Na sexta-feira (25), às 17h30, a série "Música de Câmara" leva para o palco do Teatro R. Magalhães Jr. a apresentação do Quinteto Villa-Lobos.
A. Carrasqueira (flauta), Luis Carlos Justi (oboé), Paulo Sérgio Santos (clarineta), Aloysio Fagerlande (fagote) e Philipp Doyle (trompa) vão interpretar as músicas clássicas que Machado de Assis ouvia no saudoso Club Beethoven.
O evento terá entrada franca e transmissão ao vivo pelo portal da ABL.
O famoso Club Beethoven
Inaugurado em 4 de janeiro de 1882, o Club Beethoven abrigava saraus com os principais nomes da música clássica em uma casa no Catete. Com a admissão de Machado de Assis no clube, é possível que o local tenha construído uma seção de jogos. O escritor era um apaixonado por Xadrez e tinha posição destacada nos círculos enxadrísticos no tempo do Império.
Apesar da fama que o clube conquistou na época, o próprio Machado justificou nas páginas de "A Semana", de 5 de julho de 1896, que tudo que é bom tem seu fim.
"Mas tudo acaba, e o Clube Beethoven, como outras instituições idênticas, acabou. A decadência e a dissolução puseram termo aos longos dias de delícias".
Programa "Club Beethoven"
Sigismund Neukomm La Blosseville (transcrição de L.C.Justi)
Joaquim Antonio Callado Sospiros de uma Donzela (arranjo de Nailor Proveta)
(1848-1880)
Wolfgang Amadeus Mozart Cassazione para oboé, clarineta, trompa e fagote
(1756-1791)
Adagio – Allegro
Menuetto
Adagio
Polacca
Presto
Joseph Haydn Maior Divertimento em Si bemol Maior
(1732-1809)
Allegro con Spirito
Andante quasi Allegretto
Menuetto
Rondo - Allegretto
Franz Danzi Quinteto em sol menor
op.56/2
(1763-1826)
Allegretto
Andante
Menuetto – Allegro
Allegro
Sobre o grupo:
O Quinteto Villa-Lobos
A excelência da performance marca a trajetória do Quinteto Villa-Lobos, fundado em 1962. Desde então, dedica-se sobretudo à divulgação da música de câmara brasileira, ao mesmo tempo que amplia seu repertório por vários gêneros, conferindo competência e popularidade às suas apresentações em espaços públicos e em escolas da rede de ensino, bem como nas salas de concerto mais importantes de todo o Brasil.
O quinteto é atualmente formado por um seleto grupo de músicos de reconhecida excelência, cada qual um mestre no seu instrumento: Antônio Carlos Carrasqueira, flauta, Luis Carlos Justi, oboé, Paulo Sérgio Santos, clarineta, Philip Doyle, trompa e Aloysio Fagerlande, fagote. Somando um total de 16 discos gravados, com a formação atual lançou Quinteto em forma de Choros (Kuarup), Fronteiras, Quinteto Villa-Lobos convida (Rio-Arte Digital), A Música de Câmara para Sopros de Heitor Villa-Lobos (ABM Digital), Um Sopro Novo e Quintetos de Sopro Brasileiros (Selo Rádio MEC).
Em 2001 o Quinteto Villa-Lobos recebeu o Prêmio Carlos Gomes, promovido pelo Governo do Estado de São Paulo, como o Melhor Grupo de Câmara Nacional. Em 2006, foi convidado para encerrar a programação oficial do Brasil na Copa da Cultura na Alemanha, em dezembro, além de participar constantemente de vários Festivais de Música por todo o Brasil.
O repertório do quinteto compreende, além de composições especialmente a ele dedicadas, outras tantas obras assinadas por nomes ilustres da composição brasileira, valendo citar Edino Krieger, Egberto Gismonti, Radamés Gnatalli, Mário Tavares, Lorenzo Fernândez, Raphael Batista, Pixinguinha, Guerra-Peixe e, naturalmente, Villa-Lobos.
Sobre os compositores:
Sigismund Neukomm (1778-1858)
Nasceu em Salzburgo, na Áustria, e foi discípulo de Joseph Haydn em Viena. Em 1816, integrando a missão artística francesa que incluía os pintores Debret e Taunay, seguiu para o Rio de Janeiro a convite de D.João. Compositor muito prolífico, Neukomm foi também instrutor de música do jovem D.Pedro.
Joaquim Antonio Callado (1848-1880)
“O pai dos chorões”, é considerado um dos criadores do gênero do chôro. Nasceu e viveu no Rio de Janeiro, onde atuou como flautista e professor e tornou-se o mais popular músico do 2º reinado. Como compositor, escreveu inúmeros lundus, polcas, modinhas, quadrilhas, valsas e choros, muitos dos quais permanecem populares até os dias de hoje.
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
O grande gênio do classicismo na música, produziu obras-primas tanto no terreno da música de câmara como também do repertório sinfônico, sacro e operístico. Compôs diversos concertos, quintetos e quartetos para sopros, entre eles a Cassazione para oboé, clarineta, trompa e fagote.
Franz Joseph Haydn (1732-1809)
É outro grande representante do classicismo vienense, considerado “o pai da sinfonia”. Permaneceu 30 anos a serviço do príncipe Nikolaus Esterházy, para cuja corte compôs a maior parte de sua vasta produção. O Divertimento em Si bemol Maior utiliza, no segundo movimento, a melodia do Chorale St.Antoni, que seria retomada, quase um século depois, por Brahms em suas “Variações sobre um tema de Haydn”.
Franz Danzi (1763-1826)
Contemporâneo de Mozart e Beethoven, foi um compositor fortemente influenciado pela escola de Mannheim, onde o príncipe Karl Theodor havia criado uma orquestra de altíssimo nível. Sua música de câmara para sopros representa a parte mais importante da sua produção. Os três quintetos do op.56 caracterizam-se por suaves linhas melódicas e pelo tratamento igual dado aos cinco instrumentos do conjunto.
18/4/2008
18/04/2008 - Atualizada em 17/04/2008