a corrupção que rói as instituições, com dísticos (estrofes de dois versos), o que não é comum na nossa literatura. A força do poema me absorveu e é mais forte do que eu. Foram alguns meses de febre e explosão, escrevendo e sendo escrito, como se a gravasse na Pedra. Porque o verso não se mede, o verso é luz”, afirmou Nejar sobre seu trabalho.
Saiba mais:
Quinto ocupante da cadeira nº 4, eleito em 24 de novembro de 1988, na sucessão de Vianna Moog, Carlos Nejar, nome literário do Dr. Luiz Carlos Verzoni Nejar, nasceu em 11 de janeiro de 1939, em Porto Alegre. Procurador de Justiça, atualmente aposentado, radicou-se em Vitória, Espírito Santo. Pertence, também, à Academia Brasileira de Filosofia, ao Pen Clube do Brasil e à Academia Espiritosantense de Letras.
Em 2010, Nejar recebeu a mais alta condecoração de seu Estado natal , “A Comenda Ponche Verde” e, do Estado de Minas Gerais, “A grande Medalha da Inconfidência, além da “Comenda do Mérito Aeronáutico”, no dia do Aviador, no Rio de Janeiro.
Nejar construiu uma obra importante em vários gêneros, tanto no romance, quanto no teatro, no conto e na criação infanto-juvenil. Publicou, em terceira edição, o ensaio a História da Literatura Brasileira. Foi considerado um dos 37 escritores-chaves do século, entre 300 autores memoráveis, no período compreendido de 1890-1990, segundo ensaio, em livro, do crítico suíço Gustav Siebenmann.
Romancista de talento reconhecido pela inventividade, Nejar escreveu, entre outras obras, O Túnel Perfeito, Carta aos loucos, Riopampa, ou o Moinho das Tribulações (Prêmio “Machado de Assis”, da Fundação da Biblioteca Nacional, em 2000) e O Poço dos Milagres (Prêmio para a melhor prosa poética da Associação Paulista de Artes, de São Paulo, 2005).
Em 2011, Nejar publicou, além da 3ª edição de seus Viventes (trabalho de mais de trinta anos, espécie de “Comédia humana em miniatura”), os livro Contos Inefáveis, em 2012, e o romance A negra labareda da alegria”, em 2013. O escritor, traduzido em muitos idiomas, tem sido estudado em universidades do Brasil e do Exterior.
23/06/2016